domingo, 2 de junho de 2013

Número de casamentos gays cresce 78% na capital paulista após regulamentação

Cartórios da cidade passaram a realizar celebrações em março deste ano


SÃO PAULO – Levantamento realizado pela Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo (Arpen-SP) mostra que o número de casamentos gays na capital paulista cresceu 78% desde a regulamentação, em 1º de março, quando os 58 cartórios de registro civil da cidade passaram a realizar as celebrações sem a necessidade de autorização judicial. Ao todo, em três meses, foram realizados 171 casamentos; 41 em março, 57 em abril e 73 em maio. Em janeiro e fevereiro deste ano, a média foi de 11 celebrações.
Para Luis Carlos Vendramin Jr., presidente da Arpen-SP, esse número pode aumentar, pois casamentos acontecem com maior frequência nos meses de férias (janeiro, julho e dezembro) e ainda há muita “demanda reprimida”.
— O aumento mês a mês é reflexo do conhecimento público da facilidade e da possibilidade dos cartórios tornarem possíveis os pedidos. Mas muitas pessoas ainda têm receio da exposição, há uma demanda reprimida. Creio que só iremos superar isso com o tempo, com o amadurecimento da sociedade.
Vendramin Jr. lembra que grande parcela da sociedade vive em união estável, e isso também acontece com casais do mesmo sexo. Ele acrescenta que São Paulo foi uma das últimas capitais do país a autorizar o casamento gay. Em maio, resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) obriga os cartórios de todo o país a registrar o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo.
— O primeiro casamento gay no Brasil ocorreu no interior paulista, em Jacareí. Não há um balanço da associação, mas nós registramos mais casamentos no interior do que na capital — diz ele, referindo-se ao casamento, em maio de 2011, do cabeleireiro Sérgio Kauffman com o comerciante Luiz André Moresi, que conseguiram da Justiça autorização para conversão de união estável em casamento.
Antes da regulamentação, o casamento de pessoas do mesmo sexo deveria passar por um juiz, que autorizava ou não. A primeira celebração gay na capital aconteceu em 18 de agosto do ano passado.


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