quinta-feira, 16 de maio de 2013

Oposição faz nova manobra para atrasar votação da MP dos Portos na Câmara


DEM apresenta cinco emendas aglutinativas, que foram acolhidas pelo presidente da Câmara

  • Câmara precisa fazer ainda mais 17 votações

Os deputados Ronaldo Caiado (à esquerda) e Anthony Garotinho (à frente) durante a sessão
Foto: Jorge William
Os deputados Ronaldo Caiado (à esquerda) e Anthony Garotinho (à frente) durante a sessão Jorge William
BRASÍLIA - A oposição não se deu por vencida com a rejeição das nove novas emendas aglutinativas apresentadas no início da tarde, para modificar o texto da MP dos Portos e tentar impedir a conclusão da votação da matéria. O presidente Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) rejeitou as primeiras nove emendas aglutinativas sob o argumento de que versavam sobre matérias já votadas ontem. Agora, com base em emendas não acolhidas no projeto de resolução do senador Eduardo Braga (PMDB-AM), o Democratas apresentou outras cinco emendas aglutinativas, com texto ainda não apreciado, e Henrique não teve como rejeitar. Agora, em vez de 12 votações, o plenário da Câmara ainda precisa fazer mais 17 votações, além de requerimentos de retirada da matéria da pauta, que a cada nova sessão, a oposição apresenta.
— Teremos mais algumas sessões. Se preparem para ficarmos aqui até quando precisar — disse Henrique Alves agora aos presentes.
Ao discursar contra o requerimento de retirada de pauta, reapresentado pela oposição na reabertura de mais uma sessão extraordinária, o deputado Amauri Teixeira (PT-BA), disse que está preparado para ficar e concluir a votação da MP dos Portos.
— Se é para varar a noite votando, sem problemas, eu vararei! Podem sair do plenário, comprar uma bugiganga, mas fiquem no plenário — apelou o petista.
— O deputado Amauri precisa dizer que bugingangas andam comprando — respondeu o líder do PSOL, Chico Alencar (RJ).
O líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), fez um apelo para que os parlamentares sejam sucintos.
Com um quórum mais apertado que na noite anterior, quando partidos da base estavam em peso no plenário, a Câmara continua votando muito lentamente as emendas pendentes para novas regras as concessões, arrendamentos e autorizações de instalações portuárias, públicas ou privadas. Se a votação da MP não for concluída pelo Congresso até amanhã, o texto perderá o prazo de vigência.
— Ao invés de a articulação do governo atuar para reduzir o estresse na base, atua para aumentar o estresse — disse Cunha.O líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ) disse que não irá obstruir nem dificultar as votações das emendas ainda pendentes.Ele criticou a presidente Dilma Rousseff por medir forças ao desautorizar acordo sobre MP dos Portos.
A oposição continua obstruindo como pode, com discursos e encaminhamentos, para impedir a conclusão da votação ainda hoje, a tempo de ir para o Senado. O deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE), experiente no processo legislativo, prevê que a votação pode se estender até a madrugada.
O primeiro destaque do PSB votado, apesar da obstrução, foi aprovado por unanimidade. O segundo destaque, do PDT, foi rejeitado pela maioria governista. Por volta das 16h o quórum no plenário era de 247 presentes. Ontem a noite chegou a 488.
— Nesse ritmo senhor presidente, a votação só será concluída às oito horas de amanhã — disse Inocêncio, fazendo um apelo à oposição que, pelo bem do Brasil, abrisse mão da obstrução.
— Ficamos aqui até as 5 horas da madrugada e graças a Deus não votamos a conclusão da MP dos Portos. E se Deus quiser não vamos votar hoje — disse o deputado Sílvio Costa (PTB-PE), um dos que mais têm brigado contra a aprovação da MP na Câmara.
— Hoje vamos ficar de novo até as duas da manhã — avisou o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS).
De volta ao plenário, depois do embate de ontem, Eduardo Cunha foi à tribuna para dizer que não se sentia derrotado nas votações de ontem, quando o Governo resolveu jogar tudo para derrotar a emenda aglutinativa número 4, patrocinada pelo PMDB. irritado com a interpretação de que foi vencido no confronto com o PT e outros partidos da base, Cunha disse que podem discordar dele com argumentos, mas não com "falácias". No PMDB corre a versão de que a presidente Dilma Rousseff atuou pessoalmente para impor-lhe uma derrota, para demarcar posição com Cunha.
— Agiram aqui ontem como se fosse questão de vida ou morte derrotar o PMDB. É um direito do partido aprimorar a proposta. Se achavam que iam derrotar o líder do PMDB, derrotaram a bancada do PMDB. Eu não me sinto derrotado — discursou Eduardo Cunha.


Um comentário:

Alberto disse...

Se desligarem os aparelhos (propinas do Executivo) o Congresso para, levando o Brasil ao fundo do poço.
Com todos seus erros, já estamos com saudades do FHC.