Em reunião com MP, manifestantes aceitaram parar protestos e negociar caso a tarifa voltasse para R$ 3
SÃO PAULO — O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse nesta quinta-feira, em Santos, que não vai reduzir as tarifas de transporte público e voltou a criticar as manifestações contra o aumento das passagens. Pela manhã, segundo informou o SPTV, o promotor de Habitação e Urbanismo Maurício Ribeiro Lopes encaminhou à Prefeitura de São Paulo e ao governo do estado proposta de redução da passagem de ônibus, metrô e trem para R$ 3 durante 45 dias, conforme foi negociado com os manifestantes em reunião ontem.
— O reajuste foi menor que a inflação, tanto no ônibus da Prefeitura quanto no metrô e no trem. O objetivo é que os ganhos de eficiência e produtividade sejam transferidos ao usuário do sistema. Não pretendemos voltar atrás dessa decisão — afirmou o governador.
Ontem, em Paris, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, indicou que também não está disposto a voltar atrás e reduzir a tarifa de ônibus.Segundo o acordo entre o MP e os manifestantes, uma comissão seria formada por representantes dos governos, Movimento Passe Livre e promotores para discutir a viabilidade de manutenção da tarifa mais baixa. Se for aceita, os manifestantes prometeram não parar a cidade hoje, apenas fazer um ato em frente ao Teatro Municipal, no Centro de São Paulo.
— Nós fizemos um esforço orçamentário, também acompanhado pelo Governo do Estado, e conseguimos junto ao Governo Federal uma desoneração de tributos, o que permitiu um reajuste muito abaixo da inflação. Nos últimos anos, os aumentos têm sido reiteradamente acima da inflação. E o nosso compromisso era de reverter essa tendência, o que nós de fato fizemos.
Se depender da mobilização nas redes sociais, o protesto marcado para o fim da tarde desta quinta-feira em São Paulo contra o reajuste das tarifas promete ser ainda maior do que o de terça-feira, que deixou 85 ônibus danificados e uma estação do metrô e uma agência bancária depredados. A página oficial da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo na internet foi invadida na noite de quarta-feira. Hackers colocaram no site convocação para a manifestação de hoje.
O número de pessoas que confirmaram presença no perfil do Movimento Passe Livre (MPL) no Facebook ultrapassou 20 mil no início da manhã de hoje. No último protesto, na terça-feira, cerca de 12 mil pessoas haviam confirmado a presença, e cerca de 5 mil participaram segundo estimativa da Polícia Militar.
Um comentário:
Quando a via do debate político fica restrita às elites, o povo busca manifestações com ou sem fundamento como prova de sua existência.
Em nossa pseudo democracia a reivindicação de redução de tarifas de transporte vale como protesto e não como causa justa já que o aumento está abaixo da inflação.
Bem vindas seriam as demonstrações contra impostos exorbitantes, malversação de fundos públicos e impunidade dos políticos criminosos.
Postar um comentário