quinta-feira, 18 de julho de 2013

Segurança do Papa será feita pelo povo, diz Gilberto Carvalho


Ministro Gilberto Carvalho participa do Observatório Participativo da Juventude, em Brasília Foto: Jorge William / Agência O Globo
Ministro Gilberto Carvalho participa do Observatório Participativo da Juventude, em Brasília Jorge William / Agência O Globo
BRASÍLIA - O ministro da Secretaria Geral, Gilberto Carvalho, disse nesta quarta-feira que o governo está tomando "todos os cuidados" com a segurança do Papa Francisco, que chegará ao país na próxima segunda-feira para a Jornada Mundial da Juventude, mas que o trabalho está sendo feito em sintonia com a Gendarmerie do Vaticano, guarda militar da Santa Sé. Na terça-feira, um painel no Centro de Inteligência Nacional, na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), apontava seis fontes de ameaça à Jornada: incidentes de trânsito, crime organizado, organizações terroristas, movimentos reivindicatórios, grupos de pressão e criminalidade comum. O mais preocupante era o “grupo de pressão”, classificado com nível vermelho de alerta. Para Gilberto Carvalho, a verdadeira segurança do Papa, no entanto, será feita pelos jovens que comparecerão ao evento.
O ministro afirmou que falou por telefone, na manhã desta quarta-feira, com o governador Sérgio Cabral, que demonstrou mais preocupação com a logística do que com manifestações durante os deslocamentos do Papa. O ministro disse não acreditar que ocorrerão confrontos entre católicos e manifestantes.- Já disse e quero reafirmar: a grande segurança do papa será feita pelo povo brasileiro e pela juventude do mundo inteiro que vem ao Brasil. Nós estamos, claro, tomando todos os cuidados do ponto de vista da logística e da segurança, mas com muita tranquilidade, tanto no aspecto de segurança como com a ocorrência de manifestação. Somos um país, graças a Deus, marcado pelo pluralismo, pela liberdade de manifestação - disse Carvalho, que acrescentou: - O Papa tem se demonstrado uma pessoa absolutamente aberta a todo esse mundo e a democracia. Vamos ao Rio tranquilos de que tudo que vai ocorrer lá faz parte de um processo democrático, com manifestações a favor e contra. Acima de vai ser uma festa de celebração da esperança no país. Todas as manifestações são bem-vindas e nós saberemos ter maturidade de recebê-las e tratá-las- disse Gilberto.
- Acabei de falar com o Sérgio Cabral por telefone, a gente está preocupado com isso não. O Sérgio está preocupado com a logística toda que é muito maluca - disse o ministro.
Nesta quarta-feira, durante a inauguração da Casa do Trabalhador, em Manguinhos, o governador Sérgio Cabral comentou que a cidade está preparada para receber o Papa Francisco:
- Que eu saiba está tudo bem. Tudo preparado para o Rio de Janeiro dar boas vindas ao Papa Francisco. É um momento muito especial para o Rio de Janeiro dentro do calendário de eventos. Ter o Papa Francisco na sua primeira viagem internacional é uma honra para o Rio de Janeiro. Tenho certeza de que o Brasil, em especial, o Rio de Janeiro, vai dar uma demonstração de afeto e respeito, independente, da religião. Certamente será um momento muito especial para o Rio e o Brasil.
A onda de protestos, que vem preocupando inclusive a Abin, parece não ter afetado o Papa Francisco. Segundo o porta-voz do Vaticano, Frei Federico Lombardi, as manifestações não preocupam o Pontifíce. Em entrevista ao jornal “The National Catholic Reporter”, Lombardi disse nesta quarta-feira que o Vaticano tem “total confiança na capacidade das autoridades brasileiras de administrar a situação” e que o Papa deixará Roma para vir ao Brasil no próximo dia 22 com “grande serenidade”.
Lombardi acrescentou que o Vaticano esteve de olho nas manifestações que ocorreram no país durante o mês de junho, mas ressaltou que os protestos “não têm relação alguma com o Papa ou a Igreja”. O Papa Francisco, inclusive, decidiu usar um papamóvel aberto, sem vidros blindados, durante seu deslocamento no Rio de Janeiro — o mesmo que o Pontífice utiliza nas saídas pela Praça de São Pedro, no Vaticano.
De acordo com o ministro Gilberto Carvalho, o governo, por meio da Polícia Federal, tem responsabilidade pela segurança dos chefes de Estado que visitam o país, mas disse que os pedidos do Papa estão negociados com o comandante da guarda militar do Vaticano, Domenico Giani.
- Estamos em perfeita harmonia com o doutor Gianni, chefe da Gendarmarie do Vaticano. Tudo o que estamos fazendo estamos fazendo em sintonia com a Santa Sé. Portanto, não faremos nada que não agrade ao Papa, que entre em desacordo com o Papa. A segurança de um chefe de Estado que vem do exterior é de responsabilidade nossa. É claro que nós vamos oferecer todas as condições de segurança. Agora estamos fazendo em harmonia com o doutor Gianni e com todos os que estão responsáveis pela segurança do Santo Padre. Ele preferiu desfilar em carro aberto, nós entendemos que é um gesto de aproximação dele com a população. Alertamos para riscos que podem ocorrer, mas nada fora daquilo que é a vontade do Papa. A gente acredita muito na segurança que é feita pelo povo - disse.


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