sábado, 22 de junho de 2013

Para não dizer que não falei das ruas, por Daniela Diniz


GERAL


A incerteza pode ser um lugar muito doloroso. Mas também é um dos solos mais férteis. Quem duvida se pergunta... E da pergunta podem vir milhares de respostas... Ou novas perguntas, por que não?
Perguntas e respostas em forma de gente, caminhando junta, cantando, gritando e jogando ainda mais dúvidas pela cidade.
Comecei este texto mil vezes. Conversei com pessoas de várias idades, movimentos, posições.
Fiz a advogada do diabo, discordei de todos, na sede de ouvir argumentos, ideias, desejos e indignações. E continuo no mesmo lugar... Deliciosa e dolorosamente com dúvidas.
Na verdade, a primeira ideia era fazer um texto poético, que citava o Profeta Gentileza... Um texto que reforçava a importância, para mim, da não violência. Que para ela, nunca encontrei motivos.
E que não tem nada pior do que a violência institucional. A violência policial, a violência dos pacientes sem leito, das crianças sem escola, dos índios sem terra, do desmatamento, da falta de liberdade para amar... A violência.
Mas como tantas outras coisas que não sei, também não consegui ser tão direta, clara e concisa. Como disse o Diego Rodrigues abaixo, as palavras estão sempre correndo atrás... Perdi-me por entre as vozes da rua, que mais uma vez ecoam pela cidade.
O povo brasileiro tem motivos inegáveis para estar insatisfeito. Aí vem mais uma pergunta: E porque a rua agora? Seriam os R$ 0,20? Seria a Copa? A visibilidade internacional? Seria a possibilidade de mobilização pelas redes sociais?
Será por que somos filhos da ditadura? Porque vimos os nossos pais lutarem, sangrarem e morrem por essa Democracia que caminha tão lentamente ao sonho de igualdade?
Não sei...

Um comentário:

Alberto disse...

Explicar é difícil mas para entender basta ser democrata.