Durante o julgamento do STF em que foi sepultada a Lei de Imprensa da ditadura, o ministro Celso de Mello (foto)citou uma das mais conhecidas frases da bibliografia do assunto.
Ela é do grande juiz Oliver Wendell Holmes (1841-1936) e, nas palavras de Mello, diz que a liberdade de expressão não protege "grita fogo num teatro cheio".
Pobre Holmes. Sua frase completará cem anos e continua torturada. Ela não desamparou "quem grita fogo num teatro cheio", mas quem "falsamente grita fogo num teatro cheio". Até porque, se o teatro estiver pegando fogo, é bom que se grite. O advérbio faz toda a diferença. Holmes explicitou a mentira, enquanto a versão expurgada insinua que o grito era mentiroso.
Até um presidente da Corte Suprema americana (Warren Burger) já cometeu esse erro.
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