quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Lula diz que adversários se sentem incomodados com seu sucesso




Lula perticipa do evento de comemoração dos 30 anos da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em São Paulo
Foto: Marcos alves / O Globo
Lula perticipa do evento de comemoração dos 30 anos da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em São Paulo Marcos alves / O Globo
SÃO PAULO - Em discurso na festa de comemoração dos 30 anos da Central Única dos Trabalhadores (CUT), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou-se aos adversários políticos e disse nesta quarta-feira que eles se sentem incomodados com o sucesso alcançado por ele. Lula dedicou parte do pronunciamento a críticas à imprensa e chegou a comparar-se ao ex-presidente dos Estados Unidos Abraham Lincoln.
— Nós sabemos o time que temos, sabemos o time dos adversários e sabemos o que eles estão querendo fazer conosco. Acho que a bronca que eles tinham de mim é o meu sucesso e agora é o sucesso da Dilma. Eles não admitem que uma mulher que veio de onde ela veio dê certo porque a onda pega. Daqui a pouco qualquer um de vocês vai querer ser presidente da República —afirmou Lula.
Um dos fundadores da CUT, o ex-presidente orientou a atual diretoria da entidade a organizar-se para obter maior visibilidade na imprensa. Nesse momento, Lula fez diversas criticas à mídia, mas sem mencionar especificamente veículos de comunicação.
— Essa gente nunca quis que eu ganhasse as eleições. Nunca quis que a Dilma ganhasse as eleições. Aliás, essa gente não gosta de gente progressista. Esse dia eu estava lendo, eu ando lendo muito agora, viu, Gilberto (Carvalho, ministro da Secretaria Geral da Presidência), o livro do Lincoln e fiquei impressionado como a impressa batia no Lincoln em 1860. Igualzinho bate em mim. E o coitado não tinha computador. Ele ia para o telégrafo esperando tic tic tic. Nós aqui podemos xingar o outro em tempo real. Quanto já estão tuitando aí? Eu estou naquela idade de parar de reclamar que aqueles que não gostam de mim não me dão espaço — disse Lula.
O ex-presidente afirmou que não é preciso pedir favor a jornais.
— Nós temos uma arma poderosa totalmente desorganizada e a gente não tem que ficar chorando porque não saiu no jornal tal. Não tem problema, a gente não tem que pedir favor. Pegue o espaço que temos e faça com que ele seja bem utilizado. Esse país teve formadores de opinião pública que era contra as Diretas Já. Só foram para a rua quando tinha 300 mil pessoas na praça da Sé. Essa gente não era contra a derrubada do Collor. Só foram para a rua quando a gente já estava na rua — completou o ex-presidente.
Para Lula, a imprensa somente noticia quando o assunto é ruim para o governo.
— Quantas vezes vocês fazem passeata em Brasília e não aparece (na mídia)? Se for contra o governo, aí vai aparecer na televisão e, se alguém xingar o governo, vai aparecer mais ainda (...) Nos anos 80 qualquer imbecil se achava formador de opinião pública. Falava meia dúzia de bobagens na televisão e já achava que mudou o mundo. Nunca disseram que o presidente da CUT era formador de opinião e nós mudamos esse conceito porque, apesar de a gente reclamar e do que, às vezes, fazem com a gente, eu não vivo reclamando do espaço que eles não me dão. Eu agora estou querendo saber o que falta eu fazer para ter o espaço que eu quero independente deles — afirmou o ex-presidente.
Condenado no processo do mensalão, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares esteve no evento.


 

Cartas de Berlim: Ovos orgânicos não tão orgânicos assim




Tamine Maklouf
Odeio admitir, mas vou falar sobre mais um escândalo fresquinho na área dos alimentos, desta vez dos ovos. Ou, mais especificamente, dos ovos orgânicos.
Para ser ainda mais específica, vamos falar das galinhas. Digamos que alguém andou dizendo que elas estavam sendo tratadas com dignidade em troca de seus preciosos pintinhos não nascidos, mas descobriu-se com devida indignação que não era bem assim.
Na Alemanha existem “selos” que determinados alimentos orgânicos trazem na embalagem para mostrar ao consumidor que se trata de fato de um produto “bio”. Como já falei aqui, com a indústria bio cada vez mais lucrativa (ela cresceu 6% em 2012 com relação a 2011) há muita oferta de orgânicos e eles não entram no mercado sem os benditos selos.


Semana passada mesmo eu comprei um vidro de mel orgânico. O rótulo até trazia uma pequena explicação sobre o que sequer era um mel orgânico e como ele é ganho - devem saber que é um conceito difícil de ser assimilado por leigos -, e ainda trazia escrito o país de origem do produto.
Muito legal, se não fossem cinco os países de origem: Alemanha, Romênia, Bulgária, Hungria e Brasil. Isso quer dizer que naquele vidro de 500 gramas havia mel de cinco nacionalidades e, mesmo assim, os produtores me podiam certificar que o mel era “bio”. Agora, como ter controle dessas certificações rolando entre países tão distantes? “Espero que a parte da Romênia seja mesmo bio”, pensei.
Você pode achar que sou condescendente com os alemães. Mas depois de quase quatro anos aqui, eu enfim entendi que alemão simplesmente não dá ponto sem nó. Não dá, eu te digo. Difícil algo passar batido na mão deles.
Então tá, né?
E eis que alguns dias após a minha pequena desconfiança, venho a saber do tal do escândalo dos ovos bio. 150 granjas na região da Baixa Saxônia venderam milhões de ovos declarados como bio, muito embora suas galinhas vivessem espremidas em gaiolas, com bicos cortados, como manda o esquema da produção industrial.
Um ovo orgânico vem de uma galinha criada livremente e alimentada de ração também orgânica. Ao chamarem seus ovos de bio, esses produtores estavam lucrando em cima da boa fé dos coitados dos consumidores preocupados em adquirir ovos mais ecologicamente corretos. O pior de tudo é que as autoridades já estavam cientes das irregularidades, mas abafavam o caso desde 2011.
Eu temo que isso seja apenas a ponta do iceberg. Muita gente ainda vai se decepcionar muito com o mercado de orgânicos na Alemanha.

Rui Falcão diz que candidatura de Lindbergh no Rio é para valer



  • Presidente do PT diz que senador petista deve prosseguir sem hostilidade à gestão de Sérgio Cabral
SÃO PAULO - O presidente nacional do PT, Rui Falcão, defendeu nesta quarta-feira a pré-candidatura do senador petista Lindbergh Farias ao governo do Rio de Janeiro em 2014. Ele disse que a postulação do senador é "para valer". Nesta semana PT e PMDB protagonizaram um embate público sobre a sucessão estadual.

— Mas não estamos pensando em desistir dele não. A candidatura dele é para valer. Ele está iniciando caravanas e vai prosseguir sem nenhuma hostilidade ao governo Sérgio Cabral —afirmou Falcão.
As movimentações de Lindbergh para viabilizar-se como candidato levaram PT e PMDB a divergirem publicamente. O PMDB do Rio de Janeiro emitiu nota cobrando do PT apoio à candidatura do vice-governador, Luiz Fernando Pezão. A carta sugere que o partido aliado poderá não apoiar a reeleição da presidente Dilma Rousseff em caso de duas candidaturas no Rio. O presidente nacional do PMDB, Valdir Raupp, já disse que apoia a posição do diretório do Rio.
Falcão disse que a disputa faz parte e que as duas postulações são "legítimas".
— O mais provável nesse período é termos as duas candidaturas. Se for possível no ano que vem uma convergência, é uma possibilidade. Caso contrário, acho que caminham as duas candidaturas. Se ambos forem para o segundo turno, que vença o melhor. Os dois partidos têm legitimidade para lançar suas candidaturas.
Lindbergh é a estrela da propaganda partidária do PT veiculada neste início de ano no Rio de Janeiro. O discurso empunhado pelo PT no estado é uma reedição da campanha vitoriosa de Fernando Haddad para a prefeitura de São Paulo.
— Tem uma linha de comunicação semelhante já que foi o João Santana quem criou os comerciais — disse Falcão.
O presidente do PT participou nesta manhã da comemoração dos 30 anos da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em São Paulo. Ex-tesoureiro nacional do PT e condenado no processo do mensalão, Delúbio Soares também participa do evento, assim como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


A Palavra do Dia


Surrealismo (27/02/2013)
O surrealismo foi um movimento artístico iniciado na Europa na década de 1920, e tinha como objetivo valorizar o sonho e o inconsciente. Influenciados pelas teorias psicanalíticas de Sigmund Freud, os surrealistas enfatizavam o papel do inconsciente na atividade criativa. De acordo com Freud, o homem deve libertar sua mente da lógica imposta pelos padrões comportamentais e morais estabelecidos pela sociedade e dar vazão aos sonhos e às informações do inconsciente. O movimento surrealista se dividiu em duas correntes. A primeira, representada principalmente por Salvador Dalí, trabalha com a justaposição e a distorção de imagens conhecidas, como os relógios da obra ‘A persistência da memória’. Já na segunda, as pinturas passam a apresentar formas curvas, linhas fluidas e muitas cores; ‘O carnaval de Arlequim’ representa bem esta vertente. As curvas e as cores vivas, presentes em ambas as correntes do surrealismo, combinavam o abstrato e irreal ao instinto e incoerente, representando a atividade do inconsciente. O grupo dos principais artistas incluía, além de Dalí, Picasso, Magritte, Max Ernst, além do cineasta Luis Buñuel, que transportou a estética surrealista para seus filmes.

Comentários dos Leitores

Alberto deixou um novo comentário sobre a sua postagem "O Decote Censurado": 
Se os censores de plantão tivessem liberdade tapariam o colo da oposição e cobririam os ombros dos meios de comunicação 

Alberto deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Quanto custa o Congresso Nacional?, por Gil Castel...": 
Tudo no Brasil é mais caro.
Este é um vício adquirido, não vem em nosso DNA.
Não há nenhuma explicação para impostos escorchantes e administração pública ineficiente com desfalques monumentais.
O julgamento dos mensaleiros foi um primeiro passo e a sanitização do ninho de corruptos do PT será o segundo através das próximas eleições para reinventarmos o Brasil. 

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Quanto custa o Congresso Nacional?, por Gil Castelo Branco



Gil Castello Branco, O Globo 
A democracia não tem preço, mas o Legislativo brasileiro tem custo elevado. No ano passado, as despesas da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Tribunal de Contas da União (TCU) atingiram R$ 9 bilhões, montante equivalente aos dispêndios integrais de seis ministérios: Cultura, Pesca, Esporte, Turismo, Meio Ambiente e Relações Exteriores.
Neste ano, somente os gastos das duas Casas Legislativas, excluindo o TCU, deverão alcançar 8,5 bilhões. Assim sendo, chova ou faça sol, trabalhem ou não suas Excelências, cada dia do parlamento brasileiro custará R$ 23 milhões, ou seja, quase um milhão por hora!
Estudo realizado no ano passado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em parceria com a União Interparlamentar revelou que o congressista brasileiro é um dos mais caros do mundo. No campeonato de 110 países, o Brasil ganhou a medalha de prata no ranking dos custos por parlamentar, atrás apenas dos Estados Unidos. Na classificação dos custos por habitante, ocupamos a 21ª posição.


Dentre as Casas, a vilã do momento é a Câmara que custou aos contribuintes R$ 4,3 bilhões em 2012, montante superior em R$ 400 milhões à média de R$ 3,8 bilhões dos últimos dez anos. Já no Senado, em função dos escândalos de 2009, as despesas vêm caindo e, no ano passado, foram as menores desde 2010, totalizando R$ 3,4 bilhões.
Considerando os 15.647 servidores da Câmara e os 6.345 do Senado, o Congresso é uma “cidade” com quase 22.000 funcionários efetivos e comissionados. A título de comparação, dentre os 5.570 municípios do País, apenas 27% possuem mais habitantes. Em 2012, o custo de “pessoal e encargos sociais” no Congresso Nacional foi de R$ 6,4 bilhões, o que correspondeu a 84% da despesa global. A conta inclui salários, gratificações, adicionais, férias, 13º salário e outras vantagens. Só pelo trabalho noturno, Câmara e Senado pagaram R$ 4,5 milhões em 2012.
Comparativamente, o Legislativo é o campeão de salários médios entre os Poderes. Em dezembro de 2012, segundo o Ministério do Planejamento, a média salarial do Legislativo foi de R$ 16,3 mil, mais do que o dobro dos R$ 6,7 mil que ganham os servidores do Executivo. No Judiciário, a média é de R$ 13,5 mil.

Gil Castello Branco é economista e fundador da organização não governamental Associação Contas Abertas


O Decote Censurado


Agência iraniana censura look de Michelle Obama

Vestido Naeem Khan foi modificado digitalmente para atender as diretrizes do país


Duas Michelles: na foto original (à esquerda), da AFP, e na manipulada, da agência iraniana Far News Agency Foto: Montagem sobre fotos AFP e Far News Agency
Duas Michelles: na foto original (à esquerda), da AFP, e na manipulada, da agência iraniana Far News AgencyMONTAGEM SOBRE FOTOS AFP E FAR NEWS AGENCY

RIO - Michelle Obama foi uma das grandes surpresas do Oscar 2013. A primeira-dama americana surgiu no telão para apresentar o prêmio de melhor filme - que acabou indo para "Argo". Como outras estrelas do evento, Michelle apostou no poder do brilho para não passar despercebida. Para arrematar, o estilista Naeem Khan evidenciou o colo da mulher de Obama.
No entanto, o decote de Michelle não agradou a todos. Segundo o portal "Huffington Post", a agência de notícias iraniana "Far News Agency" modificou digitalmente o look para atender às diretrizes do país, já que colo e ombros não são bem vistos entre os muçulmanos.
A solução encontrada foi adicionar mangas e aumentar o decote, além de acrescentar um pouco mais de brilho.


O Papa Emérito


Após deixar o cargo, Bento XVI será chamado de Papa Emérito

  • Pontífice continuará usando batina branca, mas trocará sapatos italianos vermelhos por mexicanos marrons
Tópicos da matéria:

Bento XVI durante sua última oração do Angelus antes de deixar seu posto
Foto: ALESSANDRO BIANCHI / REUTERS
Bento XVI durante sua última oração do Angelus antes de deixar seu postoALESSANDRO BIANCHI / REUTERS
VATICANO - Após deixar o posto de líder da Igreja Católica, Bento XVI continuará sendo chamado de Sua Santidade e terá o título de Papa Emérito ou Romano Pontífice Emérito, de acordo com comunicado divulgado nesta terça-feira pelo Vaticano. Segundo o porta-voz Federico Lombardi, o período de Sede Vacante - ausência do Papa - começa na quinta-feira (28), a partir das 20h (horário local). Na sexta-feira, dia 1° de março, o decano do colégio cardinalício enviará a convocação para o início das congregações gerais, que poderiam começar na segunda-feira, dia 4 de março.
Após o dia 28 de fevereiro, Bento XVI será levado a sua nova residência no Castelo Gandolfo, onde ficará nos próximos meses junto a seus documentos privados. Os documentos sobre seu pontificado ficarão no Vaticano para serem arquivados.Lombardi salientou que Bento XVI usará um anel diferente do de Pontífice, que será destruído pelo camerlengo e seus colaboradores. Em relação a sua vestimenta, o Papa Emérito continuará a usar uma batina branca simples, e não está previsto que utilize os usuais sapatos vermelhos italianos, mas sim mocassins marrons que foram presentes de um sapateiro em sua viagem a León, no México.
Depois do período de descanso, o Papa vai se mudar para um mosteiro de clausura na ala norte dos jardins do Vaticano. O local passará a ser o seu novo lar, mostrando que o Pontífice escolheu não viver próximo a seu sucessor para não influenciá-lo, segundo assessores.
Bento XVI, de 85 anos, é o primeiro Papa católico a renunciar em quase 600 anos. Dada a raridade da ocasião, autoridades do Vaticano tiveram que se reunir com urgência para decidir o novo título do religioso e como ele irá se vestir.


Comentários dos Leitores

Alberto deixou um novo comentário sobre a sua postagem "O Português (e não é piada), por Elton Simões": 
Se existe patrimônio cultural o chefe da banda é a língua.
A invasão dos bárbaros está diante de nossos portões.
Se cheeseburger já era ruim imagina o Xburger! 

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

O Português (e não é piada), por Elton Simões


Elton Simões

Elton Simões 
Viajar de Vancouver ao Rio é uma jornada. Desta vez demorou 21 horas. Precisa realmente de muita vontade. Desta vez, incluindo conexões e tempo de aeroporto, check-in e bagagem, foram 23 horas. Difícil encarar a verdade de que as horas investidas em uma viagem tão longas não voltam mais. Por isso, quando a gente chega, fica sedento de experimentar as coisas boas da terrinha.
Infelizmente, parece que os administradores de aeroportos conspiram para roubar o prazer da viagem. A bagagem atrasa, o ar condicionado não funciona, os funcionários se estressam e os passageiros, como se antecipando, prevendo ou refletindo as imperfeições, transpiram ansiedade.
Apesar dos esforços das entidades responsáveis pela infraestrutura turística em transformar prazer em provação, visitar a terrinha é sempre um prazer. Parece que gente, como os salmões, tem a necessidade de voltar ao local de origem.
A vontade vem do prazer de rever os amigos, andar por lugares familiares e falar (e principalmente ser entendido) na própria língua. O Português tem som único, bonito, expressivo, delicado.
É da manipulação destes sons e da combinação do alfabeto que se formam palavras que transmitem beleza, sentimento e pensamento em língua tão bela. Por isso, como diz a minha editora, todos nós temos a obrigação e a missão de respeitar e honrar a língua portuguesa. Ou morrer tentando. E em honra à beleza do Português, ela faz questão de corrigir e aperfeiçoar meu texto, incluindo os acentos que meu teclado (ou talvez eu mesmo) teima em engolir.


A língua portuguesa é um dos sons mais belos que a garganta pode produzir. É pena que se dê tão pouca atenção à sua utilização, leitura e compreensão. Parece que não existe a compreensão de que, antes de qualquer coisa, o uso correto da língua é o principal ativo para a construção de um povo desenvolvido.
Português corretamente falado e escrito garante beleza e clareza. Mais que isto, garante oportunidade. Já está claro que a maior dificuldade de empregadores é encontrar funcionários que saibam traduzir seus pensamentos em palavras com elegância, precisão e beleza.
Por isso, o ensino do idioma deveria ser prioridade número um. Quem não consegue transmitir pensamentos, não consegue impactar positivamente o mundo. Pensamentos não transmitidos não geram transformação, arte, ação ou oportunidade.
Afinal de contas, como diria o grande filósofo contemporâneo Abelardo Barbosa, quem não se comunica se trumbica.
PS: Dedicado à minha querida editora (e atual amiga) que, todas as semanas, salva meus escritos com seus olhos atentos e correções certeiras.

Elton Simões mora no Canadá. Formado em Direito (PUC); Administração de Empresas (FGV); MBA (INSEAD), com Mestrado em Resolução de Conflitos (University of Victoria). E-mail: esimoes@uvic.ca. Escreve aqui às segundas-feiras.

Comentários dos Leitores

carlos eduardo alves de souza deixou um novo comentário sobre a sua postagem "FH diz que Lula atua ‘como uma espécie de presiden...": 
Foi de fato uma tragédia confiar ao José Serra a tarefa de substituir o grande FHC. Quem o conhecesse sabia que se trata de um egocêntrico insuportável, desagregador ao extremo, em sua insuportável vaidade. Ainda na primeira eleição, que terminou com a vitória petista, Lula não tinha conseguido cunhar no seu, hoje absoluto, eleitorado a imagem caudilhista. Era, portanto, ainda possível batê-lo. Conheço muita gente que convive no meu meio e que votou com Lula por tola razão, ora por achar que estava no momento de experimentar algo novo (?), por não gostar de lhe terem dito que o FHC considerava os aposentados vagabundos (mentira, pois jamais disse isto no contexto citado), mas, sobretudo votaram contra o Serra. De fato, ele é um dos mais antipáticos políticos que já apareceram - e raios foi aparecer logo no meu Partido! - com seus "erres" paulistanos que mais o fazem parecer um argentino... 
A meu triste ver estaremos condenados por mais uma década ao menos ao império do lullismo, essa imensa tragédia que se abateu sobre nós! 

Alberto deixou um novo comentário sobre a sua postagem "FH diz que Lula atua ‘como uma espécie de presiden...": 
Esta campanha deverá ser muito interessante. O PT que sempre pautou suas ações pelo maniqueísmo e dificilmente mudará em dois anos.
Quem sabe a Marta Suplicy influenciada pelos livros sobre os tons de cinza transmita ao partido uma nova filosofia política. 

Symphronio de Labuquer deixou um novo comentário sobre a sua postagem "O Papa e o meteoro, por Cristovam Buarque": 
Cristovam Buarque, com sua vozinha de falsete, é um dinosauro de boas intenções, um anjo que não deu certo por falta de vocação angelical - afinal de contas também os anjos têm de ser realistas, têm de ser um pouco que seja políticos. 

Alberto deixou um novo comentário sobre a sua postagem "O Papa e o meteoro, por Cristovam Buarque": 
O Cristovam é boa gente mas, se a postura de sonhador funcionou para o Martin Luther King, hoje o Brasil precisa de ação. 

domingo, 24 de fevereiro de 2013

O Papa e o meteoro, por Cristovam Buarque




Ao mesmo tempo em que em Roma o Papa Benedito XVI renunciava ao seu pontificado, na Sibéria caia um meteoro. A renúncia foi um destes fatos que nos surpreende com o passado. E a queda do meteoro desperta temor no futuro. São temores que nos fazem sonhar com notícias que nos surpreendam ao longo da vida futura.
Sonho em ler notícia de que a economia é orientada para a redução da pobreza e a construção da igualdade social, com respeito ao equilíbrio ecológico; que o consumo está subordinado ao bem estar, e este à felicidade das pessoas.
Sonho em ler a informação de que todas as crianças do mundo estão em escolas com a mesma alta qualidade, e nenhum pai ou mãe no analfabetismo; que a corrupção passou a ser tema limitado a estudo nos cursos de História; e que todos os políticos são comprometidos com utopias, propondo ações para todo o planeta e as próximas gerações.


Gostaria de ver que os principais recursos da Terra passaram a ser regidos por normas do interesse de toda a humanidade e que a água do mar pode ser dessalinizada a baixo custo energético e com a mesma qualidade da água potável.
Será muito bom saber que todos os políticos eleitos usam os mesmos serviços públicos de seus eleitores; ter a surpresa de ver os mapas-múndi sem fronteiras separando países, todos integrados em uma mesma comunidade de seres humanos, com os mesmos compartilhados sonhos, e saber da desativação da última arma e do último reator nuclear.
Será muito bom saber que os porta-aviões seriam usados apenas para fins turísticos e os bombardeiros para viagens de jovens pelo mundo.
Espero me surpreender ao saber da notícia da cura definitiva de todas as formas de câncer; da recuperação ou o atendimento daqueles que têm deficiências; da previsão e cura do mal de Alzheimer; e do envelhecimento sem a perda do vigor, nem da saúde, nem da memória do passado ou dos sonhos para o futuro.
Gostaria de ver publicidade de chocolate descafeínado, wisky sem álcool, massa que engorda, sal que não eleva pressão arterial. No esporte, quero ver um jogador de futebol ainda melhor do que Pelé.
Sonho ver com deslumbrada surpresa a descida do primeiro homem ou mulher em Marte; quero que ainda em minha vida a ciência seja capaz de criar chips injetáveis no cérebro para fazer cada pessoa ler, entender e falar qualquer idioma; quero usar aeroportos sabendo que não há polícia de fronteira, nem revista ou demora na espera.
Sonho com acordo dos líderes mundiais para desativar o meteoro que explode dentro da civilização industrial, desigualando a sociedade e depredando a natureza.
Ver a notícia de que a tecnologia espacial já dispõe do poder de destruir asteróides a caminho da Terra, garantindo, assim, que a humanidade não terá o destino dos dinossauros e que terá milênios para continuar com boas surpresas, como a de um Papa com dignidade suficiente para abrir mão de seu cargo, nos provocando a lembrar as surpresas do passado e a desejar imaginar sonhos para o futuro.

Cristovam Buarque é professor da UnB e senador pelo PDT-DF.

FH diz que Lula atua ‘como uma espécie de presidente adjunto’



  • Fernando Henrique participou de um seminário organizado pela Casa da Artes, na Gávea, Zona Sul do Rio

FH participa de seminário: PT ‘tem o mensalão na testa’
Foto: Marcelo Piu / Agência O Globo
FH participa de seminário: PT ‘tem o mensalão na testa’ Marcelo Piu / Agência O Globo
RIO E BRASÍLIA- O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) alfinetou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta sexta-feira, em evento no Rio. Disse que o petista está inaugurando um novo cargo, o de “presidente adjunto”, já que é um dos principais articuladores das decisões do governo Dilma Rousseff, e tachou a relação do PT com seu governo de caso de “psicanálise”. FH participou de seminário organizado pela Casa das Garças, na Gávea, Zona Sul do Rio, em homenagem aos 70 anos do ex-ministro da Fazenda Pedro Malan.
— Para o bem do Brasil é preciso que as pessoas respeitem as regras. E que entendam que não podem tratar o adversário como inimigo. Infelizmente, a tática toda a vida do PT tem sido oposta a isso: nós somos bons, vocês são maus — disse FH, frisando que o discurso da ética não poderá mais ser adotado pelos petistas. — Num aspecto eles não podem mais falar, a ética. Porque eles têm o mensalão na testa.
Para FH, esse duelo é um caso de psicanálise:
— A relação do PT comigo pessoalmente e com meu governo é de psicanálise. Tem que tirar o pai da frente, sabe. Eles sabem que quem fez a estabilização fomos nós, quem começou as políticas sociais fomos nós. Não é que eles não tenham melhorado, mas por que precisa dizer que a gente não fez nada?
Perguntado se subiria ao palaque ao lado do senador Aécio Neves, provável candidato do PSDB à Presidência, Fernando Henrique afirmou que estaria presente “no palanque moderno”, a televisão. Mas deixou claro que só apareceria em público ao lado de Aécio se fosse um pedido do partido.
— Se eles pedirem eu vou, eu nunca me ofereço. Uma das vantagens da idade pós-madura é que você não tem mais essa ansiedade de aparecer — disse.
No seu discurso, Malan disse temer que a campanha eleitoral para a Presidência seja marcada por maniqueísmos e lembrou que a transição entre o governo FH e o governo Lula em 2002/2003 foi “uma das mais civilizadas”.
— Foi extraordinariamente importante (a transição entre os dois governos) e nos permitiu fazermos algo que eu espero que consigamos repetir agora, apesar das aparências em contrário. Que nós consigamos evitar excessos de maniqueísmos e de divisões entre nós e eles.
Aécio recruta equipe do Real
A base do Plano Real será o ponto de partida do programa de governo de Aécio Neves, que já começa a ser pensado pelos economistas que formularam e implementaram o plano de estabilização econômica, no governo Fernando Henrique. Aécio ainda não admite oficialmente a candidatura, mas já está montando um grupo de trabalho formado por Pedro Malan, os ex-presidentes do Banco Central Edmar Bacha e Armínio Fraga, além de outros economistas, como José Roberto Afonso.
Depois do confronto com o PT essa semana, Aécio se prepara para novos eventos políticos. Segunda-feira, participa da abertura de um seminário do PSDB em Belo Horizonte, que pretende resgatar Fernando Henrique, recolocando-o no centro do palco tucano para 2014. Além de seminários em outras cidades, o senador mineiro também deve estrelar os programas de propaganda do PSDB que vão ar entre o final de maio e o início de junho, no rádio e na TV.
— Estamos montando um grupo com o pessoal do Plano Real, o Malan, Armínio, Bacha. Tem muita gente querendo colaborar com a construção desse projeto que não é de minha candidatura, é um projeto do PSDB. Estão fazendo uma avaliação dos cenários econômicos, o descalabro fiscal e a derrubada dos fundamentos da estabilidade econômica, para projetar o que tem que ser feito lá na frente — disse Aécio.


 

Psicólogos


Ao Caro Dr. Antônio Roberto,
Psicólogo e Psicoterapeuta

Espero que possa me ajudar.
Peguei meu carro e saí pra trabalhar, deixando meu marido em casa vendo televisão, como sempre. Rodei pouco mais de 1 km quando o motor morreu e o carro parou. Voltei pra casa, para pedir ajuda ao meu marido. Quando cheguei, nem pude acreditar, ele estava no quarto, com a filha da vizinha!
Eu tenho 32 anos, meu marido 34, e a garota 22. Estamos casados há 10 anos, ele confessou que estavam tendo um caso há 6 meses. Eu o amo muito e estou desesperada. Você pode me ajudar?
Antecipadamente grata.
Patrícia

Resposta:
Cara Patrícia,
Quando um carro pára depois de haver percorrido uma pequena distância, isso pode ocorrer devido a uma série de fatores. Comece por verificar se tem gasolina no tanque. Depois veja se o filtro de gasolina não está entupido.
Verifique também se tem algum problema com a injeção eletrônica. Se nada disso resolver o problema, pode ser que a própria bomba de gasolina esteja com defeito, não proporcionando quantidade ou pressão suficiente nos injetores. A pessoa ideal para ajuda-lá seria um mecânico. Você jamais deveria voltar em casa para chamar seu marido. Ele não é mecânico. Assuma seu erro! Não repita mais isso!!!

Espero ter ajudado.
Dr. Antônio Roberto.

Comentários dos Leitores

Alberto deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Eleições unificadas, por Beto Albuquerque": 
A eleição única é certamente, mais barata e mais eficiente facilitando inclusive a negociação de mensaleiros de plantão a cada quatro anos. A aferição do desempenho do legislativo e do executivo dos níveis municipais até federais deve ser realizada pela votação a cada dois anos para o eleitor avalizar ou não o "status quo". O modelo da eleição de senadores 2/3 e depois 1/3 da casa a cada dois anos é adequado. Os cargos de governadores e prefeitos podiam ter o mesmo escalonamento dividindo estados e municípios em dois grupos.
Esta ideia, como aumenta o poder do cidadão, dificilmente será aprovada pelos coronéis de plantão. 
Um presidente, governador ou prefeito a cada dois anos teriam que prestar contas para não perderem o apoio de suas respectivas casas legislativas. 

Alberto deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Sexo, dinheiro e poder podem ter influenciado na r...": 
Mesmo não sendo tudo verdade a eleição de um novo Papa com a condução de uma Cúria preparada para atacar todos os problemas foi uma decisão sábia de Bento XVI 

A Palavra do Dia


Hermafrodita 
Hermafrodita é o termo utilizado para se referir aos seres que têm reunidos em si os dois sexos. Na mitologia grega, o filho dos deuses Hermes e Afrodite se chamava Hermafrodito. Por ter nascido de dois dos deuses mais belos da Grécia, Hermafrodito era um jovem rapaz de beleza estonteante. Salmacis, uma ninfa, apaixonou-se à primeira vista por Hermafrodito ao vê-lo banhando-se em meio à floresta e tentou agarrá-lo de qualquer modo. O jovem, no entanto, recusou o amor de Salmacis. Enquanto ele lutava por desvencilhar-se, ela suplicou aos deuses para nunca mais separá-los. Seu desejo foi concedido, e seus corpos se misturaram numa só forma, intersexual. A palavra 'hermafrodita' refere-se a Hermafrodito, após a união dos dois.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Sexo, dinheiro e poder podem ter influenciado na renúncia do Papa



  • Segundo “La Repubblica”, Bento XVI teria decidido deixar o cargo no dia em que recebeu o dossiê do Vatileaks


Momento em que Bento XVI anunciou para os bispos sua renúncia ao cargo de liderança da Igreja Católica
Foto: AP
Momento em que Bento XVI anunciou para os bispos sua renúncia ao cargo de liderança da Igreja Católica AP
ROMA - O conteúdo do relatório sobre o escândalo conhecido como Vatileaks, entregue ao Papa Bento XVI em dezembro passado, teria sido devastador, a ponto de levar à renúncia do Pontífice, segundo o “La Repubblica”. De acordo com o jornal italiano, ao abandonar o cargo, o Papa pretendia possibilitar a entrada de um líder mais jovem e forte para fazer uma limpeza no Vaticano.

“La Repubblica” afirma que Bento XVI teria decidido neste dia que deveria se demitir. “O dossiê será entregue ao próximo Papa, que deverá ser mais forte, jovem e santo para poder enfrentar o trabalho que espera”, diz o jornal.O dossiê de 300 páginas, contendo a investigação completa sobre o vazamento de documentos secretos da Santa Sé, revelaria disputas de poder, relações homossexuais e mau uso de dinheiro.
- Tudo gira em torno da observação do sexto e sétimo mandamento - afirmou o jornal, citando uma pessoa muito próxima a um dos autores do relatório. “Não pecar contra a castidade", proclama o sexto mandamento, "Não furtar, não roubar e não levantar falso testemunho", diz o sétimo.
O jornal lembra que já em 2010 teria vindo à tona um escândalo que mostrou a existência de seminaristas que se prostituíam, de um membro do coro do Vaticano que atuava como cafetão. A história tinha como protagonista Angelo Balducci, o presidente do Conselho Nacional Italiano de Obras Públicas, que teve seu telefone interceptado por suspeita de corrupção.
Durante a investigação, foi descoberto que Balducci conversava com frequência com um membro do coro da Reverenda Capela Musical da Sacrosanta Basílica Papal de São Pedro no Vaticano -um nigeriano chamado Chinedu Thiomas Eheim - que oferecia serviços sexuais com jovens.
“Só te falo que tem dois metros de altura, pesa 97 quilos, tem 33 anos e é completamente ativo”, disse o membro do coro vaticano a Balducci em uma das conversas interceptadas.
Os encontros sexuais, segundo assegura “La Repubblica” citando a investigação judicial, aconteceram em uma vila fora de Roma, em uma sauna, em um centro estético, no próprio Vaticano e em uma residência universitária que seria a casa de Marco Simeon em Roma, um jovem de 33 anos que acumulou um enorme poder à sombra da cúpula de São Pedro.
O jornal “La Repubblica” fala da possível existência de um “lobby gay” dentro do Vaticano, “uma rede transversal unida pela orientação sexual”. Segundo a publicação, pela primeira vez a palavra homossexualidade foi pronunciada, lida em voz alta no apartamento do Papa. E pela primeira vez se falou, ainda que em latim, da palavra “influentiam” (chantagem), lembra a reportagem, fazendo referência às conclusões finais do documento exposto ao Papa.


Eleições unificadas, por Beto Albuquerque




Beto Albuquerque, O Globo
Quase todo líder político tem em mente sua reforma política ideal. O mesmo vale para a imprensa, a academia, os partidos e as organizações representativas. Em cada pauta dentro desse tema, um emaranhado de sugestões se soma.
Muitas polêmicas se abrem. Há teses para todos os lados — em grande parte, plausíveis. Porém, essa vastidão de ideias e meandros que o assunto desperta é um dos muitos motivos pelos quais a dita reforma não avança.
Trata-se de um jogo de interesses e opiniões que, de tanto ir e vir, acaba gerando imobilismo. Há unanimidade nas intenções globais, mas uma completa divergência no plano das ações. Muito se fala, pouco se faz. Muito se diagnostica, pouco se cura ou remedia. Cada um puxa para um lado. E tudo fica como está.
A experiência no cotidiano do Congresso Nacional mostra que, ao menos no curto prazo, não há sinal para que esse quadro mude. Não é perceptível uma mobilização consistente para mexer estruturalmente nas regras do jogo político, o que é lamentável. Todavia, em vez de esmorecer, precisamos ser realistas e fazer tudo o que é possível diante das condições postas.


Do relatório apresentado pelo deputado Henrique Fontana, uma proposta tem margem para acolhimento praticamente unânime: a unificação das eleições.
Claro que essa mudança não vai transformar a realidade política brasileira por inteiro, mas ela tende a impulsionar um ciclo de outras boas transformações — especialmente em relação ao quadro partidário.
Quem viveu as eleições municipais sabe do que estou falando. Todas as siglas, sem exceção, precisaram adaptar seus discursos para cada quilômetro percorrido.
As coligações foram as mais variadas possíveis ao longo do território nacional. A configuração atual respeita a autonomia local para decidir, o que é compreensível, mas não ajuda a criar uma identidade nacional para os nossos partidos.
Essa tendência conduz à redução do papel das agremiações partidárias, que ficam submetidos tão-somente à abordagem de assuntos de pequeno alcance, localistas.
Claro que nossos partidos precisam e devem ter essa organicidade municipal, mas também precisam ter identidade e potência nacional. Precisam ser um organismo em que pessoas se unem em torno de ideias e programas.
A eleição unificada num só dia — de vereador a presidente da República — tende a exigir esse aprimoramento da coerência partidária, indo ao encontro de um dos anseios da sociedade em relação aos políticos e às agremiações. Reduz os gastos fantasticamente e permite continuidade e sintonia administrativa por um prazo maior.
Não creio que vá desmerecer o pleito municipal. Pelo contrário: o debate tende a elevar as pautas municipalistas, bem como ampliar a importância dos gestores e parlamentares locais. Tudo isso se agrega a um conjunto de partidos mais fortes e com maior participação da sociedade.
É, portanto, uma mudança plausível, possível e viável. Para agora.

Beto Albuquerque é deputado federal (RS) e líder do PSB na Câmara.