Conta do CNPJ nacional da construtora movimentou R$ 12 milhões para empresa de fachada
BRASÍLIA - A CPI do Cachoeira marcou para a próxima terça-feira a votação dos requerimentos que pedem a quebra dos sigilos bancário e fiscal das contas nacionais da Delta Construções. A comissão chegou a ameaçar votar os requerimentos na sessão desta quinta-feira, porém por força do PT, do PSDB e do PMDB a sessão ficou para a próxima semana. Os requerimentos de quebra de sigilo da Delta inicialmente tinham votação marcada para o dia 5 de junho. Na terça-feira também devem ser votados os requerimentos que solicitam a convocação dos governadores Marconi Perillo (Goiás), Agnelo Queiroz (DF) e Sérgio Cabral (Rio de Janeiro). A CPI investiga a relação de Carlinhos Cachoeira com políticos e empresários e antecipou a sessão, que estava prevista para ocorrer apenas no começo de junho.
- Essa CPI não pode ser a CPI chapa branca – criticou Taques.A decisão foi tomada após a revelação de que recursos de contas da construtora no Rio de Janeiro abasteceram empresas de fachada, que serviam à organização criminosa, segundo a Polícia Federal. O senador Pedro Taques (PDT-MT) informou no começo da sessão que também saíram da conta do CNPJ nacional da Construtora Delta R$ 12 milhões para a Alberto e Pantoja e Brava Construções, empresas de fachada usadas pelo grupo do bicheiro. A alteração da data ocorreu a pedido de Taques com o apoio de diversos parlamentares. O senador queria que a reunião se realizasse ainda nesta quinta-feira, mas o PT e o PSDB foram contra.
O senador também apresentou requerimento pedindo informações sobre repasse de um total de R$ 161.279,85 ao escritório Morais, Castilho e Brindeiro Sociedade de Advogados, feitos por Geovani Pereira da Silva, contador de Carlinhos Cachoeira. De acordo com o senador, o laudo de Perícia Criminal Federal Contábil Financeiro 1833/2011, firmado pelos Peritos Guilherme Puech Bahia Diniz e Marden Jorge Fernandes Rosa, aponta que foram cinco transferências realizadas por Geovani Pereira da Silva para o escritório do ex-procurador geral da República, Geraldo Brindeiro.
Atualmente, Geraldo Brindeiro é subprocurador geral da República e, ao mesmo tempo, sócio do escritório de advocacia. Taques também pediu que a Procuradoria-Geral da República tome providências. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse que vai analisar a informação.
"Lembremos que o objetivo constitucional da Comissão Parlamentar de Inquérito é exatamente a busca da verdade real para encaminhamento das conclusões de seus trabalhos, se for o caso, ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores", justificou o senador no requerimento.
Os senadores Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), Miro Teixeira (PDT-RJ) e Sílvio Costa (PTB-PE) também protestaram, pois queriam que as votações ocorressem ainda nesta quinta-feira.
- Acho que votar terça é só esticar o desgaste da CPI. A única forma de não ridicularizar a CPI é votar esses requerimentos hoje - protestou o deputado Sílvio Costa.
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