segunda-feira, 29 de abril de 2013

Guerra entregará comando do PSDB a Aécio no próximo dia 16

Meta é ampliar visibilidade do pré-candidato tucano à Presidência


Presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra Foto: PSDB / Divulgação
Presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra PSDB / Divulgação
RECIFE - De olho na movimentação do pré-candidato do PSB a presidente, Eduardo Campos, o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, assumiu neste domingo a direção do seu partido em Pernambuco e vai entregar o comando geral da sigla ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), no próximo dia 16, data da convenção nacional dos tucanos, com o objetivo de "fazê-lo mais conhecido por todas as áreas do Brasil" e mostrar, como o socialista vem atuando, que o político mineiro também está na disputa e que deve ser "identificado" por toda a nação, ainda em 2013, como "candidato" a presidente. Ele definiu como salutar um número maior de concorrentes ao Palácio do Planalto, e reconheceu que as duas pré-candidaturas vão dificultar o reeleição da presidente Dilma Rousseff em 2014, e acabar com "a reserva de mercado de votos".
— A candidatura de Eduardo é boa para o Brasil. Se ela favorece ou não o PSDB, é outro assunto e isso não é tão importante. O fato é que sendo Eduardo candidato, Marina (Silva) candidata, sendo Aécio candidato, e outros que poderão surgir, a eleição vai se dar de forma múltipla. Não será fácil para a Dilma enfrentar uma eleição com Aécio no sudeste e Eduardo no Nordeste, por exemplo. O importante é que não vai se delinear o que o PT tenta fazer crer, a ideia de que o candidato dele é a virtude e os outros são os pecadores, que eles são o bem e os outros são o mal. Acabou-se a reserva de mercado de votos — ironizou o deputado.
Para Sérgio Guerra, embora as convenções para escolher o candidato só ocorram no próximo ano, o PSDB tem mais é que antecipar a sua "identificação". Esse foi, inclusive, um dos motivos pelos quais o senador vai assumir a presidência nacional do PSDB. Para Sérgio, nem é preciso abrir as portas do partido para o pré-candidato (que nas eleições presidenciais passadas abriu mão da intenção de disputar para o postulante de São Paulo, José Serra).
— As portas já estão mais do que abertas para ele. Já foram abertas algum tempo atrás. É importante o Aécio assumir o partido agora por vários motivos. Primeiro, para fazer a legenda maior. Segundo, para trabalhar as coligações. E terceiro, fazê-lo mais conhecido em todas as áreas do Brasil. Dos pré-candidatos à Presidência, até agora só Dilma não tem problema de reconhecimento. Marina tem ainda algum problema, apesar de já ter disputado a Presidência. Mas tanto Eduardo quanto Aécio são pouco conhecidos do eleitorado em geral — afirmou em entrevista na sede do PSDB.
Gato escaldado, Sérgio Guerra mostrou como é difícil enfrentar o eleitorado nacional, sem que o candidato esteja devidamente conhecido pelos eleitores dos quatro cantos do país:
— Já participei de campanhas para presidente, como por exemplo a de Geraldo Alckmin, e sei o que o desconhecimento é um problema que deve ser resolvido com algum tempo (antecedência). Por isso, defendo que o partido tenha candidato ainda esse ano, pelo menos identificado, e que Aécio desenvolva a presidência do partido.
O pernambucano disse acreditar que eventuais rusgas entre Aécio e Serra sejam inteiramente superadas:
— O Serra está bem. Ele foi nosso candidato à presidência duas vezes nos últimos anos, governador, prefeito de São Paulo, governador, ministro de estado e será um político importante o tempo todo. Quando se apresentar a candidatura de Aécio a presidente da República, tenho certeza de que ele apoiará, assegurou.
Ele reagiu a declarações feitas não só pelo socialista como pelo tucano, segundo as quais a sucessão só deve ser discutida em 2014, assim como os nomes dos candidatos:
— Eu disse que até este ano devemos ter o candidato identificado, embora escolhido só na convenção do ano que vem. Não sei o que Aécio pensa, mas eu acho que identificado tem que ser agora.
Para Sérgio Guerra, a providência vai ajudar não só na popularização do nome do tucano, como também ajuda na política de alianças. E embora tenha elogiado o fim do maniqueísmo — PT o bem e quem é contra ser do mal — Sérgio Guerra afirmou que os partidos maiores como o caso do PSDB desejam menos legendas e mais alianças.
— É mais sensato. Insensatez são os partidos de aluguel, as legendas que vendem seu tempo de televisão. Esses são um problema para a democracia brasileira que infelizmente não está sendo enfrentado. O Congresso e especialmente o governo não foram capazes de liderar um esforço de reforma política que nos levasse a reduzir o tamanho dessas legendas de aluguel. Partidos novos, com potencial de lançar candidatos, esses devem surgir. O que não pode é haver partidos que não têm candidatos a presidente, não têm candidato a coisa nenhuma, formam chapas proporcionais e, muitas vezes, nem o fazem na prática. Depois, negociam o tempo político eleitoral na televisão. Termos mais de 30 partidos é realmente um exagero. Os reais são muito menos.
Para Sérgio Guerra, o projeto do governador Eduardo Campos, que já é apontando como um dos presidenciáveis, não é oportunista:
— Acho que ele levanta sinceras dúvidas sobre muitos aspectos do atual governo. Muitas delas, dúvidas que a gente sempre teve. O fato de levantar essas dúvidas e continuar no governo, é que mais cedo ou mais tarde, vai ter que resolver. A candidatura de Eduardo é saudável. É um jovem líder, um bom administrador e responde por um grande partido democrático.
Até o próximo dia 16, ele acumula as duas funções, a de presidente do diretório regional do PSDB em Pernambuco e a nacional. Ele informou que não há impedimento de ordem legal, mas atrapalha a parte administrativa.
— É situação provisória e por poucos dias — justificou.



Um comentário:

Alberto disse...

É muito importante um debate amplo sobre a democracia na campanha eleitoral.
O período de autoritarismo do governo PT deve ser analisado para que não hajam futuras tentativas de amordaçar a imprensa e exacerbar os poderes do Executivo em detrimento do Legislativo e do Judiciário.
Felizmente estamos derrubando a tentativa de "Golpe Civil" dos últimos anos através de posturas cidadãs da imprensa e do Judiciário.