terça-feira, 28 de abril de 2009

Daniel Dantas x Protógenes Queiroz




O banqueiro Daniel Dantas, do grupo Opportunity, foi indiciado nesta segunda-feira pela Polícia Federal (PF) por gestão fraudulenta, formação de quadrilha, evasão de divisas e lavagem de dinheiro, num segundo inquérito da Operação Satiagraha. O banqueiro, que já foi condenado a 10 anos de prisão por corrupção ativa, compareceu no início da manhã à sede da PF em São Paulo, para prestar depoimento. Mas, orientado por seu advogado, manteve-se em silêncio. Ele deixou o local sem falar com a imprensa.
- Houve indiciamento formal dele e nos colocamos à disposição (da PF) - disse o advogado do banqueiro, Andrei Schmitt, que reclamou da divulgação do indiciamento pela imprensa antes de ocorrer formalmente.
- Não há exercício de defesa com indiciamento já pronto - criticou.
Segundo o advogado, o Supremo Tribunal Federal (STF) assegurou à defesa de Dantas acesso irrestrito às provas coletadas pela PF. Ele afirmou ainda que, até que elas sejam incorporadas aos autos, a defesa permanecerá em silêncio.
Além de Daniel Dantas, devem ser ouvidos nesta segunda-feira pela PF mais cinco diretores do Opportunity, entre eles a irmã do banqueiro, Verônica Dantas.
Na véspera do depoimento de Dantas à CPI, o delegado Protógenes Queiroz, afastado por 90 dias pela Polícia Federal, acusou a direção do órgão de ser "bandida" por produzir provas que estariam ajudando a defesa do banqueiro. Disse que sofre perseguição da PF e que tentará evitar na Justiça seu afastamento:
- Estou tendo a resposta por investigar o banqueiro condenado e perigoso, cujos tentáculos se estendem ao aparato estatal. Fui perseguido pessoalmente dentro do Departamento da Polícia Federal. Os fatos falam por si só. Quem produz prova para bandido bandido é.

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