sexta-feira, 17 de abril de 2009

O Destino das Passagens



O Ministério Público Federal está investigando a participação de deputados e assessores em um suposto esquema de venda clandestina de passagens aéreas emitidas com verba oficial. Os procuradores acreditam que parte das passagens, que deveriam ser destinadas aos parlamentares, tenha acabado nas mãos de agentes de viagens e atravessadores. Segundo o MP, eles comprariam os bilhetes na Câmara com deságio de até 25% em relação ao preço das companhias aéreas. O lucro com a operação ilegal seria dividido entre deputados, assessores e terceiros.
A suspeita de que a farra das passagens não tenha beneficiado só parentes, amigos e artistas ligados a deputados cresceu. Ao comparar registros de voos pagos pela Câmara com as requisições oficiais, os procuradores identificaram um grande número de passageiros que voaram à custa da Casa sem ter relação aparente com parlamentares. Para a procuradora Ana Carolina Resende, que atua no Distrito Federal, boa parte das pessoas pode ter comprado as passagens sem saber que haviam sido bancadas pelo Congresso.
Até agora, a Procuradoria da República do DF já conseguiu identificar pelo menos um caso do suposto contrabando de passagens, envolvendo dois ex-deputados por Mato Grosso, dois assessores parlamentares e um agente de viagens de Brasília. Os ex-parlamentares sob suspeita são Lino Rossi (PP-MT), apontado pela Polícia Federal como articulador da máfia dos sanguessugas, e sua suplente, a também ex-deputada Thais Barbosa (PMDB-MT).
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Folha on Line, 14/08/2007
Preso ontem em Brasília pela Polícia Federal, o ex-deputado federal Lino Rossi (PP-MT), acusado de receber R$ 3 milhões em propina da máfia dos sanguessugas, será transferido às 16h desta terça-feira para Cuiabá (MT).
Rossi estava no aeroporto de Brasília e embarcava para Guarulhos, em um vôo da TAM, quando foi abordado pelos policiais federais.
A prisão preventiva do ex-deputado foi decretada pelo juiz Jeferson Schneider, da 2ª Vara Federal de Cuiabá (MT). Por três vezes os oficiais de Justiça tentaram fazer a intimação de Rossi para audiência de interrogatório do processo contra ele por envolvimento com a máfia dos sanguessugas.
Ao decretar a prisão do ex-deputado, o juiz afirmou que, "esgotadas todas as tentativas de citação e intimação do acusado e não podendo o processo ter regular continuidade sem a presença do acusado que encontra-se em lugar incerto, não há outra alternativa senão a prisão cautelar".

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