Presidente russo disse que apesar das divergências, os dois líderes concordaram em avançar no processo de negociações de paz
- Mais cedo, presidente sírio afirmou a jornal alemão que entrega de armas aos rebeldes resultará na exportação de terrorismo
BERLIM — Em encontro tenso nesta segunda-feira, o presidente dos EUA, Barack Obama, e Vladimir Putin, chefe de Estado da Rússia, concordaram que, apesar de terem opiniões diferentes sobre a guerra civil na Síria, compartilham o mesmo interesse de acabar com a violência e garantir que armas químicas não sejam utilizadas no conflito que já deixou mais de 90 mil mortos.
Sem se referir diretamente ao presidente americano, Putin afirmou ainda que os dois concordaram em avançar no processo das negociações de paz e encorajar as partes a negociarem. Segundo o site “Politico”, os dois se sentaram lado a lado, separados por uma pequena mesa - e mal olhavam um para o outro. O russo já alertou que o Ocidente poderá agravar o conflito e espalhá-lo para o resto do Oriente Médio se decidir armar os rebeldes.- As nossas posições não coincidem totalmente, mas estamos unidos por uma vontade comum de acabar com a violência, de acabar com o número de vítimas crescentes na Síria, de resolver os problemas por meios pacíficos, incluindo as conversações de Genebra - disse Putin após reunião com Obama na cúpula do G8 na Irlanda do Norte.
No domingo, a Rússia declarou que não aceitará a imposição de uma zona de exclusão aérea na Síria, decisão que está sendo cogitada por governos ocidentais para ajudar os rebeldes. Em discurso duro, o presidente russo descreveu os inimigos de Assad como canibais que comem as tripas dos inimigos diante das câmeras
- É essa gente que vocês querem apoiar? São para eles que vocês querem entregar armas? - disse Putin em Londres, por onde passou a caminho da cúpula.
Nesta segunda-feira, em sua primeira declaração desde que os Estados Unidos anunciaram na última quinta-feira que forneceriam ajuda militar aos rebeldes, o presidente sírio, Bashar al-Assad, afirmou que a Europa vai “pagar o preço” se fornecer armas às forças rebeldes. Em entrevista a um jornal alemão, Assad também alertou que o armamento resultará na exportação de “terrorismo” para a Europa.
- Os terroristas vão ganhar experiência no combate e retornar com ideologias extremistas. Se os europeus fornecerem armas, o quintal da Europa vai se tornar terrorista e a Europa vai pagar o preço por isso - disse Assad, conforme trechos da entrevista, que será publicada na terça-feira pelo Frankfurter Allgemeine Zeitung.
OS EUA disseram na semana passada que vão intensificar sua ajuda militar aos soldados contrários às forças de Assad, o que pode incluir o fornecimento de armas. A União Europeia também já cancelou seu embargo armamentista à Síria, o que permite que França e Reino Unido armem os inimigos de Assad - embora os dois países digam não ter planos imediatos para isso.
Um comentário:
É impressionante como os EEUU insistem em práticas equivocadas ao defenderem seus interesses internacionais.
Armar os rebeldes sírios é não reconhecer o equívoco histórico de armar os Talibãs contra os Russos.
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