sábado, 18 de maio de 2013

A arte da guerra


Enviado por Ricardo Noblat - 
17.5.2013
 | 18h54m
POLÍTICA

A arte da guerra

Dora Kramer, O Estado de S. Paulo
Bancada governista de 423 deputados fazendo contagem regressiva para alcançar quorum de votação da redação final de medida provisória depois de dois dias e duas noites de tentativas, realmente, é uma cena em tudo e por tudo paradoxal. Governo forte no Congresso não faz contagem de conta-gotas de votos.
A menos que a situação expresse, como na manhã de ontem na Câmara, a falência talvez ainda não do sistema de coalizão, mas certamente da metodologia empregada para o manejo do mastodonte.
"É uma festa estranha com gente esquisita", disse em determinado momento um deputado ao microfone de apartes em que se revezavam governistas ora implorando aos correligionários que registrassem suas presenças, ora apelando à oposição que abrisse mão de seu direito regimental de obstruir a votação.
Como se os oposicionistas com seus 90 deputados tivessem alguma coisa a ver com a evidência de que os aliados do governo não conseguiam ou não queriam fazer valer a vantagem de 166 parlamentares existente entre o quorum necessário (257) e o tamanho da base (423).
Mesmo alvo de ironias por causa de sua insignificância numérica e inferioridade política, a oposição já ajudou o governo em outras ocasiões.
Arcou com o ônus de ser vista como condescendente e, portanto, sem vocação para o exercício do contraditório na medida necessária para levá-la a condições razoáveis de competitividade eleitoral. Em resumo algo chulo: é tida como frouxa.
No caso da MP dos Portos não foi. Na Câmara nem no Senado, onde, contudo, a resistência oposicionista deveu-se a outro tipo de deformação gerada no campo situacionista: a transformação da Casa revisora em cartório de ofício com requintes de humilhação.

Um comentário:

Climério de Ameida disse...

O grande drama do Brasil, o maior de todos é...que ele não existe. Ou não existe ainda. O que há é uma imensa brotoeja espalhada dentro daquele Congresso - Santo Deus, por que razão ainda escrevon essa palavra com letra maiúscula??????? Ela afeta a quem adentra (horrenda novidade depalavra) os umbrais das duas Casas, ao menos àqueles que chegam com mandato. De maneira que não tem nada de base do Governo ou da oposição. Trata-se de um balcão de negócios entre os afetados pela brotoeja iedolócia de ser deputado ou senador!