terça-feira, 8 de maio de 2012

Eleições na França e Grécia derrubam Bolsas


Bolsas da Europa abrem em baixa de até 2%; euro também registra queda


RIO - Os resultados das eleições deste domingo na França e na Grécia impulsionaram quedas na abertura das bolsas de valores da Ásia e da Europa. O índice da bolsa de Paris (o CAC-40) abriu esta segunda-feira em queda de 1,58% com 3.112,04 pontos. O índice FTSE MIB da bolsa de Milão opera em baixa de 2,21%, aos 13.611,49 pontos.
Na mesma linha, o índice Ibex-35 - da bolsa de Madri - abriu em baixa de 123,30 pontos (1,80%), aos 6.752. O índice DAX-30 da bolsa de Frankfurt registra queda de 0,91%, aos 6.501 pontos. O euro também registrou queda no mercado, abrindo o dia com a cotação, em relação ao dólar, de US$1,2993, frente à cotação de US$1,3114.
Na Ásia, o índice Nikkei 225, da bolsa de Tóquio, fechou esta segunda-feira com queda de 2,78%, menos 261,11 pontos. O índice de Hong Kong caiu 2,62%. Na Austrália, a bolsa de Sidney fechou os negócios recuando 2,19%, enquanto a bolsa de Seul, Coreia do Sul, caiu 1,64%.

O resultado na Grécia ameaça a coalização governista e, portanto, os acordos que mantêm o país no euro. Na França, a eleição de François Hollande como presidente deverá trazer mudanças na aliança com a Alemanha, abrindo espaço para flexibilizar a política de austeridade defendida pelos alemães.Segundo economistas e analistas de mercado, os resultados das eleições de domingo na Grécia e na França deve aprofundar as incertezas entre investidores nesta semana, já que colocam em xeque a solução da crise das dívidas na Europa. Além das eleições na Europa, a queda das bolsas reflete também o pessimismo nos mercados ociedentais na sexta-feira, quando dados ruins do mercado de trabalho dos EUA derrubaram cotações.

Após a Europa abalar os mercados no segundo semestre do ano passado, líderes europeus firmaram um pacto de responsabilidade fiscal e cortes de gastos públicos foram colocados como exigência para pacotes de socorro — como no caso da Grécia. Governos de perfil tecnocrata não eleitos foram apoiados na Itália e na Grécia. O Banco Central Europeu (BCE) atuou para oferecer liquidez ao sistema financeiro e o alívio se traduziu em valorização nas bolsas em janeiro e fevereiro.
Esse caminho foi traçado no âmbito da União Europeia (UE), com apoio do BCE e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Mas por trás de tudo estava a aliança entre o presidente francês Nicolas Sarkoy, que perdeu a corrida para reeleição ontem, e a chanceler alemã, Angela Merkel — a ponto de a dupla ficar conhecida por “Merkozy”. Agora, a reação de investidores dependerá dos rumos da nova aliança entre Merkel e Hollande.
— Agora, teremos a dupla “Merlande”, que aparentemente soa pior do que a anterior — ironiza a economista Monica Baumgarten de Bolle, professora da PUC-Rio e sócia da consultoria Galanto.
Com aliança desfeita, aumenta o risco político
Felipe Casotti, gestor de renda variável da Máxima Asset Management, vê o resultado das eleições de ontem como um aumento do risco político na crise europeia. Portanto, os mercados não deverão reagir bem esta semana.
— Uma aliança importante foi desfeita — afirma Casotti, referindo-se a Merkel e Sarkozy.
Monica de Bolle aposta numa reação “limitada” nos mercados. Isso porque a eleição de Hollande já era esperada e, na avaliação da economista, não haverá espaço para o novo governo alterar decisivamente a condução da crise.
Ontem, Hollande declarou no discurso da vitória que a “a austeridade não pode mais ser uma fatalidade”. Para o professor Luiz Carlos Prado, do Instituto de Economia (IE) da UFRJ, com o novo governo francês, a política de austeridade defendida pela Alemanha terá que mudar. As altas taxas de desemprego e as diversas trocas de governo na Europa desde o agravamento da crise — com destaque para Itália, Grécia, Espanha e, agora, a França — mostram que o corte de gastos públicos a todo o custo não se sustenta.
No entanto, na avaliação de Monica, da Galanto, uma flexibilização na austeridade ocorreria de qualquer forma. A forma como os cortes de gastos públicos estão sendo feitos, rápido demais, é insustentável. Por isso, até mesmo a chanceler Merkel e o presidente do BCE, Mario Draghi, já começaram a falar em apoio ao crescimento.

 

Um comentário:

Alberto disse...

Tudo normal na frente ocidental.
Subidas e descidas são a razão de ser das Bolsas.