quinta-feira, 13 de junho de 2013

Vida longa ao namoro



Ruth de Aquino, ÉPOCA
Pode não parecer, mas sou romântica. Isso não quer dizer que precise ganhar flores. Talvez, por isso, nunca nenhum namorado ou marido me tenha presenteado com rosas. Eles se sentiriam deslocados na cena, no tempo e no espaço. Digamos que escolhi homens que, como eu, não associam amor a buquês. Sei que escolhi. Lembro cada vez em que me apaixonei e pensei: agora, é este.
Já ganhei árvores da felicidade... do meu atual namorado. Muito atual. Completamos 22 anos de namoro em abril. Comemoramos no mesmo mês, mas em datas diferentes. Eu, no dia em que nos conhecemos – foi uma espécie de “surpresa à primeira vista”. Ele, no dia em que fizemos amor pela primeira vez. Convidou-me para dormir em sua casa, por elegância, jamais carência. Voltei para minha casa. Já ficava claro ali, em abril de 1991, que eu queria apenas romance, não casamento. Ele também.
Amigos não se conformam quando nos tratamos de namorado e namorada. Como assim? Isso já virou um casamento! Não virou. Tenho ex-maridos, pais de meus filhos. Sei o que é morar na mesma casa, constituir família. Ele tem ex-mulher, mãe de seus filhos. Somos solteiros, não casamos oficialmente. Existe diferença entre casamento e namoro. Não somos marido e mulher. Não acreditamos em usucapião no amor.
A atriz Marieta Severo, de 66 anos, namora há oito o diretor de teatro Aderbal Freire-Filho. Ela falou para a revista Quem: “Moro na minha casa, ele na dele. Na minha cabeça, quando não se mora junto, se chama namoro. Gosto que seja namoro. Adoro esse nome (risos). Já vivi um casamento de 30 anos (com Chico Buarque, de quem se separou em 1996), está bom. Tenho uma vida familiar intensa, são sete netos”.

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