domingo, 28 de abril de 2013

Acusado de incitar violência, opositor é preso na Venezuela


Antonio Rivero, dirigente do Vontade Popular, foi detido em ‘emboscada’, diz líder do partido opositor

  • Segundo Leopoldo López, Rivero foi preso quando o ministro Rodríguez Torres o chamou para reunião no Ministério Público
  • “Antonio Rivero é o primeiro preso político de Nicolás Maduro”, afirmou López

Presidente venezuelano Nicolás Maduro acena para apoiadores durante visita a um conjunto habitacional em Maracaibo, em foto fornecida pelo Palácio Miraflores nesta sexta-feira (26) Foto: Palácio Miraflores / REUTERS
Presidente venezuelano Nicolás Maduro acena para apoiadores durante visita a um conjunto habitacional em Maracaibo, em foto fornecida pelo Palácio Miraflores nesta sexta-feira (26) Palácio Miraflores / REUTERS
CARACAS — Antonio Rivero, general reformado do Exército venezuelano e um dos dirigentes do partido opositor Vontade Popular, foi detido neste sábado (27) pelo serviço de inteligência do país por sua suposta ligação com os atos de violência que se seguiram às eleições do último dia 14, quando o presidente Nicolás Maduro venceu Henrique Capriles por uma curta vantagem ainda contestada pela oposição. Segundo o líder do Vontade Popular, Leopoldo López, Rivero foi detido em uma “emboscada” armada pelo ministro de Interior e Justiça venezuelano, Miguel Rodríguez Torres.
Segundo López, Rivero — ex-integrante do governo de Hugo Chávez e um dos principais nomes a denunciar a suposta ingerência de Cuba em assuntos internos da Venezuela — foi preso depois que o ministro Rodríguez Torres, “companheiro de promoção” do ex-general no Exército, o chamou para uma reunião na sede do Ministério Público em Caracas. Ao chegar, disse López, Rivero foi “enganado” e detido de forma “ilegal, ilegítima e covarde”.
— Antonio Rivero é o primeiro preso político de Nicolás Maduro — afirmou López.
A prisão de Rivero foi solicitada pelo Ministério Público e teria relação com um vídeo divulgado pelo ministro Rodríguez Torres na semana passada, no qual o general reformado aparece conversando com manifestantes que protestavam contra o resultado das eleições presidenciais. Na gravação exibida pelo ministro, Rivero supostamente instrui participantes da manifestação a agir com violência durante o protesto — segundo o governo venezuelano, pelo menos nove pessoas morreram e outras 78 ficaram feridas em atos violentos pós-eleições.
Na semana passada, Rivero disse que suas declarações foram retiradas de contexto. O general reformado afirmou à TV Globovisión ter pedido justamente que os manifestantes seguissem o chamado de Capriles a não agir com violência.
Para o governo de Maduro, o vídeo de Rivero é uma das provas de um “plano desestabilizador” — durante a semana, o presidente ordenou ao ministro do Interior que prendesse todos os ligados à suposta iniciativa contra o atual governo.
Segundo o opositor López, a intenção de Maduro e seus partidários é “colocar em foco um suposto plano de desestabilização que só existe na cabeça do governo”. Para López, o oficialismo quer tirar a atenção do pedido de auditoria sobre o resultado das eleições feito pela oposição e aprovado pela autoridade eleitoral venezuelana.
O presidente Nicolás Maduro se encontrou com o cubano Fidel Castro, neste sábado (27), durante cinco horas, em Havana. Os dois líderes políticos conversaram sobre o momento político que a América-Latina está vivendo e recordaram o comandante Hugo Chávez. O governante da Venezuela viajou para Cuba para “ratificar uma aliança estratégica” entre os dois países. O líder declarou que o objetivo de sua viagem é participar de discussões de uma comissão mista entre Venezuela e Cuba, que foi instalada em Havana.


Um comentário:

Alberto disse...

No Brasil, felizmente, a figura do preso político esta em desuso.
O que fazemos é chantagear os opositores, através de medidas antidemocráticas.
Projetos de Lei para constranger STF após a condenação dos "cumpanheiros" do PT.
Caçação de um membro do Merco-Sul para aprovar e entrada do "mui amigo" no grupo.