sábado, 25 de maio de 2013

Obama: ‘Não há espaço nas Forças Armadas para abuso sexual’

Presidente dos EUA afirma que escândalos de agressão sexual ameaçam a confiança dos militares

  • Obama exorta soldados a enfrentarem crime com honra e coragem


Barack Obama discursa para os graduados da Academia Naval americana, em Annapolis
Foto: LARRY DOWNING / REUTERS
Barack Obama discursa para os graduados da Academia Naval americana, em Annapolis LARRY DOWNING / REUTERS
WASHINGTON - No momento em que o governo americano discute escândalos de abuso sexual nas Forças Armadas, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou nesta sexta-feira que não há espaço para militares que cometem esse tipo de crime. Em discurso para os graduados da Academia Naval americana, em Annapolis, o presidente exaltou a importância do Exército como a instituição mais respeitada do país e disse que esse tipo de conduta é inaceitável. Um estudo recente do Pentágono revelou que 26 mil membros das Forças Armadas foram vítimas de abuso sexual no ano passado.
O presidente ressaltou que a agressão sexual ameaça a confiança e a disciplina que fazem com que os militares dos EUA sejam respeitados. Ele exortou os novos licenciados a usarem a honra e a coragem para enfrentar crimes de agressão sexual na medida em que assumam posições de liderança nas Forças Armadas.- Devemos reconhecer que, mesmo aqui, mesmo em nossas Forças Armadas, vimos como a má conduta de alguns podem ter efeitos que se propagam por toda parte - afirmou o presidente, lembrando que uma foto digital que mostra um mau comportamento pode se tornar “viral” e colocar as forças americanas em risco. - Aqueles que cometem agressões sexuais não cometem apenas um crime...é por isso que temos que estar determinados a acabar com esses crimes. Porque eles não têm espaço entre os maiores militares da Terra.
Obama comparou o problema de abuso sexual com outras instituições americanas que foram danificadas pela conduta questionável de algumas pessoas, incluindo o setor financeiro, referindo-se ao mais recente escândalo da Receita Federal.
- Todos os dias os nossos funcionários fazem o seu trabalho com profissionalismo, protegendo a nossa segurança nacional e entregando os serviços que tantos americanos esperam - disse o presidente. - Mas, como vimos novamente nos últimos dias, a má conduta de alguns podem corroer ainda mais a confiança do povo em seu governo. E isso é inaceitável para mim e eu sei que é inaceitável para você.
Obama prometeu manter a “superioridade militar” dos Estados Unidos, mesmo em uma época de cortes orçamentários, e fornecer às tropas todos os recursos de que necessitam.
A agressão sexual tornou-se uma grande preocupação para o governo americano devido ao crescente número de casos dentro das Forças Armadas, alguns deles envolvendo oficiais que deveriam prevenir o crime. Um estudo recente feito pelo Pentágono revelou quem em 2012 mais de 26 mil militares sofreram abusos sexuais, um aumento significativo na comparação com o ano anterior, quando 19 mil militares dos EUA sofreram esse tipo de violência, quase sempre perpetrada por colegas.
O estudo do Pentágono foi baseado em uma pesquisa confidencial enviada a 108 mil membros ativos do serviço militar. Em um relatório separado divulgado poucos dias antes, os militares documentaram 3.374 relatos de violência sexual no ano passado contra 3.192 em 2011, sugerindo que muitas vítimas continuam não denunciando os crimes.
Preocupações com assédio e agressão sexual nas forças armadas não são novas. Em 1991, dezenas de mulheres foram agredidas por membros da Marinha e dos fuzileiros navais em um hotel de Las Vegas, onde a Associação Tailhook estava tendo sua convenção anual. Tailhook é uma associação sem fins lucrativos que apoia os aviadores navais.
Na quinta-feira, na Universidade Nacional de Defesa, Obama defendeu seu polêmico programa de ataques aéreos e renovou seu impulso para fechar Guantánamo, centro de detenção em Cuba.


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