segunda-feira, 13 de maio de 2013

Papa cria centenas de novos santos da Igreja



Os 813 mártires da Itália, e freiras da Colômbia e do México foram canonizados neste domingo



Papa Francisco cumprimenta os fiéis no fim da canonização em massa na Praça São Pedro
Foto: Gregorio Borgia / AP
Papa Francisco cumprimenta os fiéis no fim da canonização em massa na Praça São Pedro Gregorio Borgia / AP
VATICANO — O Papa Francisco fez centenas de novos santos em sua primeira cerimônia de canonização na Praça São Pedro. Entre eles, estão 813 italianos mortos no século XV por recusarem a se converter ao Islã. O Vaticano avaliou se deveria fazer estas primeiras canonizações nos dois primeiros meses do Papa Francisco por causa do risco de serem interpretadas como anti-islâmicas, mas integrantes da Cúria argumentaram que as mortes devem ser entendidas em seu contexto histórico.
- Enquanto nós veneramos os mártires de Otranto, pedimos a Deus para sustentar os muitos cristãos que, hoje em dia, em muitas partes do mundo, neste momento, ainda sofrem violência e dar-lhes a coragem de serem fiéis de responder ao mal com o bem - disse o Papa Francisco diante mais de 70 mil pessoas na Praça de São Pedro.
Na Itália foram canonizados Antonio Pezzula e os 812 mártires de Otranto. Em 1480, mais de 20 mil soldados turcos invadiram e saquearam a cidadela, o que é hoje conhecido como a região de Puglia, no Sudeste da Itália, “calcanhar” da península em forma de bota. Os invasores mataram o arcebispo da cidade e exigiram que os moradores, incluindo muitos que se refugiaram na catedral da cidade, se convertessem ao islamismo, ordenando a execução e decapitação dos homens de 15 anos ou mais que se recusara. Pezzulla, também conhecido como Primaldo, era o líder do grupo de 813 mártires que recusaram se converter.
Na Colômbia, a primeira santa canonizada é a Freira Laura Montoya, que nasceu em 1874 e trabalhou como professora e líder espiritual da população indígena no país. Em 1914, ela e cinco outras mulheres partiram a cavalo para sua missão na floresta, fundaram o núcleo de uma nova ordem religiosa, a Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada, que trabalha hoje em 21 nações. Ela morreu em 1949.
Maria Guadalupe Garcia Zavala, do México, nasceu em 1878 e decidiu se dedicar a cuidar de doentes aos 22 anos. Sua missão aconteceu durante um período de tensão entre Igreja e Estado, quando dezenas de milhares de pessoas foram mortas, entre 1926 e 1929, na revolta dos rebeldes católicos contra as leis anticlericais. Ela ajudou a evitar a perseguição os católicos durante a repressão do governo sobre a fé, inclusive escondendo o arcebispo de Guadalajara em uma clínica oftalmológica por um ano e meio, depois que famílias católicas locais se recusaram a abrigá-lo. Também conhecida como Mãe Lupita, ela cofundou uma ordem de freiras, da Congregação das Servas de Santa Margarida Maria e dos Pobres. Ela morreu em 1963.


 

Nenhum comentário: