quarta-feira, 22 de abril de 2009

O Dia em que Camata Chorou


O senador Gerson Camata (PMDB-ES) fez um pronunciamento de mais de uma hora no plenário do Senado nesta segunda-feira para se defender das acusações feitas pelo ex-funcionário Marcos Vinicius Andrade. Emocionado, Camata chorou e disse que irá apresentar um papel para cada acusação que lhe foi feita. Apesar do baixo quórum, todos os nove senadores presentes prestaram solidariedade ao colega, inclusive o presidente do Congresso, José Sarney (PMDB-AP).
- O senhor foi o alvo errado e indevido de insultos. A solidariedade desta Casa é um conforto. Sou testemunha do seu espírito de luta, sei do homem correto e cidadão exemplar que é vossa excelência. Aqui nesta Casa é um senador exemplar. Não será esse episódio que diminuirá em um centímetro o apreço que esta Casa lhe tem - disse Sarney.
Em seu discurso, Camata disse que pedirá que a Corregedoria do Senado e que o Conselho de Ética o investiguem. Ele avisou que pedirá seu afastamento temporário do Conselho e que se absterá das discussões da Mesa do Senado, da qual é membro, quando esta estiver debatendo esse tema.
- É uma maneira que tenho de mostrar que todas essas acusações são infundadas, foram feitas sem nenhuma prova, sem nenhum testemunho - disse Camata.
Na reportagem, o ex-empregado afirma que o senador recebeu propina de empreiteiras e apresentou prestações de contas falsas para justificar gastos inexistentes.
Camata nega tudo e diz que Andrade está sob tratamento psiquiátrico. Entre os documentos que protocolou na Corregedoria e no Conselho de Ética há uma declaração da contadora da empresa Wine Representações LTDA afirmando que a empresa está inativa desde que foi aberta. Há ainda uma conta de condomínio e outra de gás, provando que mora no apartamento citado na matéria e uma declaração assinada por Nilo Martins e outra do deputado Paulo Maluf de que nunca foram credores de Camata.
Camata salientou que o ex-assessor não apresentou nenhuma prova de suas acusações.
- Durante todo esse tempo (em que Marcos Andrade foi seu assessor) eu fui um homem direito, correto. E de repente ele foi instrumentado por alguém para sacar contra a minha honra - disse Camata.

2 comentários:

AAreal disse...

Ivanildo, o único trecho que se pode acreditar é qdo Camata diz que seu antigo empregado Andrade está sob tratamento psiquiátrico. Qualquer que tenha um pingo de honestidade assim estaria, depois de conviver com tal chefe durante tanto tempo. E o choro heim, que ridículo .......

Doutor Carlos disse...

Ivanildo amigo, "sacar contra minha honra" quer dizer tirar dela, dela retirar algo, como uma conta contra a qual se saca. No caso, certamente, essa conta não tenha fundos. Camata pretendeu dizer "assacar contra etc." Mas, é isso mesmo, é o que o lamentável autor dos "Marimbondos de Fogo" - creio que o título lhe foi inspirado pelo ruivo com que pinta os cabelos que lhe restam - entende por dizer "Não será esse episódio que diminuirá (sacará?) um centímetro do apreço etc.". Camata pareceria, antes, um dos menos comprometidos...Dir-se-á que, ao menos, Camata chora...