domingo, 19 de abril de 2009

Inconformidade - Veríssimo



A matéria do "New York Times" era sobre casamentos gays e o estranho fato de terem sido proibidos na Califórnia, um dos estados mais "liberais" do país, e aprovados em Iowa, um daqueles típicos estados do Meio-Oeste americano que não são quadrados apenas no mapa. A matéria também mencionava a posição indefinida do Barack Obama com relação aos gays e às queixas da comunidade pela ausência de gays na sua administração. E citava a observação bem-humorada de um dos seus membros:
- Se Obama tivesse mais assessores gays a Michelle não teria usado aquele vestido na recepção da rainha.
Na verdade, não são só os gays que se sentem sub-representados no governo do Baraca. "Progressistas" também se queixam das flutuações do presidente, que ora escolhe uma equipe para remediar a crise econômica liderada pelo Lawrence Summers, um dos responsáveis pela doença, ora propõe um orçamento mais social nas suas prioridades do que qualquer outro desde o da "guerra à pobreza" de Lindon Johnson. O Obama da campanha presidencial aparece e desaparece, confirmando ou frustrando as promessas de mudança. A retórica antiguerra foi desmoralizada com a manutenção do secretário de Defesas do Bush e a ausência de qualquer quebra dramática com a política anterior. Já os gestos de aproximação com o Irã, o mundo islâmico e Cuba contrastam claramente com o legado Bush. Quem, ou o quê, é o verdadeiro Obama ?
Claro que não é fácil. Agora mesmo, a simples escolha de um cachorro para suas filhas está criando controvérsias para o Baraca. Alguns acham que para ser fiel à sua imagem ele deveria ter escolhido um cachorro abandonado, de preferência sem pedigree. A escolha de um criado e com linhagem, por mais simpático que seja, é vista como elitista. Se entendi bem, a origem do novo primeiro cachorro é portguesa. Aguardam-se manifestações de inconformidade de pastores alemães, chiuauas mexicanos...
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Dizem que perguntaram ao Obama se ele era de esquerda, de direita ou de centro e eçe respondeu "Sou".

3 comentários:

Alberto del Castillo disse...

O grande Veríssimo em seu esforço concentrado de procurar cabelo em sapo nos presenteia com uma crônica muito divertida sem conteúdo algum na mais tradicional linha do besteirol explícito.
Deve ser duro um presidente recém eleito ter que ouvir baboseiras deste quilate enquanto procura equacionar a solução dos passivos econômicos e políticos herdados de um antecessor com QI de ameba.

Hélio disse...

Que decepção ! Constato que o Veríssimo preferia o McCain como presidente. Não pode ser por ideologia, deve ser por puro racismo. Vou exclui-lo das minhas leituras matinais.

AAreal disse...

Helio, exclua das matinais e inclua nas noturnas, qdo já está tudo preto.