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036 - em 28/01
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O caos se instalara na Mark and Spencer.
Teresa contara a Charles Spencer sua conversa com Luiz Felipe, transmitindo a informação de que o processo ainda se encontrava no Comitê Executivo. O Partner in Charge agradeceu o relato ao qual não deu nenhuma importância, porque, efetivamente, não acrescentava coisa alguma. O que ele queria saber é onde estava Mauro e pediu-lhe que ficasse atrás de Luiz Felipe até conseguir esta informação.
Quando ela saiu de sua sala, ele pensou:
- Eu quero saber onde está esse filho-da-puta... e onde estão os meus duzentos e cinqüenta mil dólares.
Paulo César, que estivera ausente por dois dias, aparecera e fora diretamente à sala de Charles Spencer, justificar sua falta ao trabalho, mas seu chefe não estava nada interessado nas histórias, nem as estava achando engraçadas. O que ele queria saber era onde estava Mauro Cardoso e disse que não era possível acreditar que ele tivesse ficado doente e que ninguém soubesse onde estava, em que hospital estava internado.
- Paulo César, você joga golfe com esse cara, você deve ter amigos comuns, companheiros do clube, sei lá, você tem de fazer alguma coisa. Ele não pode simplesmente desaparecer sem deixar um rastro, uma pista.
Paulo César não estava contagiado pelo nervosismo de Charles e tentou convencê-lo de que não havia qualquer motivo para desespero:
- Charles, eu confio no Mauro. Ele disse que se o Luiz Felipe desse um parecer favorável, o Diretor assinaria em baixo, sem mudar nada. Foi o que aconteceu. E que era a hora de nós entregarmos o dinheiro, o que eu fiz, no dia combinado, no local combinado. Sei muito bem que você só queria pagar depois do contrato assinado. Mas o Mauro me convenceu de que ele precisava do dinheiro justamente para fazer o projeto ser aprovado. Me pareceu muito lógico. E você concordou...
- Tudo bem, eu concordei. Mas agora... Não passa por sua cabeça que sem o Mauro no tal do Comitê a gente não tem a menor chance ?
- Eu não penso assim. Pelo contrário: a gente tem até mais chance sem o Mauro lá, quer dizer, ninguém pode dizer que ele está pressionando. E se alguém tinha de receber alguma coisa, já recebeu. Tenho certeza de que nós vamos assinar este contrato. E tem mais: pode até ser mentira esta história da doença e o Mauro ter sido despedido por alguma falcatrua... é possível. Mas isto não quer dizer que a falcatrua tenha alguma coisa a ver com o nosso pagamento.
Charles pensou um pouco e achou que Paulo César podia ter alguma razão.
Afinal, como a GLS poderia saber daquele suborno de duzentos e cinqüenta mil dólares, se o pagamento fora feito em dinheiro, não havia registro em conta bancária alguma, no país ou no estrangeiro ? Efetivamente o Mauro podia ter saído por outra razão, sem qualquer relação com o contrato, o que significava que a agência ainda poderia ganhar a conta.
- Paulo César, nós precisamos achar o Mauro. Veja bem: eu posso perfeitamente explicar ao escritório em Nova Iorque que nós não ganhamos a conta da GLS. Tudo bem, faz parte do jogo. Mas como você acha que eu vou poder explicar esta retirada de um quarto de milhão de dólares do nosso caixa dois, sem ter ganho a conta ?
Paulo César parecia muito confiante:
- Nós vamos ganhar a conta. Nós vamos assinar o contrato, você vai ver. Mas tudo bem... Eu vou achar o Mauro.
Paulo César saiu da sala. Charles Spencer não o veria nunca mais.
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