sábado, 8 de junho de 2013

ONU faz o maior pedido de ajuda de sua história para a Síria

Nações Unidas estimam que metade dos sírios precisará de assistência humanitária até o fim de 2013, a um custo de US$ 5 bi



Veículos da ONU se deslocam perto de uma base em Quneitra, na fronteira entre Israel e Síria nas Colinas de Golã
Foto: Sebastian Scheiner / AP
Veículos da ONU se deslocam perto de uma base em Quneitra, na fronteira entre Israel e Síria nas Colinas de Golã Sebastian Scheiner / AP
MOSCOU - A ONU fez o maior apelo de sua história nesta sexta-feira, com um pedido de US$ 5 bilhões para a ajuda humanitária na Síria, enquanto intensificam os combates entre os rebeldes e as tropas do presidente Bashar al-Assad em uma base aérea no norte do país. Segundo as Nações Unidas, 10,25 milhões de sírios - metade da população - precisarão de ajuda humanitária até o final de 2013.
Funcionários da organização admitiram que podem ter dificuldades para arrecadar a quantia recorde estabelecida agora. Segundo a emissora “BBC”, os governos foram criticados pela lentidão em angariar fundos para a meta da ONU anterior de US $ 1,5 bilhão no primeiro semestre deste ano. Autoridades afirmaram que a maior parte do dinheiro - US $ 1,2 bilhão - já foi comprometido.As novas previsões, em um plano atualizado de resposta à crise na Síria, inclui mais do que uma duplicação da população de refugiados, dos atuais 1,6 milhão para 3,45 milhões, espalhados por Líbano, Jordânia, Turquia, Iraque e Egito. Segundo a Unicef, até quatro milhões de crianças estão precisando de assistência humanitária urgente. O conflito, que começou com protestos pacíficos contra o regime em março de 2011, já deixou mais de 70 mil pessoas mortas, de acordo com a ONU.
Em meio à intensificação dos combates, o presidente da França, François Hollande, exigiu nesta sexta-feira a imediata libertação de dois jornalistas franceses desaparecidos na Síria, que se tornou um dos países mais perigosos do mundo para profissionais da área. A emissora de rádio Europe 1 afirmou que seu repórter Didier François e o fotógrafo Edouard Elias desapareceram quando se dirigiam para cidade de Aleppo, no norte do país.
Ativistas relataram nesta sexta-feira que os choques concentraram-se perto do centro de comando da base aérea Mannagh, sob o cerco de rebeldes há meses. O ativista Mohammed Said, baseado em Aleppo, afirmou que os milicianos opositores, no entanto, não conseguiram avançar no ataque à base, que continuou nesta manhã.
Após o anúncio da Áustria da retirada de seus 380 soldados que integram as forças da ONU na Síria, o presidente Vladimir Putin afirmou que a Rússia está pronta para substituir as tropas austríacas nas Colinas de Golã. A Rússia, um aliado de longa data e fornecedor de armas para o presidente sírio, vem tentando, juntamente com as potências ocidentais, trazer ambas as partes em conflito na Síria para uma conversação de paz.
A declaração de Viena veio depois de um grupo de rebeldes ter tomado por algumas horas uma passagem na fronteira da Síria com Israel, nas Colinas de Golã. Na quarta-feira, as tropas sírias, apoiadas por combatentes do Hezbollah libanês, capturaram a cidade estratégica de Qusair, perto da fronteira com o Líbano.


Um comentário:

Alberto disse...

A Intervenção humanitária, militar ou outra qualquer quando vinda do exterior, nem sempre atende aos interesses do povo local.