Para oficiais reformados, História só será recuperada se considerar os dois lados
RIO - Oficiais reformados das três forças atacaram nesta quinta-feira a Comissão da Verdade, instalada pela presidente Dilma Rousseff para apurar violações de direitos humanos de 1946 a 1988. Texto assinado pelos presidentes dos clubes Naval, Militar e da Aeronáutica ressalta o sofrimento das famílias de militares vitimados por atentados da luta armada.
A nota oficial afirma que as famílias dos militares sentem a mesma dor dos parentes de militantes desaparecidos. Contudo, “são totalmente desamparadas e ignoradas pelo Estado, enquanto que às famílias dos antigos militantes tudo é concedido. Honrarias, pensões e indenizações”.
O texto assinado pelo vice-almirante Ricardo da Veiga Cabral, pelo general de exército Renato Tibau da Costa, e pelo tenente-brigadeiro do ar Carlos de A. Baptista “lamenta em nome das famílias daqueles que, em defesa do Estado e no cumprimento de deveres que lhes haviam sido legitimamente atribuídos, foram vitimados por atentados dos quais participaram, ativa ou passivamente, alguns dos desaparecidos ontem lamentados”.
Para o vice-almirante Veiga Cabral, o restabelecimento da História não deve se limitar ao ponto de vista dos militantes:
— É imperioso dar o real significado a fatos históricos que tem causa, meio e fim, sem outro objetivo que não seja a verdade dos lados. Ouvir e registrar o que ex-agentes do Estado bem como ex-militantes revelarem sobre os atos analisados pela comissão. Dentro destes princípios estamos certos de que a História do nosso país poderá ser enriquecida com verdades, hoje distorcidas por versões e meias verdades, destinadas a iludir as novas gerações.
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