domingo, 15 de fevereiro de 2009

Alô, Doçura



Foram três palanques, dois discursos e poses para dezenas de fotos em menos de três horas. Nas gaúchas São Leopoldo e Novo Hamburgo, nesta sexta, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, agiu como candidata à Presidência ao dar início a obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
- Fui para a cozinha fazer o prato. É natural que esteja presente na hora de servir - disse ela à Rádio Gaúcha.
Indagada se estava se sentindo mais à vontade no palanque, Dilma respondeu:
- Estou no palanque desde o dia em que lancei o PAC, em janeiro de 2007. A minha atividade no palanque é intrínseca à minha função. Este governo tem mania de falar com o povo. Tem gente que não gosta, mas gostamos de comunicar o que fazemos e prestar contas.
Dilma informou que viajará toda sexta-feira, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para fiscalizar o andamento de projetos. Sobre a decisão do DEM de denunciá-la ao Tribunal Superior Eleitoral por campanha eleitoral antecipada, ela disse que a oposição está incomodada com os investimentos do governo:
- Por que o presidente chegou a dizer que cortará o meu batom e não cortará uma obra do PAC? É porque saímos com investimentos pesados agora. Essa crise vai passar, e o Brasil estará em melhores condições - disse a ministra, que cumprimentou operários, pôs um capacete e acionou uma máquina.
À noite, em São Paulo, Dilma chegou de salto alto, colar de pérolas e calça de crepe à casa da ex-prefeita Marta Suplicy. E com discurso de candidata:
- Acho que o Brasil está maduro para ter uma mulher presidente. Acho que esse século é o das mulheres. Não só no Brasil, mas na América Latina. Temos aí a Cristina (Kirchner), a (Michelle) Bachelet. Assim como também é o século dos negros e dos índios.
O discurso foi semelhante ao que fez durante o Fórum Social Mundial. Dilma tem intensificado nos últimos dias os compromissos públicos, que garantem maior visibilidade a ela, seja na festa do PT, seja em inaugurações ao lado de Lula, seja no Encontro Nacional de Prefeitos.
Nesta sexta, em Recife, Lula também reagiu à oposição. Segundo ele, a acusação de campanha antecipada é 'absurda' e 'pequena', e a ministra vai continuar viajando para inaugurar obras do PAC.
A ideia do jantar de Dilma na casa de Marta partiu do presidente Lula, como estratégia para apresentá-la ao partido em São Paulo e minar possíveis resistências de um grupo da legenda, que seria liderado pelo ex-ministro José Dirceu, em relação nome da ministra no projeto eleitoral de 2010.
Abraçada a Marta, que defendeu sua "competência" e "doçura", Dilma disse ainda que toda e qualquer mulher brasileira tem condições de enfrentar o projeto que for.
- Há hoje uma afirmação de cidadania muito grande, o que acho que é o sinal dos tempos. Não somos minorias e não vejo porque uma mulher não tenha todas as condições.
- Eu não estou e também não sou candidata. Para eu ser candidata eu já teria que ter debatido esse tema com o presidente, e ainda não fiz, e teria que ter o apoio do partido. As duas coisas não estão dadas. Poderia dizer para vocês que eu, ainda, não sou candidata.
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Ivanildo, romântico:
- A Marta abriu a porta de sua mansão e saudou Dilma dizendo: Alô, Doçura...
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Alô, Doçura! foi uma série de yelevisão exibida de 1956 a 1964 pela TB Tupi, tendo sido criada e dirigida por um dos grandes autores da teledramaturgia brasileira, Cassiamo Gabus Mendes. (1929/1993).

Um comentário:

Anônimo disse...

Como diz o Ivanildo, alvíssaras ! Você retornou aos domingos com toda a corda. Sua criatividade ao intitular as notícias dos jornais é fantástica.
Marta Suplici (Relaxa e Goza) defendeu a doçura (!) de Dilma e você, não só sapecou um título genial (Alô, Doçura), como anotou ao pé da nota a referência ao programa de TV "Alô Doçura", de boa lembrança, da minha e da sua geração.
Um velho de quase 80 anos, agradece pelo que você me tem (e a todos os leitores) proporcionado de lazer, cultura e defesa contra as estripoliais nacionais.
Um Abraço,
Hélio.