quarta-feira, 17 de julho de 2013

Prefeito do Rio afirma que Papa não merece ser alvo de manifestações


  • Agência Brasileira de Inteligência diz que, caso ocorram, protestos não serão problema durante a JMJ
  • No Centro de Inteligência Nacional, Rio estava em alerta vermelho para "grupos de pressão" nesta terça

Painel na Abin mostra panorama da criminalidade no Rio Foto: André Coelho / Agência O Globo
Painel na Abin mostra panorama da criminalidade no Rio André Coelho / Agência O Globo
RIO e BRASÍLIA - O prefeito do Rio, Eduardo Paes, disse nesta terça-feira que o Papa Francisco não merece ser alvo de protestos durante a Jornada Mundial da Juventude, que começa no próximo dia 23. O Pontífice chega ao país um dia antes, na segunda-feira. Autoridades municipais e federais não demonstraram preocupação com a possibilidade de o evento ser alvo de manifestações, como as que vêm sendo realizadas pelo país desde o mês passado. De acordo com Eduardo Paes, a cidade é democrática e as pessoas tem o direito de se manifestar.
— Nem precisa repetir o bordão que a absoluta maioria das pessoas se manifesta de forma pacífica, com as exceções já conhecidas — disse Paes. — Porém, acho que o Papa Francisco não tem relação direta com os governantes brasileiros a não ser perdoá-los, quando há confissão. Não parece que o Papa Francisco seja a pessoa mais adequada para os manifestantes reclamarem. Não sei se ele tem culpa pelos 20 centavos, pela eventual corrupção da política brasileira ou pelos dias que os deputados trabalham ou não.
Autoridades da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) disseram, também nesta terça-feira, que, caso ocorram, manifestações não serão problema durante a JMJ. No entanto, na sala do Centro de Inteligência Nacional em Brasília, por volta das 10h30m, no Rio, havia um sinal vermelho sobre o assunto "grupos de pressão" e alaranjado em "movimentos reivindicatórios". No painel que informa, em tempo real, os assuntos que merecem atenção, as telas se alternavam entre Rio e São Paulo, locais onde o Papa estará.
Elito declarou que o país tem todas as condições para receber o Papa Francisco em paz e com segurança, mas não quis dizer se o Brasil recebeu algum alerta internacional sobre eventual atentado terrorista. O general limitou-se a dizer que os mais de 80 países com os quais o Brasil trabalha costumam emitir informes sobre terroristas procurados, e essas informações são compartilhadas. Ele minimizou a possibilidade de atentados, embora tenha ressalvado que as forças de segurança estariam aptas a agir em caso de algum incidente. Para Elito, a Jornada Mundial da Juventude, que deve reunir cerca de 2 milhões de pessoas num mesmo local, não difere muito de outros grandes eventos, como foi a Copa das Confederações e a Rio +20.- Temos de encarar com naturalidade. Logicamente, temos de acompanhar para que aquilo não atrapalhe o grande evento. Mas isso não vai acontecer - acredita o general José Elito Carvalho Siqueira, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
- Não podemos medir a complexidade pelo número de pessoas ou de eventos. O que importa é a responsabilidade do país. Independentemente de ser um ou mais eventos ao mesmo tempo, temos de partir para a excelência da organização e da prevenção - afirmou.
Elito não quis dar detalhes sobre pontos vulneráveis que mereceriam maior atenção das autoridades brasileiras, mas relembrou que na Copa das Confederações foi dado especial destaque aos aeroportos, às rotas de trânsito no deslocamento das equipes, hotéis e estádios, por exemplo.
A Abin abriu suas portas nesta terça-feira para um tour de jornalistas. O objetivo, informou o ministro do GSI, a quem a Abin está subordinada, era mostrar como funciona o sistema de inteligência do país e o trabalho desenvolvido por ocasião da Jornada Mundial da Juventude.


 

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