Mateus Solano interpreta Félix, o malvado da vez do horário nobre
- Personagem jogou a filha recém-nascida da irmã numa caçamba de lixo
RIO — Debochado e invejoso, o vilão Félix (Mateus Solano) já mostrou do que é capaz no primeiro capítulo de “Amor à vida”. O personagem jogou numa caçamba de lixo a filha recém-nascida da sua irmã, a mocinha Paloma (Paolla Oliveira). Gay enrustido, ele foi o responsável pelas tiradas mais ácidas na estreia do folhetim, o primeiro escrito por Walcyr Carrasco para o horário nobre da Globo.
A trama começa com a família de César (Antônio Fagundes) e Pilar (Susana Vieira), pais de Félix e Paloma, em Machu Picchu, no Peru. Eles estão reunidos ali para comemorar o ingresso da mocinha na faculdade de Medicina. O vilão, de cara, debocha do destino escolhido pela família. E diz que eles poderiam ter ido fazer compras em Paris.
Félix quer tomar conta do hospital da família. E conta para a irmã que ela é adotada só para gerar mais intriga. Tudo mentira. Paloma argumenta que é parecida com a mãe. Mas Félix devolve: “Genética não tem nada a ver com cabelo tingido. Mamãe não deve nem lembrar qual era a cor do cabelo dela”, diz o malvado.
Em outro momento, mais deboche do vilão numa conversa com a mocinha: “Mamãe não clinica há séculos. Acho que ela entende mais de cílios postiços do que de medicina”.
O ritmo é acelerado. Após brigar com a mãe, Paloma foge com Ninho (Juliano Cazarré), que acabou de conhecer nas ruínas de Machu Picchu. Os dois caem na estrada e ela engravida. Mas a mocinha resolve voltar para São Paulo e ter o seu filho. Para conseguir o dinheiro para a viagem, Ninho transporta droga e é preso no aeroporto. Paloma esconde a gravidez da família e aceita todos os conselhos de Félix, que a chama de “meu doce”, “meu amor”, “meu bem”. Falso?
Ele joga a própria sobrinha no lixo e ainda diz que a menina “parece uma ratinha”. E isso foi só o começo.
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Um comentário:
A novela é um eficiente termômetro das tensões sociais de cada época.
A idéia de um gay ser apresentado como um vilão execrável tem um grande efeito didático nos dias em que qualquer problemas social relativo ao homossexualismo pressupõe que o vilão seja sempre o hetero.
O rótulo homo ou hetero em nada contribui para qualificarmos bandidos e mocinhos.
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