terça-feira, 28 de abril de 2009

Dilma Roussef - O PT e o Plano B


Embora a primeira avaliação seja de que hoje o PT não tem alternativa viável à candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, nos bastidores já começaram especulações sobre um eventual plano B do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Apesar do esforço, nas últimas horas, para reiterar a candidatura de Dilma, o governo e a cúpula petista devem iniciar esta semana uma análise mais profunda sobre o cenário político para 2010, ante a revelação de que a ministra terá de enfrentar nos próximos meses um tratamento de quimioterapia para combater um câncer linfático. Isso porque os planos do PT ficam, a partir de agora, atrelados diretamente à capacidade de recuperação da ministra
Entre os cotados para o papel de possível substituto de Dilma despontam os ministros Fernando Haddad (Educação), Tarso Genro (Justiça) e Patrus Ananias (Desenvolvimento Social), o deputado Antonio Palocci (PT-SP), o governador Jaques Wagner (PT-BA). E, fora do partido, o deputado Ciro Gomes (PSB-CE). Mas são todos nomes difíceis de serem viabilizados.
O novo cenário político, dizem petistas, só será definido no prazo de no mínimo um mês. Nesse período, observam, haverá uma paralisia nas articulações sobre sucessão e negociações de alianças. Em qualquer mudança no xadrez político, só há uma certeza: a de que o presidente Lula será decisivo para a definição de sua própria sucessão. Hoje, no Palácio do Planalto, qualquer especulação sobre uma eventual substituição da candidatura de Dilma está descartada. Apesar de o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), estar liderando as pesquisas, Dilma vem crescendo nos levantamentos.
O ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, que chegou a ser o candidato natural do PT até 2006, é visto como nome problemático por causa da acusação de violar o sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa. Recentemente, obteve uma vitória política, depois do pedido da Procuradoria da República para que seja rejeitada a denúncia relativa à máfia do lixo quando ele era prefeito em Ribeirão Preto (SP). Mas avalia-se que ele ficará marcado com a denúncia da quebra do sigilo, mesmo sem ser aberto processo no Supremo Tribunal Federal.
O ministro Haddad é visto com desconfiança pelos petistas por nunca ter sido testado eleitoralmente, apesar da simpatia pessoal de Lula. Já Patrus Ananias tem pouca visibilidade nacional, apesar de coordenar o maior programa social do governo, o Bolsa Família. O nome de Tarso Genro teria forte resistência no PT, a começar pelo ex-ministro José Dirceu.
Outro petista da lista, o governador Jaques Wagner, apesar de próximo a Lula, tem feito uma administração muito voltada para a Bahia, de pouca repercussão nacional. Fora do PT, o deputado Ciro Gomes, tem temperamento explosivo, o que não ajuda a reduzir resistências de petistas em abrir mão da cabeça de chapa em favor de outra legenda.

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