sábado, 29 de junho de 2013

Responsabilidade dividida na final entre Brasil e Espanha



No domingo, no Maracanã, seleção viverá fato raro: não carregará toda a obrigação de vencer

  • Preparo físico pode favorecer

Jogadores da seleção durante treino no Mineirão Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo
Jogadores da seleção durante treino no Mineirão Alexandre Cassiano / Agência O Globo
RIO - Sempre que entra em campo, em especial aos olhos da torcida brasileira, a seleção tem obrigação de vencer. De preferência, jogando bem. Caso contrário, tome críticas. No entanto, por mais paradoxal que pareça, a confirmação da Espanha como rival na decisão de domingo, no Maracanã, pode pôr um peso menor sobre a jovem equipe do técnico Luiz Felipe Scolari. Verdade que enfrentará aquele que é tido como o melhor futebol do planeta. Mas é justamente do invejável currículo dos espanhóis, campeões do mundo e bicampeões da Europa, que pode surgir o alívio na pressão. Fato raro na história, a seleção não será a protagonista absoluta. Irá lidar, no mínimo, com uma balança equilibrada na divisão da responsabilidade de vencer. E, mesmo que não vença, mas ao menos se fizer um jogo parelho, poderá deixar o Maracanã e a Copa das Confederações sob o reconhecimento de uma torcida mais complacente. Se vencer, sairá consagrada.
 A Espanha vem dominando, ganhando e encantando. Soube que estão loucos para jogar com o Brasil — emendou o goleiro Júlio César.— A responsabilidade é mais dividida, claro. São os campeões mundiais — diz o meia Oscar.
Ao iniciar a preparação do time, Felipão pedia paciência, alertava que o Brasil tem um time em formação. Assumia ter a obrigação de ser campeão, embora lembrasse que a Espanha conserva 18 dos 23 jogadores campeões do mundo em 2010. O Brasil só tem três atletas que já jogaram uma Copa. Após vencer o Uruguai, ainda sem conhecer o rival na decisão, foi mais comedido.
— O que foi proposto no início foi atingido. Era passar da primeira fase, chegar à final e dar, ao menos, uma ideia de equipe formada.
brasil deve ter mais pernas
Se a seleção viverá seu maior teste, a Espanha também passará por uma prova. Vencer o Brasil, rival que a atual geração espanhola ainda não enfrentou, é uma espécie de chancela, uma razão a mais para ocupar lugar definitivo na História. Por duas vezes, o embate foi adiado. Em 2009, na Copa das Confederações, a Espanha não fez sua parte e perdeu para os Estados Unidos na semifinal. O Brasil acabou campeão. Em 2010, no Mundial, o Brasil caiu nas quartas de final, diante da Holanda, que perdeu a decisão para a Espanha. Até a imprensa espanhola vê na final de domingo uma ocasião especial. O jornal “Mundo Deportivo” classificou o jogo de “a final sonhada”.
A forma como os espanhóis se classificaram pode favorecer o Brasil. A Fúria deixou a Europa no início de junho para jogar dois amistosos em Nova York. No dia 11, enfrentaram a Irlanda e voaram dez horas para o Brasil, onde chegaram a apenas quatro dias da estreia, com todo o elenco vindo do fim de temporada europeu. Ontem, o time enfrentou 120 minutos de jogo e o desgaste mental dos pênaltis. O Brasil tem oito titulares na Europa e, em tese, em condições físicas iguais. Mas sua semifinal durou só 90 minutos e foi um dia antes. Além disso, a seleção fez três semanas de preparação em casa.
No fim da tarde de ontem, a delegação chegou ao Rio. Hoje, a seleção treina em São Januário.


Um comentário:

Alberto disse...

Só foi decepcionante o fato de nossa seleção treinar em São Januário.
A única explicação é ter uma desculpa para ser vice-campeão.