terça-feira, 16 de abril de 2013

Em busca do tomate perdido



José Roberto Toledo, O Estado de S. Paulo
Enquanto presidenciáveis da oposição falam para empresários e públicos já catequizados, Dilma Rousseff (PT) acelera a própria sucessão. Transforma inaugurações em comícios, e pronunciamentos formais em discursos de campanha. O descompasso entre a velocidade da presidente e a lentidão dos opositores faz parecer que são eles e não ela a ostentar intenção de voto recorde.
Dilma têm 35% das intenções de voto espontâneas tanto no Ibope quanto no Datafolha. É uma taxa inédita para um presidente disputando reeleição a um ano e meio do pleito. Mas grande parte desses eleitores são cativos, declaram voto no candidato petista seja ele quem for. Partidários, aprovam qualquer gestão do PT.

Foto: Ivan Pacheco

É o que acontece com o prefeito paulistano Fernando Haddad, cujo saldo de aprovação com cem dias de mandato só não é maior do que o de outra prefeita petista de São Paulo: Marta Suplicy. Mas Marta não conseguiu se reeleger – porque o eleitorado cativo do PT nunca basta para um petista alcançar maioria absoluta.
A questão, portanto, não é quão intenso está ou não o apoio do terço de petistas ao seu candidato, mas qual a força da candidatura do PT nos outros dois terços do eleitorado - seja o brasileiro ou o paulistano.
Segundo o Datafolha, quase metade dos 35% de votos espontâneos de Dilma vem hoje de eleitores que se declaram petistas ou simpatizantes. É um fato contra o qual a oposição pode pouco.

Um comentário:

Alberto disse...

Não sei se os empresários fazem parte do público já catequizado pela oposição. Este segmento de eleitores foi fundamental nas eleições de Lula e Dilma.