segunda-feira, 29 de abril de 2013

Obama brinca com opositores e imprensa em jantar com jornalistas



  • Presidente dos EUA provocou os republicanos por não trabalharem com ele na formulação de políticas
  • Governante fez piada com novo visual da mulher ao exibir um retrato seu no qual aparece com a franjinha adotada por Michelle
Presidente Obama divulga retrato no qual aparece com a famosa franjinha adotada pela mulher Foto: The White House / REUTERS
Presidente Obama divulga retrato no qual aparece com a famosa franjinha adotada pela mulher The White House / REUTERS
WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez brincadeiras com a imprensa, os seus críticos e com ele mesmo no sábado, durante o jantar anual da Associação dos Jornalistas que Cobrem a Casa Branca.
No jantar, que reúne jornalistas, celebridades e a elite de Washington, o presidente, acompanhado da sua mulher, Michelle Obama, provocou os republicanos por não trabalharem com ele na formulação de políticas e fez uma rara referência à última corrida eleitoral.

— Eu sei que os republicanos ainda estão discutindo o que aconteceu em 2012, mas uma coisa com a qual eles todos concordam é que eles precisam trabalhar melhor para alcançar as minorias — disse Obama. — E olha, podem me chamar de autocentrado, mas eu conheço uma minoria por onde eles podem começar. Oi, podem me considerar um primeiro teste — acrescentou.
Primeiro presidente negro da história dos Estados Unidos, Obama foi reeleito em novembro com grande apoio das minorias norte-americanas, incluindo negros e hispânicos.
No jantar, ele também brincou com quem duvidou da sua religião e o acusou de ser um esquerdista.
— Esses dias, eu me olhei no espelho e tive que admitir que eu não sou mais o jovem muçulmano socialista que eu costumava ser — afirmou. — O tempo passa, e você vai ficando grisalho.
Cristão, nascido no Havaí, o presidente também provocou os que dizem que ele nasceu em outro país.
— Estou também trabalhando nos planos para a Biblioteca Obama, e alguns sugeriram que nós a coloquemos no meu lugar de nascimento, mas eu vou preferir tê-la nos Estados Unidos — disse.
Obama fez referência a sua rápida chegada ao poder, se comparando com o senador republicano Marco Rubio, um hispânico da Flórida, candidato em potencial para as eleições de 2016.
— Um senador que apareceu recentemente é Marco Rubio, mas eu não sei sobre 2016. O cara não terminou um único mandato como senador e se acha pronto para ser presidente —, brincou o Obama. —Esses garotos...
Obama concorreu à Presidência durante o seu primeiro mandato como senador.
Num salão cheio de jornalistas, o presidente guardou as maiores provocações para a imprensa.
— Eu sei que a "CNN" sofreu alguns abalos recentemente, mas eu admiro o compromisso deles em cobrir todos os lados, apenas para o caso de um deles estar correto — afirmou, sob aplausos. — Alguns dos meus ex-assessores mudaram de lado. Por exemplo, David Axelrod agora trabalha para a "MSNBC", uma boa mudança, já que a "MSNBC" era que trabalhava para David Axelrod — afirmou o presidente sobre o estrategista da sua campanha à reeleição.
A "MSNBC" é um considerada uma rede de TV de linha mais liberal, oposta aos conservadores.
Obama também falou dos penteados da sua mulher e arrancou risos dela e da plateia quando mostrou imagens suas usando a mesma franjinha adotada recentemente pela primeira-dama.
O presidente terminou seu discurso em um tom mais sério, elogiando o papel dos meios de comunicação, assim como dos serviços de socorro, durante o recente atentado na maratona de Boston, e a cobertura da explosão de uma fábrica de fertilizantes no Texas.
Nos últimos anos, o que costumava ser um evento no qual jornalistas, editores e diretores corporativos podiam se encontrar com funcionários de alto escalão do governo se transformou em um espetáculo cheio de celebridades. Entre as estrelas presentes neste ano estavam o rapper sul-coreano Psy; a cantora Barbra Streisand; os atores Bradley Cooper, Michael J. Fox, Kevin Spacey e Michael Douglas, além dos diretores de cinema Steven Spielberg e George Lucas.


Um comentário:

Alberto disse...

O Jantar Anual da Associação de Jornalistas em Washington tendo o Presidente como convidado de honra é um evento de grande significado político onde o governo reconhece o papel indispensável da imprensa numa sociedade democrática.
Tal evento é impensável no Brasil da "Era Lula" onde a imprensa é acusada de ser instrumento da oposição.
O engraçado é que este almoço deve a sua existência a um brasileiro chamado Joaquim Nabuco, Embaixador Brasileiro em Washington.
Em depoimento do então presidente da assossiação, a idéia da criação deste evento surgiu de uma conversa com nosso diplomata, apaixonado defensor da idéia de que sem imprensa livre jamais existiria uma verdadeira democracia.