quarta-feira, 22 de abril de 2009

A Patuscada do Dia



Líderes de partidos, tanto do governo como da oposição, têm viajado de férias para o exterior. Mas quem paga a passagem é a Câmara dos Deputados. Nova York, Paris, Miami e Buenos Aires são os lugares preferidos de metade dos líderes na Câmara. Em dois anos, foram 82 viagens ao exterior, quase sempre com a família. E detalhe: tudo pago com a cota de passagens a que os deputados têm direito. O site "Congresso em Foco" destaca os campeões em viagens.
O líder do PP, Mário Negromonte (BA), é o líder da lista. Foram 23 voos entre São Paulo e Nova York. Bilhetes em nome dele, da mulher e das filhas.
Por telefone, o deputado disse que não fez nada de ilegal e que só pôde usar a cota, porque economizou, fez sacrifícios durante o ano ao viajar inclusive de madrugada em trechos domésticos.
Em segundo lugar, aparece o deputado Fernando Coruja (SC), líder do PPS. Ele emitiu 19 passagens internacionais. Oito para levar a família a Paris. Em nota, explicou que também fez economia ao optar por voos mais baratos ao longo do ano.
O líder do PMDB, Henrique Alves (RN), vem em terceiro no ranking dos mais viajados. Por conta da câmara foram 13 passagens para Miami, Buenos Aires e Nova York. Algumas para a família.
O deputado não foi encontrado para comentar a reportagem. Na lista de onze líderes que usaram a cota da câmara para viajar ao exterior, também aparecem José Sarney Filho (PV-MA), Ivan Valente (PSOL/SP), Sandro Mabel (PR/GO), Cléber Verde (PRB/MA), José Aníbal PSDB/SP), André de Paula (DEM-PE), Daniel Almeida (PCdoB/BA) e Uldorico Pinto (PMN/BA). Aproveitar a cota para viajar com a família não é ilegal. Pelas regras da câmara cada deputado pode usar as passagens do jeito que quiser. E como usam. A prática é geral, não importa se o partido é do governo ou oposição. O Ministério Público no entanto, já recomendou que as passagens sejam emitidas apenas em nome do parlamentar e para o estado onde ele foi eleito.
Os deputados Sarney Filho e José Aníbal disseram que vão reembolsar a câmara se for confirmada alguma irregularidade. Ivan Valente disse que viajou em atividade parlamentar, e levou a mulher. Sandro Mabel afirmou que não fez nada irregular.

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