Doutor Carlos apresentou na edição de 3/2 do Bob’s Blog o seguinte comentário:
(...) discordo dessa vigilância permanente sobre o politicamente correto. Imaginem a proibição de piadas de português, de judeu, de veado, de bêbado e o diabo a quatro? Já anda tão chato viver nesse mundo de carrancudos corretos, por que raios termos de dizer que a situação está (negra) afro descendente ou , que programa chato é programa de aborígene e outras mais?
O Senhor tem toda razão, Doutor Carlos. E acrescento: os defensores do politicamente correto (O que é isto ?) ficam irritados quando se chama um negro – que não é azul, nem cor de abóbora, mas negro - de negro. Não, tem de ser afro descendente. O carinhoso nome com que chamávamos o ceguinho, a quem, eventualmente ajudávamos a atravessar a rua, sem que fosse consultado, passou a ser deficiente visual. E, numa segunda fase, também sem ser consultado, foi promovido a portador de necessidades especiais. No caso do paraplégico a coisa ficou esdrúxula porque os tais defensores do politicamente correto tiveram de inventar uma palavra – cadeirante – que não é registrada no vocabulário da Academia Brasileira de Letras, nem no Dicionário Aurélio, nem no dicionário Houaiss.E eu, senhores e senhoras politicamente corretos, que estou de saco cheio de tanta babaquice ? Posso dizer que estou de bolsa escrotal locupletada ou, para dar um toque bem literário, em vez de declarar como Cícero declarou, referindo-se a Catilina, quosque tandem, Catilina, abutere patientae nostra, posso dizer em alto e bom som: BAGUS PLENUM SUM ?
Um comentário:
Os americanos inventaram este uso abusivo de eufemismos e neologismos para mascarar o modo discriminatório e muitas vezes cruel como tratam quem não se enquadra dentro dos padrões "branco, alto, magro, sem problemas físicos". Eles chamam os gordos de "big" pois "fat" é políticamente incorreto. E nós imitamos.
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