domingo, 30 de junho de 2013

O golpe do PT - Merval Pereira


É claro que a reforma política é fundamental para avançarmos no processo democrático, e não é à toa que há anos buscam-se fórmulas para aperfeiçoar nosso sistema político-partidário, responsável principal pelas distorções na atividade política.
Quando os manifestantes nas ruas dizem que não se sentem representados pelos partidos políticos, e criticam a defasagem entre representante e representado, estão falando principalmente da reforma política.
Mas há apenas uma razão para que o tema tenha se tornado o centro dos debates: uma manobra diversionista do governo para tentar assumir o comando da situação, transferindo para o Congresso a maior parte da culpa pela situação que as manifestações criticam.
O governo prefere apresentar o plebiscito sobre a reforma política como a solução para todos os males do país, e insistir em que as eventuais novas regras passem já a valer na eleição de 2014, mesmo sabendo que dificilmente haverá condições de ser realizado a tempo, se não pela dificuldade de se chegar a um consenso sobre sua montagem, no mínimo por questões de logística.
A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ministra Carmem Lucia convocou para terça-feira uma reunião com todos os presidentes dos tribunais regionais eleitorais (TREs) para começar a organizar a logística para um possível plebiscito.
Ao mesmo tempo, a diretoria de tecnologia do TSE já começou a estudar qual a maneira mais rápida de montar uma consulta popular nas urnas eletrônicas. Só depois dessas reuniões o TSE terá condições de estimar o tempo previsto para implementar o plebiscito, e até mesmo sua viabilidade, já que o sistema binário (de sim ou não) pode não ser suficiente para a definição de temas tão complexos quanto o sistema eleitoral e partidário.
Mas já há movimentos dentro do governo no sentido de que o prazo mínimo de um ano para mudanças nas regras eleitorais, definido pela Constituição, seja reduzido se assim o povo decidir no plebiscito. Ora, isso é uma tentativa de golpe antidemocrático que pode abrir caminho para outras decisões através de consultas populares, transformando-nos em um arremedo de república bolivariana. A questão certamente acabará no Supremo, por inconstitucional.
A insistência na pressa tem boas razões. O sonho de consumo do PT seria mudar as regras do jogo com a aprovação das candidaturas em listas fechadas, em que o eleitor vota apenas na legenda, enquanto a direção partidária indica os candidatos eleitos.
Como o partido com maior apelo de legenda, o PT teoricamente seria o de maior votação. Mas, se as mudanças não acontecerem dentro do cronograma estabelecido pelo Palácio do Planalto, será fácil culpar o Congresso pela inviabilização da reforma política, ou o TSE.
Já no 3 Congresso do PT em 2007 o documento final - que Reinaldo Azevedo, da Veja, desencavou - defende exatamente os pontos anunciados pela presidente Dilma em seu discurso diante dos governadores e prefeitos.
Ela própria admitiu que gostaria que do plebiscito saíssem o voto em lista e o financiamento público de campanha. Até mesmo a Constituinte exclusiva, que acabou sendo abortada, está entre as reivindicações do PT desde 2007. “Para que isso seja possível, a reforma política deve assumir um estatuto de movimento e luta social, ganhando as ruas com um sentido de conquista e ampliação de direitos políticos e democráticos”, diz o documento do PT.
Para os petistas, “a reforma política não pode ser um debate restrito ao Congresso Nacional, que já demonstrou incapaz de aprovar medidas que prejudiquem os interesses estabelecidos dos seus integrantes”. A ideia de levar a reforma para uma Constituinte exclusiva tem como objetivo impedir que “setores conservadores” do Congresso introduzam medidas como o voto distrital e o voto facultativo, “de sentido claramente conservador”, segundo o PT.
De acordo com o mesmo documento, “a implantação, no Brasil, do financiamento público exclusivo de campanhas, combinado com o voto em listas pré-ordenadas, permitirá contemplar a representação de gênero, raça e etnia”.
Portanto, a presidente Dilma está fazendo nada menos que o jogo do seu partido político, com o agravante de ser candidata à presidência da República na eleição cujas regras pretende alterar.

Boa hora para Lula se mandar para a África, não?, por Ricardo Setti



Pessoas próximas ao ex-presidente Lula informam que ele embarcou para a África.
O Brasil pegando fogo, e Lula, coerente com sua fuga das ruas de quem sempre se achou o dono delas, sumiu para bem longe.
A justificativa para esse novo sumiço — desde o caso Rosegate, sobre o qual não dá um pio há 217 dias, Lula não para de viajar para o exterior — é “participar de eventos sobre o combate à Aids e à fome”.


Procurando algo no site do Instituto Lula, encontra-se a informação seguinte:
“O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participará no próximo domingo (30) e segunda (1º) de encontro de alto nível na sede da União Africana, em Adis Abeba, Etiópia, para discutir estratégias de combate à fome e à pobreza na África. O evento é organizado pela União Africana (que reúne todos os Estados do continente), a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e o Instituto Lula e contará com parecença de chefes de Estado e ministros africanos e internacionais, além de acadêmicos, representantes de organismos multilaterais e organizações internacionais.”
Amanhã [hoje], sábado, 29, Lula estará em Lilongwei, capital do Malawi, no sudeste da África, para participar do primeiro encontro da Unaids, o programa da ONU para HIV/AIDS, em parceria com a revista médica britânica Lancet, “sobre a luta global contra HIV/AIDS”.


Dilma cai 21 pontos e enfrentaria segundo turno em 2014

Pesquisa Datafolha mostra que Marina Silva (Rede) cresceu sete pontos

  • Aécio Neves (PSDB) cresceu três pontos
  • Eduardo Campos (PSB) subiu um ponto

SÃO PAULO. Pesquisa Datafolha para a eleição do próximo ano divulgada neste sábado mostra que a intenção de voto na presidente Dilma Rousseff (PT) caiu 21 pontos em três semanas. Marina Silva, que tenta viabilizar o seu partido Rede Sustentabilidade, foi a que mais subiu: sete pontos. Aécio Neves (PSDB) cresceu três pontos e Eduardo Campos (PSB) oscilou um ponto para cima.
POPULARIDADE DA PRESIDENTE DESPENCA - A pesquisa eleitoral reflete a queda acentuada de popularidade da presidente após os protestos que tomaram as ruas do país. Outra pesquisa de opinião realizada pelo Datafolha, divulgada neste sábado, mostra que a aprovação da presidente caiu quase pela metade após as manifestações, de 57% para 30%. O total dos que consideram a gestão da petista ruim ou péssima subiu de 9% para 25%. De 0 a 10, a nota média da administração Dilma caii de 7,1 para 5,8.Nos dias 6 e 7 deste mês, Dilma tinha 51% das intenções de voto e venceria a eleição presidencial no primeiro turno. Agora, ela tem 30% e disputaria o segundo turno com Marina, que passou de 16% para 23%, aponta o Datafolha. Aécio cresceu de 14% para 17% e permanece em terceiro. O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, passou de 6% para 7%.
A queda da popularidade de Dilma foi considerada pelo instituto a maior redução de aprovação de um presidente entre uma pesquisa e outra desde o plano econômico do ex-presidente Fernando Collor de Mello, em 1990, quando houve o confisco da poupança (CLIQUE AQUI E SAIBA MAIS SOBRE A PESQUISA).
REAÇÕES - O Palácio do Planalto não comentou oficialmente a pesquisa Datafolha que mostrou queda de 27 pontos na popularidade de Dilma Rousseff, mas interlocutores da presidente avaliam que não há motivos para pânico. De acordo com eles, o levantamento foi feito durante o período dos protestos em diversas cidades e levou em consideração o emocional da população. A presidente Dilma almoçou neste domingo com os ministros Aloizio Mercadante ( Educação), Helena Chagas (Comunicação Social) e Paulo Bernardo (Comunicações).
Provável adversário da presidente Dilma Rousseff nas eleições de 2014, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou, neste sábado, que a queda da popularidade da presidente mostrada na última pesquisa Datafolha é um reflexo de uma insatisfação dos brasileiros com a classe política em geral. Num tom cauteloso, Aécio declarou, por meio de nota, que a população está reagindo à falta de respostas efetivas aos problemas enfrentados ao longo de anos e que o quadro deve ser analisado com humildade e responsabilidade por todos.
Líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP) disse a que queda na aprovação da presidente (a avaliação positiva do governo caiu 27 pontos) indica que chegou a hora de ela começar a governar. Já o presidente do PT, Rui Falcão, avalia que a popularidade poderá ser recuperada porque a população aprova as medidas que vêm sendo tomadas.


 

Felipão diz que Espanha não é favorita na final

Técnico considera adversário superior, mas aposta em competência e força do Brasil

  • 'Espanha é espetacular, mas tem defeitos', afirmou
  • Final da Copa das Confederações é às 19h deste domingo


Felipão crê que Brasil tem boas chances de sair campeão do Maracanã
Foto: Ivo Gonzalez / Agência O Globo
Felipão crê que Brasil tem boas chances de sair campeão do Maracanã Ivo Gonzalez / Agência O Globo
RIO - Uma equipe espetacular, mas com defeitos. Assim Luiz Felipe Scolari definiu a Espanha, adversária do Brasil na final da Copa das Confederações deste domingo, às 19h, no Maracanã. Na entrevista coletiva deste sábado, Felipão disse que jogadores estão muito motivados e que a seleção tem que se fazer respeitar jogando dentro de casa.
Para o treinador, apesar do elogiado jogo espanhol, a Fúria não é favorita para a decisão.
- A Espanha é espetacular, mas tem defeitos.
A final contra a Espanha
Confira os principais trechos da entrevista:
Meus jogadores estão muito motivados. Estou contente mesmo por chegar nessa final. Vejo eles conversando muito mais sobre essa final do que eu imaginava. Nossa possibilidade é boa. Acreditamos em nós, respeitamos, mas a gente tem condições. No Brasil temos que nos fazer respeitar.
Favoritismo da Espanha
Não considero a Espanha favorita. Ela nos últimos seis anos impôs seu futebol, venceu todas as competições. Vem jogando com essa equipe nos últimos seis anos, então eles têm algumas vantagens a mais do que nós. Nós temos algo: voltar a ter credibilidade com nosso torcedor. Eles podem ter alguma superioridade, que, com competência, força e espírito, podemos igualar e superar.
Itália inspira a parar a Fúria?
Imagina se boto três zagueiros neste domingo? Sou crucificado por 180 jornalistas. Aquilo é uma forma de jogar típica da Itália. Não podemos ter essa formação de um dia para o outro, temos que ter uma equipe formatada durante a competição, que vai ser a mesma.
Jogo bonito: a Espanha é herdeira do Brasil?
Jogamos bonito uma Copa do Mundo e não ganhamos. A Espanha vem jogando bem, bonito e ganhando. São épocas. A seleção de 2002 foi excelente, jogou bonito, fez muitos gols, ganhou todos os jogos e foi campeã. Todo mundo quer jogar bonito e ganhar. Às vezes não é possível. O resultado fica para a história, o jogo bonito passa, meu amigo. É a minha filosofia.
Brasil manda uma mensagem ao mundo se vencer?
Sim. Mandamos uma mensagem com uma vitória amanhã, que estamos no caminho para disputar o título de 2014 em igualdade de condições com mais sete ou oito seleções. Se jogarmos bem, criarmos oportunidades e não ganharmos, mas mostrarmos ao mundo que estamos em boas condições, também mandamos uma mensagem. Era esse o nosso propósito quando começamos a Copa das Confederações. Amanhã é um dia especial para nós. Estaremos mandando uma mensagem principalmente a quem mais nos importa, que é o torcedor brasileiro.
Aniversário do penta neste domingo vai inspirar os jogadores?
Já passou, já foi. Tenho que viver esse momento. Esse momento é único, criado por eles, jogadores. Não vou buscar coisas que poucos viveram. Quem criou essa situação são eles. Vou me sentar no que eles fizeram amanhã. Eles são responsáveis quem sabe por uma mudança profunda no nosso futebol. Eles merecem que amanhã a gente fale deles. Do que fizeram e do que podem fazer. A Espanha é espetacular, mas tem alguns defeitos como outras seleções e temos que explorar.
Experiência adquirida na Copa das Confederações
A gente tem aprendido todos os dias, todos os momentos. Vocês não imaginam a dificuldade que é ficar 30 dias juntos, administrar coisas que não são do futebol. Não é fácil, os últimos 30 dias foram bem longos, mais longos do que imaginávamos. Para montar uma seleção, tivemos que percorrer alguns caminhos que nem pensávamos que teríamos que fazer.


Comentários dos Leitores

Alberto deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Responsabilidade dividida na final entre Brasil e ...": 
Só foi decepcionante o fato de nossa seleção treinar em São Januário.
A única explicação é ter uma desculpa para ser vice-campeão. 

Alberto deixou um novo comentário sobre a sua postagem "A quem servem os partidos?, por W. Moreira Franco": 
O Sr. W. Moreira Franco chegou a estas conclusões após uma longa e aprofundada pesquisa ou será que foi um agente ativo na montagem do monstrengo descrito em seu cínico depoimento. 

Alberto deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Ubes diz que Dilma achou boa a solução de dividir ...": 
Uma reunião com grupos de tanta tradição democrática só poderá contribuir para a renovação e engrandecimento de nossa sociedade.character otageSp 

sábado, 29 de junho de 2013

A quem servem os partidos?, por W. Moreira Franco


W. Moreira Franco, Valor Econômico
Em seu "Dicionário de Política", o mestre italiano Norberto Bobbio, um dos maiores historiadores do pensamento político do século XX, resume assim as funções dos partidos: eles são "um instrumento importante, senão o principal, por meio do qual grupos sociais (...) podem exprimir as próprias reivindicações e as próprias necessidades e participar, de modo mais ou menos eficaz, da formação das decisões políticas".
Olhando para as ruas no Brasil neste mês de junho, é de se questionar em que parte da definição de Bobbio os partidos políticos brasileiros se encaixam. Muito se tem escrito sobre o movimento até agora, e tanto analistas quanto políticos ainda estão perplexos na busca de suas causas.
Um entendimento majoritário que emerge, porém, é que nada no sistema partidário brasileiro hoje reflete "as reivindicações e as próprias necessidades" dos manifestantes. A ponto de eles, repetidas vezes, terem pedido a militantes de partidos que guardassem suas bandeiras durante as passeatas.


De todos os bordões gritados nas ruas de São Paulo, Brasília, Rio, Fortaleza, Belo Horizonte e de tantas outras cidades, o "Não nos representam!" é o que mais confronta o regime vigente.
Como alguém que desde adolescente atua na política partidária e que hoje é um dos dirigentes nacionais do PMDB, sou obrigado a reconhecer o óbvio: a vida partidária brasileira descolou-se da sociedade e tornou-se largamente irrelevante.
Pior do que isso, o sistema político tornou-se um fim em si próprio, uma engrenagem girando em falso. Entendimentos político-partidários deveriam atender a programas, objetivos e conquistas da sociedade.
Hoje, no Brasil, tais entendimentos dão-se em torno de cargos, privilégios, benefícios, espaço, tudo isso desligado das políticas públicas que deveriam vir da base.
O direito de associação, pedra angular da democracia, passa a ser manipulado pelo nepotismo e pelo compadrio. Isso acaba por contaminar o processo eleitoral e o próprio ato de governar.
Coalizões eleitorais são formadas não em razão de afinidades ideológicas ou de conteúdo programático, mas do tempo de exposição na TV durante os horários eleitorais gratuitos - essa cobiçada commodity política dos nossos tempos.
O resultado inevitável é o desencantamento da sociedade com a política e os políticos, a descrença nas instituições, a desesperança no futuro.
Talvez as novas tecnologias estejam colocando o mundo no rumo de um redesenho completo da democracia.
O risco desse desencantamento é a criação de uma repulsa à participação política. Talvez as novas tecnologias estejam colocando o mundo no rumo de um redesenho completo da democracia; talvez isso aconteça ainda em nosso tempo de vida.


"Jamais irá passar" diz Feliciano sobre projeto da cura gay

Durante culto, 20 manifestantes protestaram em frente à igreja da cidade.
Erick JulioDo G1 Campinas e Região

"Jamais iria passar", diz Feliciano em Valinhos sobre projeto da 'Cura Gay' (Foto: Erick Julio / G1 )Para deputado, Congresso recuou após pressão
popular (Foto: Erick Julio / G1 )
“Esse projeto já nasceu morto. Na comissão ele foi aprovado, mas eu sei que ele jamais irá passar no Congresso”, disse o deputado federal Marco Feliciano (PSC) sobre oprojeto conhecido como "cura gay" em um culto realizado em Valinhos (SP), nesta quinta-feira (27). Ele chegou à igreja por volta das 21h30 e com ele um grupo de 20 manifestantes que gritavam "fora Feliciano", "me cura" e "ele não nos representa". O grupo criticava o parlamentar, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara,  por causa da proposta que autoriza psicólogos a proporem tratamento para reverter a homossexualidade.
De autoria do deputado João Campos (PSDB-GO), o projeto da "cura gay" pede a extinção de dois artigos de uma resolução de 1999 do Conselho Federal de Psicologia. Um deles impede a atuação dos profissionais da psicologia para tratar homossexuais. O outro proíbe qualquer ação coercitiva em favor de orientações não solicitadas pelo paciente e determina que psicólogos não se pronunciem publicamente de modo a reforçar preconceitos em relação a homossexuais. A aprovação do projeto pela Comissão de Direitos Humanos ocorreu na semana passada e motivou protestos em Campinas (SP) e também em outras cidades do país.
Antes da chegada de Feliciano, 12 homens da Polícia Militar prepararam um cordão de isolamento para separar os manifestantes da entrada da igreja. “Não estamos aqui para ofender a religião deles. Estamos aqui para protestar contra o deputado e esse projeto homofóbico. Se ele estivesse em uma praça seria da mesma forma”, disse a professora Rosângela Paes.

Para evitar que os gritos atrapalhassem o culto, fiéis fechavam as portas de vidros na entrada da igreja, no entanto, ao ser aberta para alguém passar, os manifestantes aproveitavam para gritar contra o deputado. “Esse tipo de conduta não condiz com uma Comissão de Direitos Humanos. Esse ato é em repudio a isso. Que ele se retire da comissão”, criticou o biólogo Augusto Spadaccia.

'Fenômeno comportamental'
Ao fim do culto, Feliciano defendeu o direito de todos protestarem, mas rebateu as críticas dos manifestantes em frente à igreja. “O movimento de rua é legítimo. É a juventude brasileira mostrando a cara, mas contra mim é sempre o mesmo grupo. Eu não falei que homossexualismo é uma doença, e sim um fenômeno comportamental. Aqui na igreja tinha mil pessoas, lá tinha uns oito dizendo que eu não os represento e não represento mesmo. Eu represento quem votou em mim, e estava aqui dentro. Não vou renunciar jamais”, revela.
"Jamais iria passar", diz Feliciano em Valinhos sobre projeto da 'Cura Gay' (Foto: Erick Julio / G1)Durante culto em Valinhos, grupo protestou contra o
deputado e a 'Cura Gay' (Foto: Erick Julio / G1)
Protestos e lobby dos partidos
Para o deputado federal, as várias manifestações pelo país influenciaram a Câmara dos Deputados no projeto da ‘cura gay’ e outras matérias em destaque. “Todas essas manifestações fizeram o Congresso recuar. A PEC 37 estava aprovada há 15 dias. De repente veio a manifestação popular e matou o projeto”, diz.
A pressão da população foi usada pelos movimentos contrários à ‘cura gay’, segundo Feliciano. “O projeto deveria ir para a Comissão de Seguridade Social e Família e Comissão de Constituição e Justiça, mas não seria aprovado porque a militância do movimento GLBT foi muito inteligente, aproveitou o momento e entrou no meio da multidão. Eles pensam que é um clamor nacional, mas não”, critica.
Ainda segundo o parlamentar a pressão popular influenciou alguns partidos, tanto da base como da oposição. “Há um lobby em cima e é muito grande, que tem a benção do PT, do PSDB, e do PSOL, com isso esses partidos ficam fortes. A bancada evangélica não é só um partido, são diversos”, diz
.

Responsabilidade dividida na final entre Brasil e Espanha



No domingo, no Maracanã, seleção viverá fato raro: não carregará toda a obrigação de vencer

  • Preparo físico pode favorecer

Jogadores da seleção durante treino no Mineirão Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo
Jogadores da seleção durante treino no Mineirão Alexandre Cassiano / Agência O Globo
RIO - Sempre que entra em campo, em especial aos olhos da torcida brasileira, a seleção tem obrigação de vencer. De preferência, jogando bem. Caso contrário, tome críticas. No entanto, por mais paradoxal que pareça, a confirmação da Espanha como rival na decisão de domingo, no Maracanã, pode pôr um peso menor sobre a jovem equipe do técnico Luiz Felipe Scolari. Verdade que enfrentará aquele que é tido como o melhor futebol do planeta. Mas é justamente do invejável currículo dos espanhóis, campeões do mundo e bicampeões da Europa, que pode surgir o alívio na pressão. Fato raro na história, a seleção não será a protagonista absoluta. Irá lidar, no mínimo, com uma balança equilibrada na divisão da responsabilidade de vencer. E, mesmo que não vença, mas ao menos se fizer um jogo parelho, poderá deixar o Maracanã e a Copa das Confederações sob o reconhecimento de uma torcida mais complacente. Se vencer, sairá consagrada.
 A Espanha vem dominando, ganhando e encantando. Soube que estão loucos para jogar com o Brasil — emendou o goleiro Júlio César.— A responsabilidade é mais dividida, claro. São os campeões mundiais — diz o meia Oscar.
Ao iniciar a preparação do time, Felipão pedia paciência, alertava que o Brasil tem um time em formação. Assumia ter a obrigação de ser campeão, embora lembrasse que a Espanha conserva 18 dos 23 jogadores campeões do mundo em 2010. O Brasil só tem três atletas que já jogaram uma Copa. Após vencer o Uruguai, ainda sem conhecer o rival na decisão, foi mais comedido.
— O que foi proposto no início foi atingido. Era passar da primeira fase, chegar à final e dar, ao menos, uma ideia de equipe formada.
brasil deve ter mais pernas
Se a seleção viverá seu maior teste, a Espanha também passará por uma prova. Vencer o Brasil, rival que a atual geração espanhola ainda não enfrentou, é uma espécie de chancela, uma razão a mais para ocupar lugar definitivo na História. Por duas vezes, o embate foi adiado. Em 2009, na Copa das Confederações, a Espanha não fez sua parte e perdeu para os Estados Unidos na semifinal. O Brasil acabou campeão. Em 2010, no Mundial, o Brasil caiu nas quartas de final, diante da Holanda, que perdeu a decisão para a Espanha. Até a imprensa espanhola vê na final de domingo uma ocasião especial. O jornal “Mundo Deportivo” classificou o jogo de “a final sonhada”.
A forma como os espanhóis se classificaram pode favorecer o Brasil. A Fúria deixou a Europa no início de junho para jogar dois amistosos em Nova York. No dia 11, enfrentaram a Irlanda e voaram dez horas para o Brasil, onde chegaram a apenas quatro dias da estreia, com todo o elenco vindo do fim de temporada europeu. Ontem, o time enfrentou 120 minutos de jogo e o desgaste mental dos pênaltis. O Brasil tem oito titulares na Europa e, em tese, em condições físicas iguais. Mas sua semifinal durou só 90 minutos e foi um dia antes. Além disso, a seleção fez três semanas de preparação em casa.
No fim da tarde de ontem, a delegação chegou ao Rio. Hoje, a seleção treina em São Januário.


Ubes diz que Dilma achou boa a solução de dividir royalties do petróleo entre saúde e educação


P
  • Pauta dos movimentos pede desde taxação de fortunas até descriminalização do aborto e repressão à violência policial


Dilma recebe no Palácio do Planalto representantes de movimentos da juventude
Foto: Givaldo Barbosa / O Globo
Dilma recebe no Palácio do Planalto representantes de movimentos da juventudeGivaldo Barbosa / O Globo
BRASÍLIA — A presidente Dilma Rousseff se reuniu na manhã desta sexta-feira com representantes de 24 movimentos de juventude. A representante da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes), Manuela Mendes, disse que a presidente Dilma Rousseff afirmou que embora o governo defenda o projeto que destina 100% dos royalties do petróleo para a educação, ela achou que foi uma boa alternativa a que a Câmara deu, aprovando um texto que destina apenas 75% dos royalties para a educação e os 25% restantes para a saúde.
- A opinião dela sempre foi 100% para a educação, uma área estratégica. Então ela falou o seguinte: a minha opinião sempre foi 100% dos royalties investidos para a educação, mas essa foi uma solução, foi uma boa alternativa, encontrada na Câmara dos Deputados - disse a jovem.
Ainda segundo ela, Dilma disse crer que não há inconstitucionalidade no projeto,que ainda tem que passar pelo Senado. A Ubes foi uma das 24 representações da juventude recebidas pela presidente no Palácio do Planalto nesta sexta-feira.
Segundo o representante da juventude da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Alfredo Santos, todos apoiam a proposta do governo de fazer reforma política por meio de um plebiscito. Ele disse que este será o tema de uma grande campanha com esta bandeira. Já a representante da Marcha das Vadias do Distrito Federal, Guaia Monteiro, disse que o governo está "antenado" com as demandas dos jovens.Os grupos de juventude apresentaram a Dilma uma variada pauta de reivindicações, que passa pela taxação de grandes fortunas, descriminalização do aborto, repressão à violência policial e mais investimentos em políticas para os jovens. O Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), se comprometeu a enviar para a presidente um relatório sobre os excessos cometidos pela polícia durante as manifestações país afora.
Thiago de Paula, da Agência Solano Trindade, da periferia de São Paulo, disse que aproveitou o encontro com Dilma para denunciar a matança que a polícia vem promovendo tendo os jovens negros e pobres como alvo.
— Vim trazer uma mensagem para a presidente sobre o genocídio da juventude pobre negra. É a polícia que chega e mata. Se o governo não se mexer, os jovens vão continuar fazendo manifestações. Cada jovem que morre é a gente que sente — desabafou
Além dos jovens estavam presentes à reunião os ministros Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) e Aloizio Mercadante (Educação).
Os movimentos de juventude que se reuniram com Dilma são: Conselho Nacional de Juventude (Conjure), UBES, Movimento Sem-Terra (MST), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Marcha Mundial das Mulheres, Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen), Levante Popular da Juventude, Rede Fale, Hip Hop, Forum de Juventude de BH, União da Juventude Socialista (UJS), Juventude do PT(JPT), UPL, JSB, JSPDT, JPMDB, UNE, PJ, CTB, Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Marcha das Vadias, Fora do Eixo e Agência Solano Trindade.


Comentários dos Leitores

Alberto deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Dilma foi pra rua - Zuenir Ventura"
Plebiscito para reforma política não tem precedentes na história.
A preparação das perguntas seria uma tarefa inexequível.
Um referendo apesar de também apresentar dificuldades seria útil para resolver problemas que fossem entraves nas negociações dos congressistas. 

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Dilma: Trapalhada inesquecível - Ricardo Noblat

Nos últimos 15 dias, quem testemunhou a marcha de multidões clamando país a fora por uma reforma política? Ou leu algum cartaz cobrando a reforma?
Alguém ouviu o coro com slogans do tipo “Ô seu Cabral, ô seu Cabral, eu quero o voto distrital”?
Ou então “Não senhor, não senhor, não dou dinheiro pra eleger governador”?
Vi um cartaz exigindo a volta da distribuição de barras de cereais em aviões da GOL. Mas foi na internet, se não me engano. E não passava de brincadeira.

Foto: Roberto Stuckert

Se você chegar para um manifestante e disser que o combate à corrupção passa também por uma reforma política, ele responderá que é a favor. E ponto.
Nem por isso a reforma ganhará lugar de honra nas passeatas.
Os temas campeões de audiência nas passeatas são: transporte melhor e mais barato, saúde, educação, segurança e corrupção.
Se uma reforma das leis enxugasse o número de recursos que permite a procrastinação das sentenças, ela daria mais Ibope do que a reforma política que o Congresso se nega a fazer.
O Congresso é uma assembleia de vencedores nada interessados em alterar leis que os favoreceram. Ou que pelo menos não atrapalharam sua eleição. Não há suicidas ali. Não, aparentemente.
Salvo seus assessores de confiança, Dilma não ouviu ninguém para propor o que as multidões não pedem. E o que não servirá para acalmá-las.
Por alguma razão – ou por uma série delas – o governo precisa da reforma política para enfrentar em situação mais confortável as eleições do próximo ano.
A proposta de fazer a reforma por meio de uma Assembleia Constituinte exclusiva foi uma das maiores mancadas que um presidente já deu.
Primeiro porque simplesmente isso não é possível, a se levar a Constituição a sério. Segundo...
Bem, devido ao primeiro motivo, não importa o segundo, nem o terceiro, muito menos o quarto.
O vexame protagonizado por Dilma durou menos 24 horas. Mas não se apagará tão cedo da memória dos críticos de uma presidente amadora. Ou “despreparada”, segundo os jovens líderes do Movimento Passe Livre.
Dilma está empenhada em reduzir o tamanho do vexame insistindo em ouvir a população sobre a reforma que o Congresso não fez e que se puder não fará.
Fala-se em plebiscito. Aos brasileiros seria oferecido um prato cheio de itens que, combinados, poderiam fornecer as linhas mestras da reforma.
Os brasileiros responderiam: quero este, este também, este, não, este jamais. Caberia ao Congresso se render à vontade popular.
Fala-se em referendo. Seria a consulta posterior.
O Congresso, que tem horror à reforma, esboçaria uma com medo de Dilma e das ruas. Em seguida, o distinto eleitorado votaria para dizer se concorda com ela.
Fora a má vontade com que o Congresso tratará do assunto, resta só um probleminha: o tempo.
Só se tem até o dia 2 de outubro para promulgar a reforma caso se queira que o capítulo dedicado às eleições possa valer para as eleições de 3 de outubro de 2014.
Isso significa mais ou menos o seguinte: discute-se em julho as perguntas do plebiscito ou a reforma a ser referendada.
Em agosto, usa-se a televisão para explicar ao povo cada ponto da reforma.
O que é voto distrital, por exemplo. O que é voto distrital simples ou misto. Voto em lista. Financiamento de campanha com ou sem dinheiro público. E um monte de outras coisas.
Em outro capítulo: a reeleição para cargos majoritários deve ser mantida ou extinta? Deputados e senadores continuarão podendo se reeleger quantas vezes queiram? E as mordomias deles? Corta-se ou não?
Sim, a imunidade parlamentar, o direito a fórum privilegiado... Permanecerão intocados?
E o regime presidencialista? Mantêm-se em cartaz ou cede lugar ao parlamentarismo?
Se falamos de uma reforma política de verdade não se poderá vetar nenhum desses pontos.
A natureza das explicações dará razões de sobra para brigas entre partidários e adversários disso e daquilo outro. Como as brigas serão equacionadas? Prevalecerá uma explicação apenas para cada item? Haverá mais de uma?
Responda: um mês apenas bastará para que o povo ganhe intimidade com um assunto tão complexo e possa votar mais tarde de forma consciente?
Setembro está reservado para que o Congresso monte a reforma. E a aprove.
Aguardemos.


Dirceu defende PEC 37 e critica Ministério Público

Ex-ministro afirmou que a regulamentação da atuação do órgão deve continuar a ser debatida

SÃO PAULO - O ex-ministro José Dirceu, condenado a dez anos e dez meses por chefiar o esquema do mensalão, defendeu a PEC 37 em artigo publicado em seu blog. De acordo com o petista, mesmo com a rejeição da proposta na Câmara, é necessário continuar a debater a regulamentação da atuação do Ministério Público.
Dirceu diz que a "mídia impôs uma narrativa que levou a Câmara corretamente a arquivar a PEC, já que sua votação e provável aprovação nas condições atuais seriam entendidas como uma medida favorável à impunidade e à corrupção".
"A PEC 37 não é da impunidade e nem retira o poder e a função constitucional do MP, como a mídia – associada a procuradores e promotores – fez crer para parcelas dos manifestantes e da sociedade brasileira, impossibilitando um debate democrático e transparente sobre o atual poder do Ministério Público e das polícias", escreveu o ex-ministro, em seu blog.
Na ação do mensalão, o Ministério Público participou da investigação. Segundo Dirceu, a PEC "evita, sim, o abuso e a invasão inconstitucional pelo Ministério Público das atribuições das polícias, que, como é público e notório, combatem a corrupção".
Para o ex-homem forte do governo Lula, a PEC propunha a regulamentação do papel do MP, como determina a Constituição. Destacou ainda que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) era favorável à proposta.
"O PT votou pelo arquivamento da PEC 37, mas com uma declaração de que quer voltar a discutir a regulamentação do papel e das atribuições do MP, como manda a Constituição", escreveu.
Na visão de Dirceu, o Ministério Público é um "órgão que atua sem controle externo – caso único na República – cercado de privilégios, que não respeita a lei da transparência e que abusa de sua autoridade, cooptado a serviço dos governos em muitos estados".
"Na prática, por meio de Procedimentos Investigatórios Criminais (PICs), faz inquéritos e investiga, substituindo as polícias, viola direitos e garantias individuais, tudo em nome do combate à impunidade e a corrupção, como nos tempos dos Inquéritos Policiais Militares (IPMs, da ditadura militar)."


Cadê o De Gaulle? - Veríssimo



Uma nação envergonhada dos seus políticos e das suas mazelas está inteira nas ruas


O “Journal du Dimanche” de Paris de domingo trazia uma entrevista com Daniel Cohn-Bendit, um dos lideres da sublevação popular que quase derrubou o governo francês em maio de 1968 e que continua atuando, como ativista e analista político, com o nome que conquistou naquela primavera. Não é mais o irreverente Dani Vermelho de 45 anos atrás, mas ainda é o remanescente mais notório daquela geração que fez o então presidente de Gaulle pensar em largar tudo e se mandar. Só mais tarde ficou-se sabendo como o velho general chegara mesmo perto de renunciar. De Gaulle não era a única causa da revolta que começou com os estudantes e empolgou Paris, mas era um símbolo de tudo que os revoltosos não queriam mais. Se maio de 68 não sabia definir bem seus objetivos, pelo menos tinha um ícone vivo contra o qual concentrar seu fogo. Um conveniente símbolo com dois metros de altura, um nariz dominador e a empáfia correspondente.
A chamada de capa para a entrevista de Cohn-Bendit era “Um perfume de Maio de 68” e a matéria fazia uma comparação mais ou menos óbvia do que acontece no Brasil com o que acontece na Turquia e o que aconteceu nas recentes “primaveras” árabes e em 68 em Paris. Óbvia e inexata. Nos países árabes a rua derrubou ditadores, na Turquia a revolta é, em parte, contra um governo autocrático e inclui, como complicadora, a luta antiga pela hegemonia religiosa. E, diferente do maio de Paris, a combustão instantânea no Brasil ainda não produziu seus Cohn-Bendits nem tem um De Gaulle conveniente como um símbolo que resuma o que se é contra. Ser contra tudo que está errado despersonaliza o protesto. Qual é a cara de tudo que está errado? No Brasil tanta coisa está errada há tanto tempo que qualquer figura, atual ou histórica, serve como símbolo da nossa desarrumação intolerável, na falta de um de Gaulle. Renan Calheiros ou Pedro Álvares Cabral.
Na sua entrevista, forçando um pouco a cronologia, Cohn-Bendit diz que 68 foi o preâmbulo de 81, quando a esquerda chegou ao poder na França. Junho de 2013 será o preâmbulo de exatamente o quê, no Brasil? Aqui a esquerda, ou algo que se define como tal, já está no poder. O que vem agora? O Marx tem uma frase: se uma nação inteira pudesse sentir vergonha, seria como um leão preparando seu bote. Uma nação envergonhada dos seus políticos e das suas mazelas está inteira nas ruas. Resta saber para que lado será o bote desse leão.
Tempos interessantes, tempos interessantes.
Luis Fernando Verissimo é escritor


A coluna Panorama Político do jornal O Globo


ILIMAR FRANCO
O plebiscito
          A presidente Dilma deve enviar ao Congresso sua proposta de plebiscito sobre reforma política na terça-feira. Dilma gostaria de aprovar o financiamento público e o voto em lista ou algum formato de voto distrital. O plebiscito terá de ser aprovado no Congresso. Os parlamentares vão decidir se o povo só é bom para protestar na rua ou se também tem capacidade para escolher a lei eleitoral.

Os inimigos da reforma política
Os que são contrários às mudanças se movem em duas direções. O líder do PSB, Beto Albuquerque (RS), diz que uma delas é “retirar o protagonismo do povo” e entregar a formulação da proposta ao Congresso e depois submetê-lo a referendo. Ele explica: “o Congresso há mais de dez anos não tem maioria para aprovar um projeto”. E acrescenta: “Se a população não votar sim será um esforço jogado fora”. O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), alerta ainda que quem não quer ver a reforma aprovada vai propor a ampliação dos itens da consulta. “Quanto mais questões tentarem incluir no plebiscito, mais difícil será aprovar sua realização aqui dentro”, adverte Miro.

Acho que morri e estou no céu. A Câmara rejeitou a PEC 37. O Senado estava cheio, no dia do jogo da Seleção, para tornar corrupção crime hediondo

Randolfe Rodrigues
Senador (PSOL-AP)

O que dá para rir, dá para chorar
A governo perdeu. O PT foi contra. A Câmara aprovou que os royalties do petróleo vão para a Educação (75%) e a Saúde (25%). PSDB e DEM votaram com o aprovado. Mas a oposição perdeu. Seu manifesto pregava 100% para a Educação.



O Solidariedade

O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) conseguiu validar as 500 mil assinaturas necessárias para criar o Solidariedade. Na segunda-feira, foi entregue a documentação ao TSE, que ontem publicou o registro provisório. Constituído no AC, AP, RR, RO, GO, TO, AL, SE e PI, em sete meses e meio foram colhidas 900 mil assinaturas.

Pedido para Gilberto e Gleisi
Os senadores Pedro Simon, Cristovam Buarque, Ana Amélia, Pedro Taques e Randolfe Rodrigues querem se reunir em separado com a presidente Dilma. Alegam que não se sentem representados pelos partidos do governo ou da oposição.

Para a plateia
É inócua a rejeição dos R$ 43 milhões para a Telebras garantir a infraestrutura à transmissão da Copa. A decisão foi simbólica diz a oposição. O dinheiro já foi pago às empresas que executaram o serviço, que está funcionando na Copa das Confederações. Em 2012, quando a autorização foi aprovada no Congresso, a grande polêmica foi sobre a venda de bebidas alcoólicas nos estádios.

A patacoada da moda
O chavismo é um fenômeno próprio da Venezuela, que corresponde às circunstâncias de sua história. Pelo que se sabe, no Brasil, nenhum presidente quis dar golpe nem a oposição aqui é golpista ou indiferente às mazelas sociais do país.

O outro lado
O governador André Puccinelli (MS) ligou para dizer que, na reunião no Planalto, não teria usado o termo “veado”, mas repressão a “vândalos”. Relatou que sua polícia fez reuniões com os líderes sociais para garantir a segurança dos protestos.
O Ministério do Planejamento contesta os números do DEM. Informa que, desde 2011, já foram pagos para obras de mobilidade urbana R$ 5,97 bilhões.