O copeiro Paulo César dos Santos, de 41 anos, (na foto, visitando a própria sepultura) apesar de vivo, é dado como morto há cinco meses. O fato inusitado aconteceu após funcionários do Centro Hospitalar Padre Bento, em Guarulhos, na Grande São Paulo, onde Santos esteve internado em 2006, passarem os dados dele para o registro da morte de um outro paciente.
O Oficial de Registros das Pessoas do 1º Subdistrito de Guarulhos expediu uma Certidão de Óbito com o nome e o RG do copeiro em 7 de agosto de 2008, sem que ele soubesse. Paulo só foi descobrir que não pertencia mais ao mundo dos vivos 12 dias depois, quando se consultou no mesmo hospital.
As consequências logo apareceram. Primeiro, foi o susto. Depois, o copeiro perdeu o auxílio-doença no valor de R$ 620,50, que recebia do INSS. Sem o dinheiro, não pôde mais pagar o aluguel da casa onde vive com as duas filhas no Cangaíba, na zona leste de São Paulo. O salário também faz falta na hora de comprar comida, roupas e qualquer outra coisa que as pequenas Paula, de 10 anos, e Tamara, de 8, precisam.
- Estou vivendo da ajuda dos meus pais. Se continuar assim, vou acabar morrendo de verdade - desabafa Paulo.
O copeiro esteve na tarde desta quarta-feira no Cemitério da Vila Rio, em Guarulhos, onde foi visitar o túmulo 35, na quadra V da Rua 4. Não há parentes, nem amigos dele sepultados lá. A cova é ocupada por ele próprio, segundo o Instituto Médico Legal (IML).
Se conseguir provar sua existência, Paulo terá escapado da morte pela segunda vez em três anos. Em 24 de junho de 2006, o copeiro reagiu a um assalto quando saía da padaria em que trabalhava havia um mês e acabou baleado três vezes no rosto.
- Ali eu morri. Caí no chão e apaguei. Só Deus para me tirar daquela situação com vida - diz a vítima, que passou 19 dias na UTI do Hospital Padre Bento.
O acidente rendeu a Paulo o auxílio-doença do INSS. Vestígios de pólvora ficaram alojados no crânio do copeiro, que perdeu a audição no ouvido direito e ficou com tonturas e dores de cabeça constantes. Os médicos recomendaram consultas mensais. Na visita de agosto, uma funcionária disse que não poderia atendê-lo porque Paulo estava morto. Ele ouviu a mesma resposta quando foi votar, em 3 de outubro, acompanhado das filhas.
- Isso é verdade, papai? Você não morreu não, né? - perguntou Tamara, apalpando-o.
O Oficial de Registros das Pessoas do 1º Subdistrito de Guarulhos expediu uma Certidão de Óbito com o nome e o RG do copeiro em 7 de agosto de 2008, sem que ele soubesse. Paulo só foi descobrir que não pertencia mais ao mundo dos vivos 12 dias depois, quando se consultou no mesmo hospital.
As consequências logo apareceram. Primeiro, foi o susto. Depois, o copeiro perdeu o auxílio-doença no valor de R$ 620,50, que recebia do INSS. Sem o dinheiro, não pôde mais pagar o aluguel da casa onde vive com as duas filhas no Cangaíba, na zona leste de São Paulo. O salário também faz falta na hora de comprar comida, roupas e qualquer outra coisa que as pequenas Paula, de 10 anos, e Tamara, de 8, precisam.
- Estou vivendo da ajuda dos meus pais. Se continuar assim, vou acabar morrendo de verdade - desabafa Paulo.
O copeiro esteve na tarde desta quarta-feira no Cemitério da Vila Rio, em Guarulhos, onde foi visitar o túmulo 35, na quadra V da Rua 4. Não há parentes, nem amigos dele sepultados lá. A cova é ocupada por ele próprio, segundo o Instituto Médico Legal (IML).
Se conseguir provar sua existência, Paulo terá escapado da morte pela segunda vez em três anos. Em 24 de junho de 2006, o copeiro reagiu a um assalto quando saía da padaria em que trabalhava havia um mês e acabou baleado três vezes no rosto.
- Ali eu morri. Caí no chão e apaguei. Só Deus para me tirar daquela situação com vida - diz a vítima, que passou 19 dias na UTI do Hospital Padre Bento.
O acidente rendeu a Paulo o auxílio-doença do INSS. Vestígios de pólvora ficaram alojados no crânio do copeiro, que perdeu a audição no ouvido direito e ficou com tonturas e dores de cabeça constantes. Os médicos recomendaram consultas mensais. Na visita de agosto, uma funcionária disse que não poderia atendê-lo porque Paulo estava morto. Ele ouviu a mesma resposta quando foi votar, em 3 de outubro, acompanhado das filhas.
- Isso é verdade, papai? Você não morreu não, né? - perguntou Tamara, apalpando-o.
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Ivanildo, conformado com os novos tempos:
- Não adianta, chefe, se o computador diz que você está morto, é melhor cruzar os braços, deitar no caixão e se deixar enterrar. E, depois, como o copeiro, colocar flores na própria sepultura.
Um comentário:
A democracia está ai quando os candidatos são escolhidos pelos caciques de partido sem realizarem uma consulta prévia e financiados por empresas sem prestação de conta aos eleitores?
A democracia está ai quando o governo discrimina algumas empresas ao não ser equânime na distribuição de benefícios fiscais e policiamento de demissões de funcionários?
A democracia está ai quando o judiciário prende e solta criminosos e inocentes com critérios aleatórios incompreensíveis para os cidadãos que devia servir?
Não.
A democracia não está aqui.
Só não passaram o atestado de óbito que autorizaria seu enterro na cova do homem morto que está vivo.
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