sexta-feira, 11 de maio de 2012

O Governo de Goiás e Cachoeira


Delegado aponta que setores do governo Agnelo teriam ligações com o bicheiro



O governador de Goiás, Marconi Perillo
Foto: Arquivo O Globo / Ailton de Freitas
O governador de Goiás, Marconi PerilloARQUIVO O GLOBO / AILTON DE FREITAS
BRASÍLIA - O delegado da Polícia Federal Matheus Mela Rodrigues, responsável pela Operação Monte Carlo, apontou indícios de envolvimento do governador de Goiás, Marconi Perillo, com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Segundo o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), durante depoimento nesta quinta-feira à CPI do Cachoeira, o delegado mencionou pelo menos quatro situações que caracterizariam a proximidade do governador com o contraventor. Das conversas gravadas com autorização judicial, a polícia registrou dois telefonemas do governador para o bicheiro e dois encontros.
Ao longo da operação, a Polícia Federal acumulou 250 mil horas de conversas interceptadas do bicheiro Carlinhos Cachoeira e integrantes da organização liderada por ele, disse o delegado. Ele afirmou que na Operação Monte Carlo foram feitas citações de 81 autoridades e que existem 3.753 gravações que tratam e envolvem políticos, como Demóstenes Torres (sem partido-GO).
- Há relações (da organização de Cachoeira) nos governos de Goiás e do Distrito Federal, mas mais intensamente no governo de Goiás. Há necessidade de o governador (Marconi Perillo) vir à CPI. O nome de Perillo é citado 270 vezes nas conversas de Cachoeira e outros integrantes da organização - afirmou Randolfe.O delegado também apontou o envolvimento da organização criminosa com setores do governo do Distrito Federal, administrado por Agnelo Queiroz. Segundo a interpretação de Randolfe, as situações são diferentes. Em Goiás, a suspeita recai até sobre o governador. No DF, as acusações estão relacionadas a integrantes do governo.
Randolfe defendeu também a convocação de Agnelo Queiroz. Como aconteceu na terça-feira com o delegado Raul Alexandre Marques Souza, responsável pela Operação Vegas, o depoimento do delegado Matheus Rodrigues ocorre a portas fechadas. A imprensa não tem acesso ao local.
O deputado Silvio Costa (PTB-PE) discordou da versão de Randolfe sobre o relato do delegado. Eles bateram boca, e o deputado chegou a dizer que o senador estava precisando de “remédio no ouvido”.
- O delegado disse que Demóstenes estava com Marconi, passou o telefone para o governador e disse que era aniversário de Cachoeira. E Marconi deu parabéns - disse o deputado, ao que Randolfe retrucou, dizendo que não era isso que teria ouvido.
- Quando isso tudo sair amanhã Vossa Excelência vai posar de ético na opinião pública e eu vou posar de mal. Só que eu estou posando com responsabilidade - disse SIlvio Costa.

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Um comentário:

Alberto disse...

Cachoeira está fora de controle. É melhor fazer uma represa.