Após protestos, governo quer reconstruir o setor como prioridade nacional
- Meta é aumentar fluxo de visitantes em 20% este ano
DUBAI, Emirados Árabes Unidos – O Egito está aberto a visitantes “que bebam alcoól e que usem biquini” para , disse neste domingo o ministro do Turismo do país. O turismo é um pilar da economia egípcia mas tem sofrido desde que a insurgência popular que derrubou o ditador Hosni Mubarak em 2011 e detonou dois anos de instabilidade e protestos periódicos. O ministro, Hisham Zaazou, disse que o governo tem “objetivos otimistas” para o setor, e minimizou comentários do grupo radical muçulmano salafi, que têm reivindicado o banimento de álcool e de mulheres usando roupas de banho.
— Biquínis são bem-vindos no Egito e bebida (alcoólica) ainda é servida — disse Zaazou em uma entrevista coletiva durante uma visita aos Emirados Árabes Unidos. — Tivemos conversas com estes grupos Salafi e eles agora entendem a importânicia de se dizer este tipo de coisa — acrescentou o ministro, um independente que não é membro da Irmandade Muçulmana governante.
O presidente islâmico Mohamed Mursi chegou a aumentar os impostos sobre bebidas alcoólicas em dezembro, mas foi obrigado a voltar atrás depois que a manobra foi criticada pelo setor de turismo e por liberais.
Declínio e retorno
Antes do início dos protestos contra o governo, o turismo respondia por cerca de 10% da economia egípcia. Em 2010, o país recebeu 14,7 milhões de visitantes, que trouxeram US$ 12,5 bilhões para os negócios locais, mas esse número caiu para 9,8 milhões no ano seguinte, e faturamento, para US$ 8,8 bilhões.
De acordo com Zaazou, 2012 mostrou uma recuperação, com 11,5 milhões de turistas e faturamento de cerca de US$ 10 bilhões. Já no primeiro trimestre deste ano, foi registrado um aumento de 14,6% em relação ao mesmo período do ano passado, disse ele. A meta de longo prazo é alcançar 30 milhões de turistas e receita de US$ 25 bilhões em 2022.
Zaazou disse que reconstruir o turismo é uma prioridade nacional. Para ajudar a cumprir a meta de aumentar o número de visitantes em 20% este ano, o ministério instalou câmeras nos maiores resorts, para alimentar um website com transmissão em vídeo ao vivo.
— Queremos mostrar às pessoas que o Egito é seguro, e a melhor maneira de fazer isso é através do live streaming. O próximo passo será ter essas imagens exibidas em praças públicas em Paris ou Nova York.
Buscando novos mercados, o Egito tentou abrir as portas aos turistas iranianos este ano, após 34 anos de relações diplomáticas congeladas. Mas a medida enfrentou protestos dos muçulmanos sunitas linha-dura do Cairo, que acusaram o Irã de tentar espalhar a fé xiita, o que levou à suspensão dos voos comerciais a partir do Irã em abril.
— Esta é uma suspensão temporária, o turismo irá retornar. Estamos atualmente em conversas com estes grupos que discordaram — disse Zaazou, acrescentando que espera ver o assunto resolvido nas próximas duas semanas.
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