Em entrevista ao jornal ‘Valor Econômico’, ex-presidente diz que ‘Dilma é a mais importante candidata’
O ex-presidente Lula negou a possibilidade de ser candidato novamente à Presidência da República, em 2014. Em entrevista ao jornal “Valor Econômico” nesta segunda-feira. Lula foi questionado sobre sua volta ao cargo, o qual deixou em dezembro de 2010.
— Não — limitou-se a responder o ex-presidente.
— A Dilma é a mais importante candidata que nós temos, a melhor. Não tem ninguém igual a ela para ser candidata à Presidência da República. Portanto ela será a minha candidata — ressaltou ele.O desejo de ver Lula disputar as eleições no ano que vem é defendida por setores do PT, principalmente após a queda de popularidade da ex-presidente Dilma Rousseff. Nas últimas semanas, uma série de protestos tomou conta do país com críticas ao atual governo. O ex-presidente, no entanto, afirmou que Dilma “é a mais importante candidata que nós temos”.
— Não me preocupa. Se tem um cidadão que já subiu e desceu em pesquisa fui eu. Em 1989 teve um dia no mês de junho que eu queria desistir de ser candidato porque eu tinha caído tanto que ia sair devendo para o Ibope (risos). Então eu cheguei a pensar em desistir porque não tem como eu pagar voto. Só tenho o meu. E depois com tantos figurões disputando a eleição fui eu que fui para o segundo turno.
Para o ex-presidente, Dilma não demorou a agir e tem tido um “comportamento importante”:
— Na medida em que as pessoas vão evoluindo vão querendo mais. Eu acho importante. Eu acho que se as pessoas questionam custo da Copa as pessoas que organizaram, que contrataram tem que mostrar. Não tem nenhum problema fazer esse debate com a sociedade. E é fazendo o debate que você separa o joio do trigo. Quem quer realmente debater, está interessado em fazer coisa séria e aquilo que é justo. Nesse aspecto Dilma tem tido um comportamento importante. De entender o movimento, tentar dialogar com o movimento e construir as propostas possíveis. Se a gente tiver qualquer preocupação com o exercício da democracia é muito ruim.
Evitando comentar sobre a proposta de plebiscito para a realização de uma reforma politica, Lula disse “ser natural” que Dilma converse com ex-presidentes:
— Nós temos o direito de conversar com quem bem entenda. Eu até agora não ouvir dizer que Dilma conversou com Fernando Henrique Cardoso. Ouvi setores da imprensa dizendo que ela conversou, o que ela não confirmou em nenhum momento. Mas conversar com FHC, com Sarney, com Collor, com Lula, é a coisa mais natural que um presidente tem que fazer. É conversar com as pessoas.
Questionado sobre as medidas tomadas pelo prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, diante da crise, Lula disse que ele foi “o quem mais ouviu as ruas”. O ex-presidente ressaltou, inclusive, que foi graças às propostas de Haddad para os transportes públicos na campanha que o petista venceu as eleições no ano passado:
— A coisa que o Haddad mais ouviu foi as ruas. Ele tinha acabado de sair de uma eleição. Primeiro ele ganhou as eleições por causa da proposta de transporte que fez para São Paulo, que era para novembro mas talvez ele antecipe, não sei se tem condições de antecipar (proposta do Bilhete Único Mensal). A propaganda do Haddad era o seguinte: da porta para dentro muita coisa melhorou nesse país, mas da porta para fora nada foi feito. E ele dizia que em São Paulo em oito anos não havia sido feito nenhum corredor de ônibus. Ninguém pode, em sã consciência, nem o prefeito, nem o vice-prefeito, nem um cidadão qualquer dizer que o transporte em São Paulo é de qualidade. O metrô era de qualidade quando andava pouca gente, quando tinha condição de sentar. Mas agora que você tem passageiro para três vagões andando em um vagão, vai piorando a qualidade.
Um comentário:
No jogo político nada é definitivo.
A antecipação da campanha eleitoral pegou alguns jogadores desprevenidos assim como as passeatas estão deixando a todos perplexos e forçando os políticos a agirem precipitadamente em função da desarticulação dos partidos.
O futuro está cada vez mais nebuloso.
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