sábado, 22 de junho de 2013

Fifa nega que tenha cogitado cancelar a Copa das Confederações

Notícia de que seleções teriam pedido para deixar o torneio também é negada

  • Em comunicado, entidade diz que apoia as manifestações pacíficas
  • Fifa desmente ainda que fará nova reunião de crise para tratar do assunto

Manifestação na Presidente Vargas, próximo à prefeitura do Rio. A Fifa tem acompanhado os protestos e repassado informações para as seleções, mas negou ter cogitado cancelar a Copa das Confederações Foto: Pedro Teixeira / O Globo
Manifestação na Presidente Vargas, próximo à prefeitura do Rio. A Fifa tem acompanhado os protestos e repassado informações para as seleções, mas negou ter cogitado cancelar a Copa das Confederações Pedro Teixeira / O Globo
RIO - O chefe de mídia da Fifa, Pekka Odriozola, negou nesta sexta-feira que a entidade tenha cogitado cancelar a Copa das Confederações em função das manifestações que ocorrem por todo o Brasil durante a disputa do torneio. Num comunicado lido no Maracanã, Odriozola afirmou que a Fifa apoia as manifestações pacíficas do povo, mas condena os atos de violência que têm acontecido durante os protestos. Ele desmentiu que esteja marcada para a tarde uma nova reunião de crise para tratar do assunto e repetiu que a Fifa confia na capacidade das autoridades brasileiras para garantir segurança a torcedores e delegações.
- Em nenhum momento, repito, em nenhum momento, a Fifa considerou ou pensou em cancelar a Copa das Confederações no Brasil. Não recebemos nenhum pedido para se retirar da competição de nenhuma seleção - afirmou Odriozola. - Reconhecemos o direito de manifestação e de liberdade de manifestação pacífica, mas condenamos qualquer forma de violência. Continuamos apoiando e acreditando nas forças de segurança e estamos em permanente contato com as autoridades para acompanhar a situação - informou.
Também nesta sexta a assessoria de comunicação da seleção da Itália negou que tenha cogitado sair do torneio. A nota oficial classifica o que chama de boato como "estúpido". Na noite passada circulou a informação, nunca confirmada, de que a delegação italiana poderia deixar o torneio, pois as famílias dos jogadores estariam preocupadas com as manifestações e o aumento da violência com os protestos. Na mesma noite um ônibus e o hotel onde funciona o QG da Fifa em Salvador foram atacados. Ninguém ficou ferido.
Valcke comanda reunião de crise
Na manhã desta sexta-feira, a Fifa organizou uma reunião de crise em um hotel na zona sul do Rio de Janeiro para avaliar a situação. O encontro foi comandado pelo secretário-geral da Fifa, Jèrôme Valcke, e durou aproximadamente uma hora. Participaram dele todos os diretores de departamentos da Fifa ligados à competição e diretores do Comitê Organizador Local (COL-2014).
Durante a reunião, os oficiais de segurança apresentaram vários relatórios e ficou resolvido que a Fifa vai pedir maiores detalhes ao governo sobre os próximos passos que serão tomados para conter a onda de violência.
O presidente Joseph Blatter, que não está no Brasil porque seguiu para a abertura do Mundial sub-20, na Turquia, está, segundo a Fifa, em contato permanente com Valcke e sendo informado de tudo.
Nesta sexta a Fifa admitiu pela primeira vez ter ficado surpresa com a situação atual de manifestações e violência pelo país.
- Ninguém poderia imaginar que fôssemos passar por uma situação dessas - reconheceu Pekka Odriozola.
Ele, porém reafirmou:
- Não discutimos cancelar a Copa do Mundo, não consideramos cancelar qualquer dos dois eventos. No final desta competição vamos analisar tudo o que aconteceu para fazer um balanço. A Itália já soltou comunicado oficial desmentindo que tenha pedido para se retirar da competição, e não só a Itália. Nenhuma outra seleção fez qualquer solicitação nesse sentido - disse.
Odriozola informou ainda que está mantida para dia 25, como incialmente previsto, a volta do presidente Blatter ao Brasil.


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