segunda-feira, 18 de maio de 2009

A CPI da Petrobras: Tropa de Choque do Governo


Um dia depois da manobra feita pelo PSDB para leitura do requerimento de criação da CPI da Petrobras, o governo decidiu mudar de estratégia e articula uma tropa de choque para controlar as investigações e evitar que as ações da comissão possam causar prejuízo financeiro à estatal.
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), anunciou que já pediu ao líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), para integrar a lista de membros da CPI indicados pelo partido.
- Esse é um momento especial e haverá um tratamento especial do governo para esta CPI. Já pedi para o líder Renan Calheiros para ser indicado membro dessa comissão. Essas CPIs recrudescem em véspera de ano eleitoral.
Para diminuir eventuais impactos na imagem da estatal, que poderiam influenciar na cotação das ações da Petrobras negociadas na Bolsa de Valores, o Palácio do Planalto ainda vai reforçar o discurso de que o PSDB quer instalar a CPI para fazer uma disputa política.
- Está claro que é uma CPI do PSDB visando 2010. Por isso, vamos escalar pessoas confiáveis. Afinal, é preciso ter cuidado com a Petrobras. A empresa é a mola propulsora do país nesse momento de reflexo de crise internacional.
A oposição já identificou a estratégia palaciana de desqualificar a CPI da Petrobras e passou a acusar o governo de praticar o "terrorismo político". Para o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), (foto) quem acaba prejudicando a imagem da estatal é o próprio Palácio do Planalto, ao colocar a Petrobras numa situação de fragilidade diante de uma investigação. Guerra afirmou ainda que a oposição terá uma atuação responsável:
- Quem faz terrorismo público com a imagem da Petrobras é o governo, e não a oposição. Quem expôs essa comunicação de que uma CPI abalaria a imagem da estatal foi o próprio presidente Lula. Nossa determinação é de manter um clima de responsabilidade durante os trabalhos. Vamos deixar claro que o mundo não vai acabar por causa dessa CPI. Vamos ter uma conduta de equilíbrio. Se o governo for atuar de forma civilizada, não haverá problemas. Mas se for colocar uma tropa de choque, aí, sim, haverá tiroteio.
Ao participar de coletiva de imprensa na sede da embaixada brasileira em Riad, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar neste domingo os senadores que assinaram o requerimento para a criação da CPI da Petrobras. Ele lamentou a tentativa de envolver a Petrobras em "questões políticas menores" em um momento importante para o crescimento da empresa.
Lula indicou que os senadores já estão de olho nas eleições de 2010.
- Eu até agora não sei o que está por trás disso. Possivelmente alguns que assinaram estavam querendo tirar das suas costas todo esse debate que a imprensa está fazendo sobre o Senado. Outros, possivelmente, estejam preocupados com o processo eleitoral de 2010. Eu, francamente, estou preocupado em governar o Brasil e vou me dedicar a isso - disse o presidente

3 comentários:

AAreal disse...

Ivanildo, quanta loucura, heim? O tal do Jucá anuncia que pediu a presença do renan Calheiros na CPI. Esse é o membro "confiável" do governo? Qualquer prejuízo na bolsa, etc que a Petrobras possa vir a ter com essa CPI (o que eu duvido) será infinitamente menor do que o custo para "blindar" essa CPI.

Hélio disse...

Certamente o Romero Jucá, líder do governo no Senado, vai arrumar bons empregos na Petrobras para a irmã e a cunhada que foram demitidas da Infraero, graças ao "choque de ordem" comandado pelo Ministro Jobim. De qualquer maneira, com a maioria de membros da famigerada base aliada na CPI, vai acabar em um extraordinário festival de pizzas.

Alberto del Castillo disse...

Isentar o executivo e qualquer estatal do controle e fiscalização dos poderes constituídos é um grande passo na estrada que leva à morte da democracia.
A tática de juntar numa argumentação verdades e mentiras é uma tentativa esfarrapada de enganar a população.
A mentira é dizer que a CPI causará prejuízo financeiro à PETROBRAS qualquer que seja o resultado. A verdade é afirmar que há interesses eleitorais por trás desta iniciativa.