domingo, 31 de maio de 2009

Petrobras: 81% das Compras são feitas Sem Licitação






A partir de terça-feira, no Senado, a Petrobras estará no centro de uma nova CPI. Os motivos são basicamente os mesmos das CPIs nas quais foi protagonista nos últimos 24 anos: ingerência político-partidária na administração e contratos com escassa transparência. A diferença é que, hoje, os negócios de petróleo no Brasil são dez vezes maiores do que duas décadas e meia atrás.
De cada R$ 100 em pagamentos, R$ 81 correspondem a negócios feitos com quase nenhuma transparência, sem concorrência ou por convite direto a um mínimo de empresas privadas - três, em geral. Ou seja, 81% das compras da estatal são realizadas em processos sem concorrência pública ou, na melhor hipótese, em competição extremamente restrita.
A Petrobras é uma potência. Na boca do caixa, recebe R$ 297 milhões por dia. São R$ 218 bilhões por ano - quase o dobro do orçamento do Estado de São Paulo, o mais rico da federação. É a maior compradora de bens e serviços no mercado interno: gasta em média R$ 102 milhões por dia, ou R$ 37, 2 bilhões por ano.
É, também, percebida como uma caixa-preta no Congresso, no Tribunal de Contas da União e em áreas do governo federal - há vários governos.
A percepção de rarefeita transparência nos negócios da estatal de petróleo se cristalizou tanto no Congresso, onde este mês foram votados dois requerimentos de CPI, quanto no TCU, que nos últimos dois anos abriu quase duas centenas de processos contra a empresa pública - mais da metade ainda em tramitação.

2 comentários:

AAreal disse...

Ivanildo, agora vc já sabe porque o Lula quer ser presidente da Petrobrás. Além de tudo, é muito "melhor" do que ser governador de São Paulo.

Alberto del Castillo disse...

A negociação através de concorrência pública não é garantia de lisura de procedimentos. As alternativas de tomada de preços e/ou convite têm a mesma transparência e tornam a negociação mais ágil.
O que determina a transparência é a honestidade dos gestores da operação comercial.
Um político adepto do mensalão vai desviar dinheiro com qualquer modalidade de contrato.