segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

O Casal 20



O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta sexta-feira a possibilidade de reeleição infinita para o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Lula disse que é o povo quem deve decidir sobre o assunto e que a iniciativa é válida, desde que no processo democrático todos possam concorrer e tenham direito de participar. Ele ressaltou que não defende esse mecanismo no Brasil e que irá trabalhar para eleger o sucessor. Para ele, não se pode comparar o processo venezuelano com o brasileiro, porque são culturas diferentes.
- Minha posição é que eu não quero reeleição. O Brasil tem muito pouco tempo de experiência democrática. Agora, é óbvio que eu vou trabalhar para fazer o meu sucessor para dar continuidade aos programas do governo - afirmou Lula.
A candidata favorita do presidente Lula para as eleições de 2010 é a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.
Na Venezuela, Lula lembrou que até 1988 o mandato do presidente no Brasil era de seis anos. Após a Constituinte, o mandato caiu para cinco anos, sem direito a reeleição. Depois o Congresso reduziu o prazo para quatro anos. O presidente afirmou ainda que se durante o segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso a economia estivesse bem, certamente apareceria um deputado para propor um terceiro mandato.
- Pela discussão que se deu na época da reeleição, certamente se a economia brasileira estivesse bem de 98 a 2002, e se o presidente Cardoso tivesse feito as "encuestas" (pesquisas, em espanhol) de opinião pública, teria havido um deputado que teria proposto uma emenda para que Cardoso tivesse mais um mandato. No Brasil é assim. Só não é assim no meu governo - afirmou o presidente, sem se referir ao deputado petista Devanir Ribeiro (SP), que propõe o terceiro mandato para Lula.
Para defender a reeleição de Chávez, Lula lembrou ainda que o presidente da Colômbia Álvaro Uribe também tem um movimento em defesa do terceiro mandato:
- Por que Uribe quer terceiro mandato e ninguém pergunta?
O presidente citou ainda o caso de primeiros-ministros europeus que ficaram anos no cargo, no regime parlamentarista.
- Precisamos aprender a respeitar a cultura de cada país, a vontade de cada povo - disse, afirmando que é necessário permitir que o processo democrático não exclua a possibilidade de um cidadão poder concorrer mais. E acrescentou: - É você garantir a todos o direito de participar. E se todos participam nas mesmas condições, tendo acesso aos programas, uma pessoa pode se candidatar mais uma vez ou não, vai depender da cultura do país.
Mesmo tendo defendido a reeleição de Chávez, Lula afirmou que não pretende se candidatar mais.
- Chávez é novo ainda. Ele aguenta um novo mandato. Agora eu já estou velho. Vou me retirar - disse Lula.
Lula participou de encontro com Chávez na cidade venezuelana de Jesus Enrique de Loussada, no estado de Zulia. Os dois visitaram um projeto agrário socialista construído pela Odebrecht por US$ 1,8 bilhão. Na região, a oposição a Chávez tem a preferência dos eleitores.
- Em mais de um século, este período de 20 anos é o mais longo da democracia no país. Estamos num processo de construção e fortalecimento das instituições no Brasil. Mas isso não impede que daqui a algum tempo apareça um partido político que proponha mudar a lei que proíbe ter apenas uma reeleição e proponha ter três ou quatro reeleições. Pode acontecer. Na hora que tivermos instituições consolidadas, legalidade política e o povo quiser, isso vai acontecer.
Ao afirmar que há um desequilíbrio nas análises sobre reeleições consecutivas de Chávez e Uribe, Lula ignorou que essa possibilidade está fora de pauta em Bogotá pelo menos até 2014. A Câmara dos Deputados colombiana rejeitou, em dezembro do ano passado, a segunda reeleição de Uribe em 2010. Diferentemente da Venezuela, o projeto de lei aprovado autoriza um referendo sobre reeleições seguidas, mas apenas a partir de 2014. Portanto, a questão está abandonada, por ora, no Congresso. O Senado ainda vai examinar a questão.
Quando volta a defender reeleições infinitas para o colega venezuelano, o presidente Lula também se equivoca ao citar casos de primeiros-ministros europeus que ficaram muitos anos no poder. No parlamentarismo, os primeiros-ministros não têm mandatos fixos. São escolhidos por maioria parlamentar e, geralmente, indicados pelo presidente da República do país. O primeiro-ministro pode perder o cargo a qualquer momento, desde que não tenha mais o apoio da maioria dos integrantes do Parlamento.
O presidente Lula, que agora defende a reeleição, foi contra a aprovação da emenda constitucional que instituiu o mecanismo em 1997 e permitiu o segundo mandato de FH.
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Bob's Blog no cinema:
Casal 20 (do inglês Hart to Hart) foi uma série de TV estadunidense que foi ao ar entre 1979 e 1984, totalizando 110 episódios. A série, criada pelo romancista Sidney Sheldon, foi um enorme sucesso de audiência.
Sinopse
É protagonizada pelo casal rico e simpático Jonathan (Robert Wagner) e Jennifer Hart (Stefanie Powers) que em vez de aproveitar a vida em sua mansão viaja com seu dinheiro combatendo crimes, deixando de lado seu emprego em sua firma. Além dele e sua mulher, participavam também o mordomo Max e seu cachorro Freeway, que viajavam pelo mundo solucionando casos de espionagem e assassinatos.

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