sábado, 16 de maio de 2009

Chávez e o Plano Revolucionário de Leitura




O governo venezuelano tem feito de tudo nos últimos cinco anos para preencher com livros novos a "seção ideológica" das bibliotecas públicas do país. Agora, com as estantes completas e o programa de alfabetização concluído, o presidente Hugo Chávez lança o Plano Revolucionário de Leitura (PRL) para "reafirmar os valores que levam à consolidação do homem novo e a mulher nova, como base para a construção da pátria socialista", "desmontar o imaginário capitalista" e "recontextualizar a história", segundo o ministério da Cultura venezuelano, como mostra reportagem do jornal espanhol "El País" desta quinta-feira.
Chávez diz que o PRL foi criado para gerar "um ato coletivo orientado a fomentar o socialismo". "Ler, ler e ler, slogan de todos os dias. Leitura para a consciência", disse Chávez ao anunciar o lançamento do projeto na nova sede da Galeria de Arte Nacional e diante de um auditório de crianças.
- Temos que introduzir à contrarevolução todos os dias uma dose de liberação através da leitura - disse o presidente.
Rapidamente chegaram às bibliotecas os exemplares do "O Socialismo Venezuelano e o Partido que o Impulsionará", escrito pelo ministro das Finanças, Ali Rodríguez, e o vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela, Alberto Müller Rojas. Também entre os títulos está a obra do ex-ministro do Poder Popular para a Cultura Farruco Sesto, "Por que sou chavista?", e "Idéias Cristãs e outros Aportes Socialistas", que reúne trechos dos discursos do presidente Chávez sobre a condição socialista de Jesus Cristo.
A seleção, claro, não deixou de lado livros sobre o pensamente do líder comunista Ernesto Che Guevara e o "Manifesto Comunista". Perguntado se o PRL se trata de um projeto ideológico, um representante do projeto, Edgar Páez, diz que "Sim, é".
- Houve uma declaração pública do comandante-presidente na própria ocasião do lançamento (do PRL), quando advertiu que se trata de um plano de formação, e todo plano de leitura é um projeto de formação ideológica - sustentou Páez, em uma entrevista publicada em uma revista editada pelo ministério da Cultura venezuelano.
Páez diz que uma das preocupações é que as crianças estariam "sendo formadas com livros que ainda chamam de descobrimento a invasão do império espanhol ou outros eufemismos que buscam adoçar o genocídio dos povos originários", acrescentando que, como parte do plano, o governo da Venezuela quer "começar as coisas por seus nomes".

2 comentários:

Odiatis Misantropoulos disse...

Mais um grande passo para trás da Revolução Bolivariana!

Alberto del Castillo disse...

O Chavez está transformando a Venezuela em uma Cuba recauchutada.