Adiamento de depoimento de procuradores e de Cachoeira tirou ritmo de trabalhos
BRASÍLIA - As manobras por parte da defesa do contraventor Carlinhos Cachoeira, retardando o depoimento, e o pedido de adiamento feito pelos procuradores federais que investigaram o jogo ilegal em Goiás quebraram o ritmo da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do caso e também do Conselho de Ética do Senado, que processa o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). Nesta quarta-feira, sem o depoimento dos procuradores, poucos senadores permaneceram na sessão, e os que ficaram lutavam contra o tédio e o sono.
Tanto o Conselho quanto a CPI iniciaram os processos em meados de abril, mas os trabalhos começaram, de fato, no início de maio, com muita expectativa em torno dos depoimentos e centenas de requerimentos. Na CPI, até agora, o momento mais importante foi o depoimento dos delegados responsáveis pelas investigações das operações Vegas e Monte Carlo. Mesmo a portas fechadas, causou agitação e embate político.
Esta semana, no entanto, dois outros momentos de maior expectativa se frustraram: Cachoeira conseguiu adiar sua ida, em sessão aberta, e os procuradores também. Os parlamentares perderam a oportunidade de aparecer na televisão como inquisitores.
Até o momento, documentos que chegaram à famosa “Batcaverna” — apelido do cofre onde estão guardados os documentos — não trouxeram nenhuma novidade. Até mesmo os mais acostumados a esmiuçar documentos não têm conseguido muita coisa.
Mas os integrantes da CPI mista evitam demonstrar a frustração. Para o deputado Silvio Costa (PTB-PE), a CPMI está avançando bem:
— Ela só não está no tempo que alguns querem, mas vem muito por aí.
No Conselho de Ética, depois do impacto provocado pelo contundente relatório preliminar contra Demóstenes, feito pelo relator Humberto Costa (PT-PE), as sessões não empolgam os conselheiros — que não disfarçam o constrangimento de pertencer ao órgão que julga colegas, e ainda enfrentam protelações da defesa. Disposto a votar, antes do recesso parlamentar no dia 17 de julho, o processo contra Demóstenes no plenário do Senado, o relator avisou que poderia dispensar a fala dos procuradores para fazer seu relatório.
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