segunda-feira, 4 de maio de 2009

O Bolsa Famíla e a Eleição de 2010


O Bolsa Família, maior programa social do governo Lula, atingirá em 2010, ano eleitoral, um em cada três brasileiros. Hoje o benefício já chega, direta ou indiretamente, a 29% da população - sendo que, em seis estados do Nordeste, mais da metade dos moradores vive do programa, segundo levantamento do GLOBO com base em dados oficiais.
No Maranhão, no Piauí e em Alagoas, de 58% a 59% da população dependem do Bolsa Família. Na cidade de Junco do Maranhão, 95,7% das famílias vivem do programa. De acordo com o governador do Piauí, Wellington Dias, o alto número de beneficiários no estado reflete uma "situação dramática
Para o governo federal, a grande abrangência é positiva, e os estados é que devem cuidar do combate às causas estruturais da pobreza. Já os especialistas lembram é preciso criar saídas para romper o ciclo de miséria e evitar a exploração política da transferência de renda.
Em Canudos, na Bahia, 70% de seus moradores são dependentes do Bolsa Família. É a única renda para a maioria dos sucessores de Conselheiro, o beato-herói que inflamou a população do então vilarejo de Bello Monte, em 1893, contra impostos e regras da República.

7 comentários:

AAreal disse...

Ivanildo, veja que loucura: um em cada três brasileiros não precisa trabalhar pra comer. O mais incrível é que essa proporção está concentrada na região onde mais se precisaria trabalhar para melhorar a vida. Penso que o amor próprio desse cidadão está sendo arrancado. Vc conhece duas pessoas que recebam essa bolsa? Eu não conheço nenhum nem, conheço niguém que conheça.

Guinaldo disse...

Então meu caro Antonio Fernando Esteves, meta o pé na lama e visite as comunidades carentes, viva o dia-a-dia dessas pessoas e você descobrirá não duas mas centenas que recebem essa tal "bolsa".

Concordo com você que essas pessoas estão sendo massacradas e perdendo o amor próprio mas não devido a bolsa família. O problema é muito maior do que isso e os hipócritas continuam a levantar suas bandeiras dizendo que esse ou aquele não é o caminho certo. Qual é o caminho certo? Alguém já apresentou uma proposta melhor do que as cotas para negros por exemplo? Também acho que não é a melhor opção, mas existe outra? O dia em que a classe média voltar a lutar juntamente com a classe baixa por uma educação de qualidade e um sistema de saúde decente iremos começar a trilhar caminhos de prosperidade.

Quando se fala em redistribuição de rendas para acabar com a desigualdade social, de qual renda se fala? É muito fácil levantar essa bandeira, desde que não seja a "nossa" renda, não é assim?

Gil disse...

O que a imprensa noticiou há algum tempo é que muitos beneficiários do bolsa família estavam usando o dinheiro para comprar celulares, geladeiras, fogões. Entendo que a solução é muito simples. Basta que o governo não dê dinheiro e sim comida. A cesta básica seria o ideal, não acha Guinaldo ?

Alberto del Castillo disse...

Caro Antonio, a Bolsa Família se propõe a interferir na distribuição indecente da renda brasileira pelos diversos níveis sociais.
Os levantamentos indicam que 10% dos mais ricos detem 50% da renda nacional ao passo que 50% dos mais pobres recebem 13% da renda.
O problema é gravíssimo e exige medidas imediatas.
A Bolsa Família é uma intervenção que busca inverter esta tendência.
É um paliativo mas não uma solução. Outras medidas como geração ampliada de empregos, investimentos maciços na educação devem acompanhar esta iniciativa.
Devemos observar atentamente os efeitos desta medida já que os ganhos eleitoreiros são tão grandes que os políticos podem esquecer a verdadeira finalidade da Bolsa.
Com avaliações periódicas dos resultados poderemos avaliar os efeitos reais desta ferramenta inovadora e desconhecida pela quase totalidade dos Cientistas Sociais.

Guinaldo disse...

Seria uma solução para evitar o desperdício mas é preciso muito mais. Afinal de contas ninguém quer viver somente tendo o que comer, precisamos também de um pouco de conforto, diversão e outros "supérfulos", mas isso é um outro estágio.

O importante é que essas ações isoladas acabam criando outros problemas. O caso das cotas por exemplo, permite o ingresso de jovens carentes na universidade, mas cria um novo desafio: como manter esse jovem na universidade que terá dificuldade em bancar transporte, refeição, MATERIAL ESCOLAR (quem já passou por uma universidade sabe que o gasto é muito grande) e outras necessidades. Assim também acontece com as crianças (do bolsa família) frequentando a escola.

Então como disse, o problema é muito maior, não sei exato o que podemos e devemos fazer mas essas pequenas ações já fazem parte de um começo, pelo menos para se discutir o assunto. Para isso precisamos pelo menos tentar se colocar no lugar do outro.

AAreal disse...

Guinaldo, pra meter o pé na lama basta pisar em Brasília. Áreas carentes tem é esgoto a céu aberto.
Qdo disse não conhecer ninguém que receba a tal bolsa tentei mostrar como deve ser a concentração na região norte/nordeste já que, considerando todo o Brasil, a proporção divulgada é de 1 pra 3. Por lá deve ser de 2 pra 3, no mínimo. A título de informação, eu trabalho há muitos anos com construção civil e atpe hoje convivo estreita e diariamente com grupo de pessoas de baixa renda e, na sua maioria, familiares dos que ficaram lá pelo nordeste. Por incrível que possa parecer, a total qtde deles que viajam de férias à sua terra voltam assustados com a grande qtde de pessoas que ganham a tal bolsa. Muitas delas, sem qqer necessidade disso mas que se aproveitam da oportunidade. Outro espanto deles é a total imobilidade da turma de lá diante dessa comodidade de receber o básico pra sustento e por isso não procuram trabalhar, nem o mínimo necessário. Um programa com essa dimensão é incapaz de não produzir distorções como a dimensão do nosso país tbm provoca vários tipos de distorções.
No final, caro Guinaldo, todos nós queremos que tudo melhore. Tenho que discordar de vc qdo diz que tbm acha que não é a melhor solução mas a aceita pq se interroga se existe outra. Sinceramente acredito que, não sendo a melhor solução, claro que existe outra. Coloquemos os especialistas a buscá-la Não os políticos.

Guinaldo disse...

Sr. Esteves, o fato de dizer que não é a melhor solução e aceitar essas pequenas ações (pequenas pois não são o bastante) não me coloca em uma posição de comodismo. É claro que sempre existirá uma melhor solução e não só os especialistas devem buscá-las, nós devemos participar dessa busca e os políticos também, ou os elegemos somente para encherem o bolso de dinheiro?

Como o Sr. mesmo relatou existirá sempre os que gostam de moleza, mesmo que seja por uma migalha. Os programas criados não funcionarão na sua totalidade, por isso devemos sempre aprimorá-los e completá-los com novas ações.

Aproveite esse contato direto que o Sr. tem com essas pessoas para fomentar discussões e ajudá-los a pensar, assim talvez em um futuro distante (com certeza não estaremos aqui para ver os resultados), a troca de voto pelo portão de vila, pela luz na quadra de esportes ou até mesmo por uma prótese dentária, seja definitivamente extinto. Assim poderemos algum dia ter verdadeiros representantes, que lutam pelo todo e não por uma pequena parcela.