segunda-feira, 14 de maio de 2012

A Tragédia Grega


Líder socialista diz que ainda há esperanças de consenso




O presidente grego Karolos Papoulias chega à reunião com os três principais partidos do país
Foto: ANGELOS TZORTZINIS / AFP
O presidente grego Karolos Papoulias chega à reunião com os três principais partidos do paísANGELOS TZORTZINIS / AFP
ATENAS — A reunião dos principais líderes políticos da Grécia com o presidente Karolos Papoulias - a qual carregava o peso de ser a última chance de se formar uma coalizão e evitar o aprofundamento da crise - terminou com troca de insultos e sem nenhum acordo sobre um governo de unidade nacional.
O líder do partido radical de esquerda Syriza, Alexis Tsipras, sugeriu que os outros dois grupos, Nova Democracia e Pasok, formariam uma coalizão com um grupo menor, a Esquerda Democrática. Tsipras disse que os dois partidos queriam "parceiros para o crime", acrescentando:
- Os três (considerando a Nova Democracia) têm 168 cadeiras (no Parlamento) juntos. Eles podem seguir em frente com isso. Eles estão nos pressionando a participar, e isso é um pedido irracional e sem precedentes. Querem que nós passemos uma falsa sensação de legalização", sentenciou.
A Esquerda Democrática emitiu um comunicado tachando as observações de Tsipras de "uma desgraça" e acusando-o de mentir e de proferir calúnias. O partido afirmou que não aceita formar uma coalizão sem a Syriza - a qual obteve o segundo lugar nas eleições da semana passada - e, em nota, enfatizou: "A clara falta de habilidade (de Tsipras) de justificar sua posição não deveria levá-lo a preferir calúnias e a mentir. É um ato politicamente antiético de sua parte".
Líder socialista diz que ainda há esperanças de coalizão
Após a reunião com o presidente, Evangelos Venizelos - líder do partido socialista Pasok e que entregou seu mandato a Papoulias no sábado após admitir que não conseguira formar um governo - disse que faria o possível para montar uma coalizão, mas que estava preparado para novas eleições se necessário.
- Mesmo agora, apesar do impasse que tivemos na reunião com o presidente, eu me apego a certo otimismo de que um governo possa ser formado - afirmou Venizelos a membros de seu partido após a reunião decisiva.
Antonis Samaras, líder do partido de centro-direita Nova Democracia, afirmou, antes do encontro, que os eleitores clamavam por colaboração, mudança e permanência do país na zona do euro. Após as conversas com os outros partidos e com Papoulias, deixou claro que os partidos gregos continuarão as consultas para formar um governo.
Durante o restante do dia, o presidente Papoulias encontrará com líderes de partidos menores. Caso a coalizão não seja formada, a Grécia terá de convocar novas eleições em 30 dias e convocar um governo interino, o que pode desestabilizar ainda mais um país imerso em uma grave crise financeira.
Na próxima semana, a Grécia tem um vencimento de dívida de € 450 milhões, mas ainda não está certo que o país honrará o compromisso. E o primeiro-ministro Lucas Papademos já sinalizou que não está disposto a permanecer no cargo caso o país tenha nova eleição.


 

Um comentário:

Alberto disse...

A Grécia mostrará o caminho do futuro da União Europeia.
Nova arrumação ou desagregação.