quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

As Gralhas Enfurecidas (030)

Três últimos capítulos publicados:
027 - em 28/12/08
028 - em 2/1
029 - em 4/1
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Luiz Felipe chegou em casa perto das seis horas e telefonou para o celular de Teresa. A irritante mensagem da companhia telefônica disse que o telefone estava desligado, ou fora de área. Telefonou, então, para a casa de Teresa e a empregada informou que Teresa fora passar o fim de semana em Angra.
Luiz Felipe hesitou mas, pensando que a reunião na agência seria na segunda-feira, e que Teresa certamente ficaria todo o fim de semana fora, perguntou se ela deixara o número do telefone em Angra.
A empregada pediu um momento e voltou com a informação, dizendo que “Dona Teresa, sempre que viaja, deixa o número do telefone do lugar para onde ela vai”:
- É por causa do filho. Ela diz que quer sempre poder ser achada.
E, completando o festival de indiscrições, acrescentou:
- A Dona Teresa viajou com o namorado.
Luiz Felipe agradeceu, pensou por algum momento quem seria o felizardo namorado de Teresa e começou a discar.
Aí, teve uma de suas tradicionais sensações de “déjà vu” e interrompeu a ligação. Pensou, leu e releu os algarismos, e consultou sua agenda eletrônica. O número era da casa de Mauro Cardoso, em Angra dos Reis.
Devia haver algum engano. Talvez a diferença de um dígito no número informado pela empregada. Não fazia sentido Teresa estar se relacionando com Mauro.
Nenhum sentido. Mauro era casado com uma linda australiana, vivia bem com a mulher, todos sabiam. Lembrou de Ana Maria, contando a santidade de seu marido até o dia em que ele foi fulminado pelo tal raio divino no quarto de motel onde não estava fazendo nenhum retiro espiritual com a mais jovem beata de sua congregação. Não, Teresa não era Ana Maria e Mauro não era o tal do Murilo. Aquilo não fazia sentido.
Não fazia sentido. Certamente a diferença de um, um só dígito no número que a empregada lhe passara, ou um engano no número que tinha registrado em sua agenda era a causa do mal entendido.
Telefonou outra vez para a casa de Teresa e pediu à empregada para repetir o número. Era o mesmo.
- Você sabe com quem a Dona Teresa viajou ?
- Já lhe disse da outra vez. Com o namorado dela.
Não, ele não poderia perguntar quem era o namorado, nem perguntar mais coisa alguma, embora estivesse percebendo que a situação estava se tornando confusa.
A sugestão de Mercedes, que ele aceitara e achara muito boa, era simplesmente falar com Teresa para obter informações sobre a relação de Mauro com a Mark and Spencer. Foi o que ele tentou.
Agora, aparentemente, havia uma relação mais complicada, envolvendo o chefe de seu chefe, que lhe escondera o organograma, com Teresa, da Mark and Spencer. Isto, ele fingia que acreditava, não o afetava emocionalmente, pelo menos muito..., mas podia significar a definição de sua carreira na GLS. E também a de Teresa.
O que fazer ? Estava começando a se sentir como uma criança perdida, no meio de um sonho ruim. Não chegava a ser pesadelo, era apenas um sonho ruim. O que é que Rosângela sempre dizia nestas situações ? Lembrou-se: “Não há incucação alguma que uma boa transada não resolva”.
Decidiu que não passaria aquela noite sozinho.
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Capítulo 030 - Prevista a publicação para 11/1

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