quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

As Gralhas Enfurecidas (036)

Três últimos capítulos publicados:
033 - em 18/01
034 - em 22/01
035 - em 25/01
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Guilherme e Rodrigo, entraram em sua sala e o convidaram para jantar.
- Vamos jantar com as mulheres para celebrarmos.
- Com as mulheres...
- É. Não se esqueça de que eu estou comemorando também a gravidez de Celina.
Luiz Felipe disse que iria e que não iria só. Rodrigo disse que conhecia um serviço telefônico de acompanhantes, um tal de disque-girl e que também existia um disque-boy...
- Não é preciso. Considerando-se minha idade, vou com uma médica. Ou, talvez, com uma advogada... Mas vou.
Às nove horas da noite, ainda de ressaca pelos uísques do almoço, Luiz Felipe entrou acompanhado no restaurante. Guilherme e Rodrigo, com as mulheres, já estavam se embebedando no bar. Deu os parabéns a Celina pela gravidez, apresentou Mercedes e preparou-se, com muito bom humor e com muita antecedência, para as gozações do almoço no dia seguinte.

A Auditoria tinha encerrado o seu trabalho e o relatório afirmava que o rombo nas compras superfaturadas no Departamento de Marketing era de mais de dois milhões de dólares. Esta fabulosa soma tinha sido desviada dos cofres da Seguradora nos últimos três anos e meio.
Um outro relatório, preparado por uma firma de investigações que trabalhava para a GLS na averiguação de possíveis fraudes em sinistros, concluía que, desse total, algo em torno de um milhão e cem mil dólares tinham ido parar nos bolsos de Mauro Cardoso. Havia mais trinta e seis pessoas envolvidas na GLS e todas já tinham sido demitidas antes mesmo que a Auditoria tivesse chegado à metade de seu trabalho.
Este mesmo relatório também informou que havia fortes indícios de que o Dr. Mauro Cardoso recebera uma comissão de cerca de cem mil dólares quando da compra de um imóvel em São Paulo.
O Conselho de Administração se reuniu para decidir se acionaria ou não o Dr. Mauro Cardoso. Discutiram por três horas, ouviram o Diretor de Controle, o Diretor-Presidente da firma de investigações e o Dr. Plácido Rezende, que recebera a denúncia anônima.
Não houve unanimidade e o Presidente do Conselho, simplesmente o dono da Companhia, decidiu não tomar qualquer providência legal contra o ex-Diretor de Marketing e justificou a decisão dizendo que a repercussão no mercado de um escândalo daquele tamanho custaria mais à GLS do que os milhões de dólares roubados.
- Ainda mais no momento em que estamos fechando o acordo com o grupo japonês. Eu estou falando de mais de quinhentos milhões de dólares.
O Dr. Plácido Rezende, com a autoridade de seus cinqüenta anos na casa, disse que a decisão era perfeita, acrescentando que, de qualquer maneira, seria muito difícil, quase impossível, “fazer alguma coisa contra o Mauro, porque ele simplesmente desapareceu”.
Era verdade. Mauro Cardoso estivera na Companhia para acertar sua rescisão e ninguém mais o vira. Um Diretor mais chegado e que ainda lhe tinha concedido o benefício da dúvida, obviamente antes da auditoria encerrar seu trabalho, tentou falar com ele. As informações que recebeu, todas muito vagas, eram de que ele tinha mesmo se evaporado.
A mulher, que também ninguém conseguira localizar em parte alguma, parece que tinha voltado para sua cidade natal, na Austrália, e estaria morando com os pais.
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Capítulo 037 - Prevista a publicação para 01/02

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