O governo do presidente Fernando Henrique Cardoso acabou há quase seis anos e meio, mas o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva insiste em atribuir-lhe, até hoje, qualquer mal que, aos olhos do petista, assole o país. Quando, em seus inúmeros discursos de improviso, Lula enumera as dificuldades pelas quais o país atravessa, seja nas áreas de desenvolvimento econômico, saúde, educação ou qualquer outro assunto, a culpa invariavelmente é repassada para seu antecessor.
Ao mesmo tempo em que é pródigo em críticas ao tucano, o presidente se esmera em elogios aos militares, por exemplo, e até mesmo a deputados que usavam livremente suas cotas de viagem para presentear parentes e eleitores com passeios inclusive para o exterior.
Candidata de Lula a substituí-lo em 2010, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, seguiu o mesmo tom e, ontem, ao falar da Petrobrás, contestou a oposição, que afirma que a estatal é uma caixa preta. De acordo com Dilma, se a empresa já teve esse problema, ele ocorreu entre 1997 e 2000, anos em que Fernando Henrique estava na Presidência.
Logo no início do primeiro mandato, em 2003, os petistas cunharam uma expressão para se referir à gestão de FH: herança maldita. E Lula, apesar de não citar com tanta frequência a frase, faz questão de jogar nas costas de seu antecessor qualquer problema vivido pelo Brasil.
Na Turquia, Lula disse que a pobreza do país é decorrência da mediocridade de outros governantes.
- A nossa pobreza se deve, muitas vezes, à mediocridade de quem nos governou durante tantos anos e não agiu com a grandeza com que um chefe de uma nação tem que agir - afirmou.
Um comentário:
O hábito é dos tempos bíblicos. Sempre foi mais fácil e confortável colocar a culpa nos outros do que admitir as próprias falhas. Não há nada de novo sob o sol. (A não ser o disco voador de mentirinha que sobrevoou a orla carioca ontem...)
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