quinta-feira, 24 de maio de 2012

Vaccarezza só complicou Sérgio Cabral - Dora Kramer, O Estado de S.Paulo


É generalizado no Congresso o desconforto com o flagrante do torpedo enviado pelo deputado petista Cândido Vaccarezza ao governador do Rio, Sérgio Cabral, (foto) durante sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito mais famosa do País.
O PT trabalha para reduzir os danos, mas propaga-se em voz baixa na bancada a interpretação de que o deputado fragilizou o partido e deu aval a suspeitas sobre a função de seus representantes na comissão.
O PMDB considera que ele acabou levando Cabral para dentro da CPMI, abrindo espaço para a aprovação de eventual pedido de convocação apresentado pela oposição, como uma espécie de "prova" de conduta isenta a ser apresentada ao público.
Entre os demais parlamentares há divergências quanto à necessidade de afastamento, mas existe um ponto de convergência: a atitude foi ruim para o conjunto da comissão que, perante a sociedade, começa a assumir fortemente a feição de uma ação entre amigos e inimigos políticos sem compromisso com as investigações em si.
Já o deputado Cândido Vaccarezza não vê problema mais sério no episódio. Assegura que não pedirá para sair da CPMI, garante que o PT não o fará e aposta que seus pares de outros partidos também não.
Por uma razão simples: "Não tenho nada a esconder, nenhuma relação com a bandidagem e zero compromisso com proteções ou condenações por antecipação".
Tirando o "imperdoável" erro de português da já notória frase "você é nosso e nós somos teu", dirigida ao governador Cabral, Vaccarezza tem convicção de que não cometeu pecado algum.
Recusou orientação de assessores para alegar invasão de privacidade - "o profissional no caso estava no exercício justo de sua função jornalística" -, mas afirma que a mensagem foi exposta fora do contexto geral de uma conversa em que ele transmitia ao governador a avaliação de que nada teria a temer, pois não fora citado em nenhuma das gravações da Polícia Federal.
"Não há blindagem porque não há até agora nada que ligue Sérgio Cabral ou mesmo Fernando Cavendish à organização criminosa comandada por Carlos Cachoeira. Se aparecer, ninguém terá proteção de minha parte."

2 comentários:

Cremildes T. de Hond-Durass disse...

A recusa em falar de Cachoeira e seus cumplices eliminaria toda e qualquer eventual CPI, pois com esse esperto recurso ao silêncio, não adianta inquirir no inquérito.
No entanto, besteiras cometidas por esses animais travestidos de parlamentares, como essa do cumpanheru Vacarezzzza, mostram que, a despeito de tudo em contra, ainda vale fazer uma CPI. Ao menos vale para encrencar Cabral e suas cavendishas.

Alberto disse...

Esta CPI será um parto do Congresso sem Cesariana. Todos esperamos que após o sacrifício o Congresso apresente uma vida nova.