terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Perder ou Perder - Nelson Motta



Quem diria, a ditadura virou coisa de museu. O Ministro Tarso Genro anunciou que o Rio de Janeiro (por que não Brasília ?) ganhará o Museu Nacional da Ditadura. Será o nosso holocausto, a nossa casa de Anne Frank.
Vai ser divertido ver Sarney, Edison Lobão e Paulo Maluf, para citar alguns grandes aliados do governo Lula, e tantos outros colegas da ditadura aboletados na base parlamentar e na administração, convidados de Tarso na inauguração. Ou terão réplicas de cera em tamanho natural ? Ou retratos pintados a óleo ? Estátuas equestres ? Ou farão discursos contra o arbítrio e o autoritarismo, fechando com "ditadura, nunca mais", seguido de vivas à liberdade ? Afinal, estamos no Brasil.
A grande vítima da ditadura foi a liberdade individual do cidadão brasileiro, que apanhou dos dois lados: dos militares, que a suprimiram em nome da luta contra a corruoção e a subversão, e dos que lutavam armados contra a ditadura, não para devolver o poder aos civis e conovocar eleições, mas para estabelecer uma sociedade livre como Cuba e a União Soviética, uma ditadura do proletariado. E perderam.
Mas para os que pagaram a conta, era perder ou perder. Pagavam impostos para a ditadura espionar, perseguir, prender, torturar e matar. E depois para pagar bolsas-ditadura aos perseguidos. Só no Brasil. Na Argentina, com seus 30 mil mortos e desaparecidos, e milhões que tiveram suas vidas e carreiras prejudicadas pela ditadura, as indenizações levariam o Estado à bancarrota.
Vinte e cinco anos depois no poder, graças à democracia, muitos ex-combatentes da liberdade se tornarm representantes vivos do Museu das Ideologias, e ameaçam, em nome de velhas causas leninistas, maoistas e castristas, a liberdade dosa cidadãos que lhes pagam os salários. Tudo pelo social, dizia Sarney, tudo, eles repetem agora, como visionários do passado.
Quem sabe o ministro da Justiça se anima a criar um Museu Nacional da Liberdade, em homenagem aos que resistiram a ditaduras de direita e de esquerda, militares e civis, e defenderam a liberdade e a democracia dos que querem usá-las para acabar com elas.

Um comentário:

Anônimo disse...

Nelson Motta em grande forma! Ele dá mais uma pincelada no retato desse nefando personagem , que se traveste de Ministro da justiça. Entre os personagens desse fantástico Museu faltariam ademais, o pai (ou teria sido o tio?) do Jair Bolsonaro, que salvou o jovem Tarso Genro fazendo-o desfilar fardado e bem comportadinho, lá em Porto Alegre durante os anos duros? Da mesma forma teria de lá estar uma estátua do Zé Genuíno, pois ele foi de grande valia aos militares do Araguaia. E tudo isto em uma cerimônia regida pelo Marimbondo de Fogo, acolitado por Edson o Lobão e, pagando toda a chopada, o velho pilantra Maluf. E nós pagando a conta geral dessa imensa Comédia de Errros!